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Resident Evil 7: Biohazard

Resident Evil 7: Biohazard

Passámos quatro horas com o novo Resident Evil - aqui ficam as nossas impressões.

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Até agora, tudo o que temos visto de Resident Evil 7: Biohazard foram amostras. Pequenas demos, vídeos, imagens. Mas recentemente a Capcom decidiu dar-nos algo mais, uma sessão de jogo de quatro horas que já permitiu ter uma ideia melhor da real direção do novo Resident Evil. Esta secção que experimentámos passa-se pouco depois da primeira hora de jogo, e de imediato reparámos que é algo muito diferente do que temos visto das demos.

Para começar, Resident Evil 7: Biohazard pareceu-nos muito mais Resident Evil do que vimos até aqui, e uma boa porção das nossas quatro horas de jogo foram passadas a resolver puzzles mais próximos do que vimos nos capítulos anteriores. Também percebemos que o inventário será uma peça realmente crucial para a experiência de jogo, muito mais do que o foi na demo. Ao estilo clássico de Resident Evil, o espaço disponível é muito curto (começamos com 12 ranhuras para itens), e eventualmente terão de tomar decisões sobre o que devem levar ou deixar.

Resident Evil 7 é realmente um jogo de terror e sobrevivência, e não de ação, o que significa que vão pagar caro pelos vossos erros. As munições são escassas, e quando os inimigos aparecem, têm de fazer com que cada tiro conte. Existem ervas e pacotes médicos que curam a saúde, mas têm de os preservar sempre que possível. Por exemplo, um dos nossos colegas jornalistas acabou por gastar imensas munições durante um encontro com dois inimigos, e isso complicou-lhe imenso o jogo para os momentos seguintes. De forma a conseguir progredir, este nosso colega teve de vasculhar cuidadosamente todos os cantos para recolher mais algumas munições e itens de saúde. Como fãs dos Resident Evil clássicos, adorámos este regresso às raízes de sobrevivência, puzzles, e terror.

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Com a passagem para a primeira pessoa, existem naturalmente muitas diferenças entre Resident Evil 7 e os antecessores, mas ainda podem detetar alguns traços característicos da saga. Toques subtis, como o som de apanhar itens, caixas que têm de ser despedaçadas com facas, e outros pormenores semelhantes, vão injetar um maravilhoso sentimento de nostalgia a qualquer fã de Resident Evil.

É bom que a Capcom tenha introduzido estes pequenos elementos familiares, mas esta é de facto uma experiência de jogo muito diferente. Depois do que jogámos na demo, e sobretudo depois desta secção de quatro horas, podemos afirmar que a perspetiva na primeira pessoa funciona bastante bem, inclusivamente durante os combates. Os controlos datados do passado já não estão aqui para atrapalhar, e tudo se passa com controlos de rápida resposta e fluidez. O combate em si não é muito diferente do que vimos noutros jogos, sobretudo com armas de fogo. Apontam com o gatilho esquerdo, disparam com o direito, e ainda podem usar uma faca que recebem no início do jogo. A opção para mudar rapidamente de arma ou acessório com os direcionais é também uma novidade muito bem vinda.

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Longe vão os tempos dos zombies lentos e previsíveis. Os inimigos de Resident Evil 7 são mais inteligentes, velozes, e criativos. Por vezes serão apanhados de surpresa, e nesses momentos terão de tomar decisões rápidas. O facto do inventário não pausar a ação só ajuda a acrescentar ainda mais à tensão do momento. Os inimigos que vão encontrar alternam entre os membros da família Baker e os "Molded", criaturas negras formadas pelo líquido que cobre algumas áreas do jogo. Um misto entre algo parecido com a simbiose que criou Venom, o vilão do Homem-Aranha, e os Regenerators de Resident Evil 4.

As quatro horas que passámos com o jogo pareceram seguir um padrão, que varia exploração, puzzles, e combates (com algumas batalhas com mini-bosses pelo meio). Por outras palavras, Resident Evil 7 tem um ritmo algo pausado, o que é positivo na nossa opinião. Os combates podem ser intensos, e ter a oportunidade de relaxar um pouco com alguma exploração e desafios diferentes é essencial para manter a experiência equilibrada. Dito isto, o perigo pode aparecer a qualquer momento (e vai aparecer a qualquer momento), por isso nunca podem relaxar demasiado. Também gostámos de perceber que o jogo está (pelo que jogámos) bem desenhado. A mansão é enorme e tem muitas hipóteses e salas, mas mesmo quando não sabíamos exatamente o que fazer a seguir, bastaram alguns momentos de exploração para voltarmos a encontrar o caminho.

Resident Evil 7 é também um jogo genuinamente assustador, muito mais do que anteriores. E não o consegue utilizando os truques mais fáceis, mas antes recorrendo a uma atmosfera que é realmente sinistra. A qualidade sonora é soberba, embora o jogo raramente tenha muito barulho a acontecer. Isto eleva outros sons mais subtis, como o ranger de madeira e os passos do protagonista, o que ajuda a criar momentos de antecipação e suspense. Outro elemento que contribuiu para este ambiente é a iluminação. Embora não existam muitas luzes no jogo, as que existem iluminam imensos objetos e produzem várias sombras. O resultado causa o aparecimento de sombras inesperadas, como a sombra de uma ventoinha a trabalhar na parede. Também existem momentos em que a luz falha por completo, e isso foi realmente assustador.

Não podemos falar sobre a estória do jogo em si, mas podemos falar da forma como é apresentada. Como já vimos na demo, a Capcom recorreu a uma mecânica de gravações para mostrar parte do enredo (como se tivessem encontrado cassetes ao estilo de Blair Witch Project). Um elemento interessante é que não se vão limitar a observar os eventos do vídeo, vão realmente vivê-los enquanto controlam a pessoa que está a segurar na câmara. Também é curioso, porque por vezes podem ver algo durante a gravação que pode ser útil mais tarde, quando eventualmente visitarem a mesma localização no presente. Por último, podemos referir que gostámos do que vimos do enredo, e estamos muito curiosos para ver como tudo será revelado a 24 de janeiro.

As demos deixaram boas indicações, mas também algumas preocupações. Estas quatro horas com Resident Evil 7 serviram para dissipar uma boa parte dessas preocupações. Gostámos da estória, da estrutura narrativa, do ritmo, da jogabilidade, do ambiente, e dos puzzles. Queremos perceber como evoluiu a aventura para lá da secção que jogámos, mas estamos mais confiantes que nunca de que a Capcom escolheu finalmente a direção certa para Resident Evil.

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