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Soma

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Terror subaquático dos criadores de Amnesia: The Dark Descent.

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Soma é aquele tipo de jogo sobre o qual não convém saber demasiado, ou a experiência irá sofrer com esse conhecimento exagerado. Isso torna o exercício de escrever sobre este jogo um desafio peculiar, mas cá vai. Soma está a ser produzido pela Frictional Games, produtora que nos trouxe Amnesia: The Dark Descent e Penumbra. O jogo está em produção há vários anos e será lançado para PC e PlayStation 4 em setembro.

A demonstração que jogámos permitiu encarar uma boa sessão de jogo, a começar pelo início da aventura - de que não vamos falar. Basta dizer que a ação se passa debaixo de água e que a experiência é extremamente tensa. É um excelente ambiente para um jogo de terror: hostil, isolado, desconhecido e escuro. Em muitos aspetos lembra o efeito claustrofóbico da Sevastopol, a estação espacial de Alien: Isolation. Existem aliás vários paralelos que se podem fazer com esse jogo da Creative Assembly, sobretudo em termos de impacto visual e de imersão no cenário. Em Soma existe um fantástico sentido de espaço entre a personagem e o ambiente, que é quase tangível. Dito isto, Soma é a sua própria experiência e não um clone de Alien: Isolation.

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Podemos falar um pouco mais do conceito narrativo do jogo, que já foi revelado pela Frictional. Tudo se passa numa estação futurista posicionada debaixo de água. Não sabemos o porquê, ou como, mas enquanto explorávamos começamos a descobrir mais sobre o ambiente. A ideia passa por desvendar aos poucos o que se passou, enquanto tentamos encontrar uma forma de abandonar a estação.

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Outro elemento muito curioso, e até ligeiramente perturbador, surge na forma de máquinas que habitam a estação. Estas máquinas revelam traços humanos, que provocam alguns momentos inquietantes e que levantam questões relacionadas com moralidade e senciência. Queremos imediatamente descobrir mais sobre este mundo, sobre o porquê e o como de isto ter acontecido. Queremos levantar o véu de mistério que cobre esta história, e isso é meio caminho andado para uma boa experiência deste tipo.

"Identidade, consciência, e o que faz de um humano, humano. É o corpo que habitam? A vossa alma, ou a vossa mente? Estas são as questões que queremos provocar no jogador quando estiverem a jogar Soma," revelou-nos Aaron Clifford da Frictional durante a E3. Um tópico que nos pareceu evidente durante a nossa sessão de jogo.

Este tipo de experiências pedem abordagens peculiares, e por vezes podem ser estragadas com alguns clichés e 'muletas' utilizadas pelos videojogos. Amnesia, por exemplo, sofreu desse problema, tirando-nos da imersão ao nos lembrar que era um videojogo. Felizmente, pelo que vimos nesta sessão, Soma não parece sofrer com esses maus hábitos.

"Tentámos afastarmos-nos de tudo que possa ser identificado como uma clara mecânica de jogo, como medidores de sanidade, ou colecionar caixas e outros hábitos semelhantes," assegurou-nos Clifford. "Era tudo um tipo de necessidades de videojogos que acabam por retirar o jogador da experiência, e que não se ajustava a Soma. O nosso objetivo é manter o jogador imerso no nosso mundo."

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E conseguiram. Sem distrações e com uns bons fones nos ouvidos, durante um tempo deixamos-nos perder no mundo subaquático de PATHOS-2. O trabalho sonoro faz um excelente serviço ao reforçar a atmosfera, alternando efeitos distantes com outros sons mais próximos, que nos causaram alguns arrepios na espinha. Visualmente, Soma é muito sólido, com um estilo industrial, metálico e sinistro. É o tipo de ambiente que ninguém gostaria de visitar na vida real, mas que nos compele a explorar num videojogo.

Como acontece com os melhores jogos de terror, os momentos mais assustadores foram causados pela nossa própria imaginação, alimentada por várias sugestões subtis do jogo. Clifford afirmou que para Soma, o objetivo passa por apresentar um terror psicológico com um ritmo mais lento, mas com um efeito duradouro maior. Além de querer também deixar algumas perguntas no consciente dos jogadores.

Somos fãs de terror, e apreciamos um bom susto repentino como qualquer outro adepto do género, mas este é o tipo de terror que mais nos convence. Suspense, choque, mistério e dúvidas, são ingredientes que distinguem os bons dos geniais, no que respeita ao género de terror. E com isso, estamos ansiosos para voltar a explorar o mundo aterrador de Soma.

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