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Watch Dogs: Legion

Watch Dogs: Legion - DedSec vs ctOS

Passámos quatro horas numa Londres controlada e vigiada por inteligência artificial.

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À semelhança do que aconteceu com Assassin's Creed Valhalla, também passámos quatro horas a jogar Watch Dogs: Legion. Ao contrário de Assassin's Creed, contudo, Watch Dogs ainda está à procura de se afirmar como uma série consistente para a Ubisoft. A premissa do primeiro jogo era muito interessante, mas falhou numa série de fatores. Watch Dogs 2 melhorou em inúmeros aspetos, e é um dos melhores jogos em mundo aberto urbano desta geração, mas não vendeu dentro do esperado e acabou por ser esquecido.

Eis então que chega Watch Dogs: Legion, que é mais uma reviravolta na série. Depois de Chicago e São Francisco, Watch Dogs irá levar os jogadores para uma versão ligeiramente futurista de Londres. A cidade é controlada pela inteligência artificial ctOS, como nos anteriores, e o grupo de hackers DedSec lá estará para combater o sistema, mas desta vez não o fará através de um indivíduo. Watch Dogs: Legion é um jogo muito atípico no sentido em que não tem qualquer protagonista real, mas já lá vamos. A primeira missão que jogámos apresentou-nos a algumas personagens, mostrou-nos as mecânicas principais, e lançou a premissa da história.

O grupo DedSec foi falsamente acusado de ter realizado uma série de ataques terroristas em Londres, e agora, além de tentar combater o ctOS, o DedSec tem de descobrir os verdadeiros culpados e limpar o nome da organização. Tudo o que sabemos é que o grande vilão (será apenas um?) é a misteriosa figura conhecida apenas como Zero Day. A vida não é fácil para os cidadãos de Londres, porque o que se temia nos dois jogos anteriores concretizou-se em Legion. O ctOS já não serve apenas para monitorizar e controlar, mas é agora uma ferramenta para dominar a população num regime cada vez mais intrusivo e ditatorial.

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Só vimos quatro horas de história, mas mesmo durante essas quatro horas, a narrativa avançou para situações bastante interessantes. Não vamos revelar pormenores concretos, mas podemos dizer que estamos mais curiosos com a história de Watch Dogs: Legion do que estivemos com os dois jogos anteriores. Considerando que nem sequer existe um protagonista para seguir, isto diz bem do claro melhoramento em termos de escrita e intriga.

Watch Dogs: Legion

Em Watch Dogs: Legion pode jogar com praticamente qualquer personagem que não seja um inimigo, desde que os recrute para o DedSec (e quase todos estão dispostos a isso). Isto significa que pode jogar com um sem-abrigo, uma idosa, ou um construtor da obras, entre muitas outras possibilidades. O mais impressionante é o sistema que o jogo usa para criar personagens e as suas vidas. Todas têm um passado e um perfil associado ao ctOS que pode ler, e isso dá-lhes muita personalidade.

Cada uma destas personagens tem a sua própria categoria de habilidades, que são determinadas pelas suas profissões e aptitudes individuais. Recrutar estas pessoas, contudo, vai requerer mais do que uma simples conversa, até porque aos olhos do público, DedSec está associado a terrorismo. Para ganhar o apoio destas pessoas terá de os ajudar de alguma forma, mostrando-lhes em simultâneo que o grupo não é tão mau como o pintam, e que o ctOS é uma terrível ideia.

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Começámos a jogar com acesso a um grupo de quatro personagens, e ficámos surpreendidos com a facilidade com que nos ligámos a cada um deles. Cada um destes indivíduos se distinguiu de alguma forma, através das suas histórias, da forma como andaram nas ruas, e pela qualidade do trabalho dos atores. Estamos muito curiosos para ver como este sistema irá funcionar no jogo final, e como diferentes personagens podem - ou não - afetar as sequências de história.

Como as missões vão ter vários objetivos distintos, será obrigado a escolher a personagem certa para o trabalho em mãos. Supomos que jogámos a versão PC de Watch Dogs: Legion (foi via cloud-gaming), mas a transição entre personagens foi muito rápida com loadings mínimos. Um pormenor engraçado é que sempre que mudar de personagem, vai ver a personagem anterior seguir a sua vida (agora controlada pela inteligência artificial).

Um dos pilares da experiência Watch Dogs são as mecânicas de hacking, e neste aspeto, ficámos um pouco desiludidos com Legion. A fórmula continua a ser muito semelhante à dos jogos anteriores, e está longe de oferecer uma experiência minimamente autêntica. Nas quatro horas que jogámos nunca sentimos que estávamos realmente a entrar em algo que não era suposto, ou a realizar um verdadeiro hack, mas antes a executar ações semelhantes a outros jogos, disfarçadas de hacks.

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Ação furtiva continua a ser o prato do dia, e pelos menos aqui o hacking oferece algumas opções interessantes, para distrair ou neutralizar inimigos. Tudo o que podia fazer nos anteriores, como desligar o rádio de um oponente para não chamar apoio, ou causar um curto-circuito no seu equipamento para os neutralizar, continua presente. Esperemos apenas que durante o avançar do jogo seja possível ver mecânicas e situações novas e interessantes.

Como estamos a falar de um jogo em mundo aberto da Ubisoft, também pode contar com muitas missões secundárias, atividades, e mini-jogos. Se nos queixámos do comportamento dos cidadãos e da falta de vida de AC Valhalla, em Watch Dogs Legion a situação é diferente. A cidade tem excelente atmosfera, acontecem eventos aleatórios, e o dinamismo entre personagens é muito superior. O facto de ser um ambiente urbano, com muito mais possibilidades, também ajuda. Neste sentido, o mundo de Watch Dogs: Legion parece-nos muito mais orgânico que o mundo de AC Valhalla.

Ainda existem alguns pontos que temos de confirmar com mais horas de jogo, como as mecânicas de hacking, e a evolução desta estrutura sem protagonista, mas estas quatro horas com Watch Dogs Legion deixaram boas impressões. Watch Dogs 2 merecia ter tido mais atenção do que teve, resta saber se Legion irá sofrer do mesmo problema, ou se conseguirá finalmente afirmar Watch Dogs como uma saga consistente para a Ubisoft.

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