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Resident Evil 3

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Voltámos a Raccoon City para enfrentarmos Nemesis mais uma vez, agora num jogo todo refeito de raíz.

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Depois do remake de Resident Evil 2 ter sido um tremendo sucesso crítico e comercial, é natural que a Capcom se tenha virado para o jogo seguinte na lista cronológica. Afinal de contas, o Resident Evil original já foi refeito em 2002, e todos acima do 4 são demasiado recentes para um remake completo. Fica a faltar Code Veronica, que esperamos vir ser o próximo.

Seja como for, é precisamente de Resident Evil 3 que vamos escrever hoje. Com lançamento agendado para 3 de abril, o ciclo de produção do jogo vai já bastante avançado, e a Capcom permitiu-nos verificar precisamente isso durante um evento recente em Londres. Como no original, iremos assumir novamente o papel de Jill Valentine, que tenta escapar da horda de zombies que assolou Raccoon City.

Tal como Resident Evil 2, o foco parece estar no terror, num ritmo lento, e na gestão de munições, itens, e inventário. Ou seja, parece que os tempos da grande ação e sequências espetaculares de Resi 5 e 6 foram enterrados de vez. Dito isto, Resident Evil 3 foi na altura alvo de alguma rejeição, porque era um jogo mais curto e mais agressivo que Resident Evil 2, o que não agradou a todos os fãs. Este remake não parece ser tão agressivo ou curto como o original, mas pretende criar momentos de tensão com Nemesis, um imponente inimigo que irá caçar Jill sem piedade, mais até do que Mr. X em Resident Evil 2.

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O design dos mapas continua a ser altamente convidativo à exploração, escondendo segredos e itens para o jogador encontrar. Das horas que passámos com o jogo, sentimos-nos sempre recompensados por ir um pouco mais longe, por gastarmos tempo a verificar cada canto dos mapas. E ainda bem que o fizemos, porque Resident Evil 3 não vai atirar munições ao jogador, pelo contrário. Terá de poupar todas as balas que conseguir, até porque os zombies não são assim tão fáceis de eliminar.

Enquanto Resident Evil 2 se passa sobretudo dentro de uma esquadra (altamente elaborada, mas ainda assim, uma esquadra), Resident Evil 3 leva a ação para as ruas de Raccoon City, permitindo que o jogador explore lojas, becos, edifícios, e até um hospital, entre outras localizações. Embora em teoria fosse uma área mais abrangente que a de Resi 2, na verdade, não o era, mas isso parece ter mudado no remake. Existem referências a localizações do original, mas as ruas de Raccoon City foram expandidas, com mais locais para o jogador explorar e visitar. Dito isto, muito da experiência de jogo continua a envolver muitas viagens para trás e para a frente, conforme encontra os itens necessários para desbloquear alguma área que ficou para trás.

Resident Evil 3Resident Evil 3Resident Evil 3
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Este novo ambiente parece também ser bem aproveitado por Nemesis, que é ainda mais temível que no original. Ele irá perseguir Jill por praticamente todo o lado, e escusa de tentar matá-lo, porque isso é virtualmente impossível em situações normais de jogo. Pode, contudo, atrasá-lo, recorrendo a elementos no cenários, como caixas de fusíveis, ou utilizando armas eléctricas que o incapacitem durante alguns segundos. Eventualmente tivemos mesmo de o enfrentar, numa batalha muito mais dinâmica e flexível do que no original, mas a demo terminou nesse momento.

O combate em Resident Evil 3 não será fácil, mas o mais assustador acaba por ser mesmo o desconhecido, não só dos inimigos que podem aparecer, mas claro do Nemesis, que pode emboscar o jogador a qualquer momento. Já referimos algumas das opções que o jogador tem ao seu alcance para atrapalhar Nemesis, mas o monstro tem também vários truques na manga, incluindo uma espécie de tentáculo que atira o jogador ao chão, e a capacidade para saltar para a sua frente quando está a fugir, obrigando a recuar para a direção oposta. Embora não tão mortífero (o Xenomorfo matava com um só golpe), esta porção da experiência lembrou-nos de Alien: Isolation, com alguns momentos de grande tensão.

Ah, já dissemos que o Nemesis também pode ressuscitar zombies? Pois, é verdade. Utilizando estranhos parasitas agarrados ao seu corpo, Nemesis pode ressuscitar a maioria dos inimigos que o jogador já abateu, repovoando essa área. Fantástico, não é?

Quem conhece Resident Evil 3 sabe que existe mais uma personagem determinante para a história, Carlos Oliveira. Carlos está para Jill como Claire está para Leon, e embora não tenha a sua própria campanha, Carlos tem algumas secções jogáveis. Infelizmente não tivemos a oportunidade de o controlar na demo, e as poucas interações entre Jill e Carlos foram através de sequências cinemáticas.

Do que vimos, a nossa maior preocupação prende-se com a duração do jogo. O original durava algo como seis horas, e embora a Capcom pareça ter a intenção de alargar a duração do remake, não acreditamos que seja por muito mais tempo. Isso pode ajudar a explicar o facto de Resident Evil 3 vir acompanhado de Resistance, um jogo multijogador de quatro contra um que também experimentámos, e que detalhamos num artigo à parte.

Resident Evil 3 parece ser um remake à altura, não só do original, mas também do remake de Resi 2. Sim, tem mais ação que o jogo do ano passado, e deve ter uma duração inferior, mas a nível de jogabilidade e atmosfera, está fantástico. O melhor que podemos dizer é que mal podemos esperar pelo reencontro com Nemesis nas ruas de Raccoon City. Esperemos apenas que a Capcom tenha sido expandir a duração do jogo sem torná-lo repetitivo.

Para ler as nossas impressões de Resident Evil Resistance clique aqui.

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