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Rock Band 4

Rock Band 4

A Harmonix mostrou-nos o que mudou, o que ficou na mesma, e o que futuro irá trazer para o novo Rock Band.

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Estamos sentados num dos cantos iluminados de um bar londrino, a bater o pé ao som da música que vem da parte mais escura do bar. O nosso olhar alcança uma multidão de jornalistas, que abana a cabeça ao som da banda improvisada que está no palco a tocar no novo Rock Band. Uma nota perdida aqui, um reinício rápido ali, e uma prestação vocal que até nem é assim tão má como isso. Típico Rock Band.

É uma banda formada por jornalistas de videojogos, convidados pela Harmonix para conhecerem o novo jogo da série, e que parecem fixados numa série de notas que descem rapidamente pelo ecrã. É difícil evitar um olhar reprovador quando um dos solos de guitarra é desempenhado de forma desastrada. Sobretudo porque sabemos o que vem a seguir.

Os nossos tempos de glória com guitarras de plástico já lá vão, tal como a perícia que um dia nos permitiu jogar Rock Band numa dificuldade respeitável. Temos a noção perfeita de que a nossa prestação vai ser um desastre, por isso é bom que a sala esteja escurecida, tapando as faces angustiadas de quem tiver de nos ouvir.

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Antes disso, conversamos com um colega sobre a ascenção e a queda do género musical. Guitar Hero perdeu foco com a introdução de novos instrumentos, ganhando uma complexidade que não precisava, enquanto que Rock Band se tornou num recipiente para um lançamento desproporcional de novos DLC. O género perdeu o entusiasmo, a paixão, e a atenção dos jogadores, com a exceção de alguns fãs mais dedicados.

Mesmo assim, este é claramente o tipo de conceito que só precisa de uma boa ideia e o timing certo para voltar a ser popular.

Para o diretor Dan Sussman, que é visto como o pai do género ao ter criado o primeiro Guitar Hero, foi necessário fazer uma pausa para que a equipa conseguisse superar o bloqueio criativo. Segundo Dan, o estúdio está no topo da sua inspiração criativa, e existe um grande entusiasmo com o novo projeto, mas foi necessário ultrapassar duas questões.

Primeiro, a equipa precisou de perceber se já estavam realmente fartos, ou não, de Rock Band. A resposta terá sido um tremendo "não." A segunda preocupação está relacionada com os jogadores. "Será que ainda querem saber de Rock Band?" questionou Sussman. Essa resposta será dada mais tarde, mas o importante para já é que a 'banda' voltou a reunir-se.

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Este bar subterrâneo e pequeno parece o local perfeito para a ressuscitação oficial de Rock Band, até porque representa o que os jogadores vão encontrar no novo modo carreira. Antes de tocarem em grandes palcos e estádios cheios, terão de passar por garagens e bares minúsculos. A ideia é recriar o espírito de uma banda em digressão, enquanto tentam reunir os amigos para tocarem juntos. "Queremos que seja mais fácil para as pessoas estruturarem a sua noite semanal de Rock Band, para que possam encarar uma sessão longa com maior conforto."

Rock Band 4

Parece-nos uma boa ideia, mas não é isso que se pretende para um evento como este para jornalistas. Aqui o que queremos são sessões rápidas, de uma canção por banda, com rotação de jogadores. Com exceção da bateria (que requer mais prática), todos os instrumentos estiveram constantemente em uso. Infelizmente, um incidente impediu a Harmonix de mostrar os novos instrumentos sem fios de Rock Band 4 aos jornalistas, que tiveram de se contentar com os instrumentos antigos, que serão totalmente compatíveis com o novo jogo. Aparentemente, basta ligar e tocar na PS4, enquanto que a versão Xbox One necessita de um adaptador próprio.

A Harmonix também fez questão de referir que os DLC dos jogos anteriores serão transitáveis para Rock Band 4, desde que sejam da mesma família de consolas (PS3 para PS4, Xbox 360 para Xbox One).

O novo jogo está a ser promovido como uma plataforma para a nova geração de consolas, o que sugere (mas não foi confirmado) que a Harmonix vai continuar a suportar Rock Band 4 com várias músicas e possivelmente até novos instrumentos. Isso levou-nos a questionar Sussman sobre o porquê de manterem a numeração no título, já que a ideia é dar um novo início à série.

"Queríamos que as pessoas percebessem que isto é verdadeiro passo em frente em relação a Rock Band 3. Não é um pequeno passo, mas um passo enorme. Isto é uma sequela massiva para Rock Band 3 em muitas formas. Tanto em termos do que estamos a fazer, como em termos do que não estamos a fazer. Queríamos que não houvesse qualquer confusão nesse aspeto e pensamos que Rock Band 4 passa melhor essa mensagem." Depois de uma pausa, Sussman confessou que "isso parece implicar que vai haver um Rock Band 5 ou 6, mas não queremos isso, queremos que as pessoas percebam a nossa ambição para que Rock Band 4 seja o jogo da nova geração, e que vai continuar a evoluir com o tempo. O Rock Band 4 que vão ver em 2018 será um Rock Band 4 diferente daquele que vão ver este ano."

Rock Band 4

Apesar da nova direção, é fácil identificar muitos dos elementos base de Rock Band neste jogo. A banda animada, o estilo característico do público, as referências visuais... tudo é identificável com Rock Band, embora melhorado com um grafismo superior. As grelhas dos vários instrumentos são apresentadas na secção inferior do ecrã, enquanto que a tabela para o vocalista surge numa secção superior, da esquerda para a direita. Também fomos informados que agora existe mais liberdade com o que o vocalista pode fazer, e desde que se mantenha afinado, é possível improvisar um pouco com as letras das músicas.

Ainda não estamos convencidos com a nova função que obriga o vocalista a "aquecer" o público antes da banda começar a tocar, mas o sistema de votação foi claramente melhorado. Em vez de voltarem ao menu para selecionar a próxima música, cada membro da banda pode votar numa seleção sugerida pelo jogo. A maioria determina a música a tocar de seguida.

A Harmonix promete uma estrutura multijogador mais afinada que no passado, mas não entrou em grandes pormenores sobre a sua estrutura. Também não foram revelados alguns dos modos de jogo extra que estarão disponíveis aos jogadores, ou algumas das particularidades mais avançadas da jogabilidade. Este tipo de informações serão determinantes para perceber se esta é uma rápida reunião da banda para ganharem dinheiro, ou se estão realmente empenhados em criar algo novo. Para já, tudo nos parece muito familiar, mas foi divertido voltar a jogar Rock Band.

Foi engraçado ver jornalistas de videojogos a abanar a cabeça ao ritmo de Tributo dos Tenacious D, ou I Believe in a Thing Called Love dos The Darkness. Enquanto ponderávamos se Rock Band 4 será divertido para um único concerto com amigos, ou se merece uma digressão completa, fomos buscar uma bebida ao bar. A nossa garganta estava demasiado seca, e a seguir era a nossa vez de cantar no palco.

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