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Spider-Man

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A Insomniac Games criou uma das versões mais ambiciosas de sempre do Homem-Aranha.

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A Insomniac Games andou em tourné pela Europa com Spider-Man, o que nos permitiu jogar cerca de duas horas do próximo exclusivo PS4. Tudo o que já tínhamos visto deixava excelentes indicações, mas antes de jogarmos este novo jogo, decidimos tirar o pó à Gamecube e a Spider-Man 2, jogo de 2004 que é para muitos um dos melhores jogos baseado no herói da Marvel. Como devem calcular, este clássico já não tem o mesmo apelo visual de outrora, e mesmo a nível de mecânicas e design, deixa muito a desejar, mas continua a ser divertido balouçar com o herói.

Enquanto esse jogo era baseado no filme com o mesmo nome, este Spider-Man é uma história completamente original, que não tem ligação a filmes ou banda desenhada. A Insomniac Games criou a sua própria versão do universo do Homem-Aranha, e consequentemente mudou muitos aspetos relacionados com várias personagens. O próprio Peter Parker, por exemplo, não é um fotógrafo novato, como antigamente, ou um poderoso CEO, como é atualmente. É antes um cientista, que embora jovem (tem 23 anos), é já bastante experiente enquanto Homem-Aranha - já o é há oito anos.

Para o traço geral da narrativa, a Insomniac Games focou-se nos conflitos entre Peter Parker, o seu alter-ego Homem-Aranha, e a ligação com outras personagens. Peter Parker será uma personagem tão ou mais importante que o Homem-Aranha, e os interesses de ambos nem sempre serão compatíveis, o que colocará o herói em algumas situações difíceis. Peter também terá de perceber que, sozinho, não será capaz de enfrentar os desafios que o esperam, e terá de confiar na ajuda de outros para conseguir evoluir.

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Enquanto Peter, tivemos de realizar alguns mini-jogos simples no laboratório (o que lhe permite trabalhar em engenhocas 'aranha'), e visitar a Tia May, que neste jogo trabalha num centro de auxílio aos sem abrigo. Mary Jane Watson será outra personagem importante no jogo, embora num contexto muito diferente daquele a que devem estar habituados. Quando o jogo arranca, Peter e Mary Jane não se falam há meses, consequência de terem acabado o seu namoro. Mary Jane é também uma repórter de investigação do Daily Bugle, sem qualquer ligação aos trabalhos de modelo ou atriz. Devido a essa sua nova função, Mary Jane também será jogável em alguns momentos - supomos que em missões furtivas de investigação. Miles Morales também está no jogo, mas a Insomniac Games prefere não falar da personagem e do seu papel.

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Ao nível de estrutura, não é assim tão diferente de Spider-Man 2 de Gamecube, e vários outros jogos do Homem-Aranha. Vão continuar a balouçar por Nova Iorque, completamente aberta à exploração, enquanto seguem as missões de história ou se distraem com inúmeras atividades secundárias. A estrutura é semelhante, mas como devem calcular, tudo está muito melhor, a começar pelo combate.

O sistema de combate de Spider-Man parece claramente inspirado pela série Batman: Arkham.
O quadrado permite atacar, o triângulo atira uma teia para nos 'jogarmos' na direção do inimigo, o círculo permite evitar ataques (avisados com o sentido de aranha), o X salta, o R1 dispara teias para prender os inimigos, e R1 + L1 utiliza os objetos no cenário. Esta é a configuração básica do combate, mas depois existem mais elementos para desbloquear (incluindo acessórios), e muitas variantes - se segurarem no quadrado vão atirar os inimigos para o ar, se segurem no triângulo vão atirá-los ao chão, e assim por diante.

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Também vão encontrar vários tipos de inimigos. Ao contrário de Batman Arkham, existem muitos inimigos armados mesmo em combate, o que obriga o jogador a estar sempre em movimento. Uma boa forma de os neutralizar é com as teias, por exemplo. Também existem inimigos com escudos, que só podem ser atacados pelas costas, inimigos com tasers, granadas de luz, e lança-mísseis. E isto foram os inimigos que vimos ao início.

Na primeira grande missão de história, com bandidos a enfrentarem polícias dentro de um arranha-céus, não tivemos a oportunidade de agir furtivamente. Havia grande urgência, o que nos obrigou a estar sempre em combate ativo. Existem, contudo, momentos em que podem tentar apanhar os inimigos de surpresa. Aqui podem usar acessórios para os prender, puxá-los para o teto, e outras ações semelhantes. Mais uma vez, é difícil não pensar em Batman: Arkham, que também tinha situações parecidas, embora existam elementos suficientes em Spider-Man para diferenciar a jogabilidade.

Uma grande parte de Spider-Man é também a liberdade para balouçar livremente por Nova Iorque, e também este campo nos pareceu muito fluído. O R2 permite balouçar com a teia, e o ímpeto da personagem depende do momento em que largam a teia. O R2 é também o botão para correr (incluindo pelas paredes) e para momentos de parkour - o Homem-Aranha salta automaticamente por cima ou por entre objetos com o R2 pressionado. Com o X podem saltar e atirar uma teia para a frente, de forma a dar maior impulso e velocidade à personagem, enquanto o R2 + L2 permite atirar uma teia para onde a 'mira' está a apontar (se quiserem parar num candeeiro ou varanda, por exemplo). Um pormenor curioso é que, se não estiverem em combate, e se estiverem próximos dos cidadãos de Nova Iorque, podem usar o quadrado para os cumprimentar.

Quanto à cidade, parece ser fantástica, com grande detalhe, muita vida, e vários pontos de interesse. Um dos marcos mais impressionantes da cidade é precisamente a Torre dos Vingadores, o que confirma que existem mais super-heróis neste universo do Homem-Aranha. Aliás, existem muitas referências para descobrirem, bem como histórias sobre o passado de Peter Parker (Gwen Stacy?), e dezenas de colecionáveis.

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Personalização e progresso da personagem são dois elementos importantes do jogo. Ao cumprirem tarefas vão ganhar pontos de experiência, que permitem evoluir três aspetos das habilidades do Homem-Aranha, mas também existem engenhocas para descobrir e evoluir, além de muitos fatos para encontrar. Cada fato trás consigo uma habilidade única, mas não terão de ficar presos a um fato se não gostarem. Assim que desbloqueiam a habilidade de um fato, podem trocá-la com outro fato.

Depois há o lado técnico, que é impressionante. Spider-Man tem um grafismo impressionante, sobretudo considerando a dimensão do mundo. Ainda maultrapassar is espetaculares são as animações das personagens, extremamente fluídas e variadas - não podia ser de outra forma para recriar fielmente as capacidades do Homem- Aranha. Não é, contudo, perfeito. Personagens que estejam em esplanadas, cadeiras, ou movimentos 'presos' não têm qualquer reação às ações do Homem-Aranha, ao contrário dos peões que andam aleatoriamente da cidade - esses reagem de várias formas. A câmara também não pareceu perfeita, nem sempre conseguindo acompanhar as direções dos inimigos, mas nunca de forma a atrapalhar muito. Outro defeito está relacionado com a água. Se caírem no rio, a personagem não se mexe, limitando-se a boiar. Os barcos até passam pelo Homem-Aranha como se não tivessem solidez, e nem seque os podem usar como pontos de navegação - tudo o que podem fazer na água é voltar para as ruas.

Seja como for, são pequenos defeitos, que não beliscam o que é para já um dos jogos tecnicamente mais impressionantes da PS4. Uma palavra ainda para a localização portuguesa. De momento a Sony não está a divulgar nomes dos atores, para podem contar com legendas e vozes de português de Portugal.

Spider-Man impressionou-nos sempre que o vimos em vídeo, e agora que jogámos duas horas, essa sensação não diminuiu, pelo contrário. A jogabilidade parece estar no ponto, a história está a ter o respeito que a personagem merece, tecnicamente é fabuloso, e parece ter muito conteúdo para entreter os jogadores durante horas a fio. Depois de um fantástico God of War, e um bom Detroit: Become Human, a PS4 arrisca-se a ter aqui mais um exclusivo de grande qualidade.

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