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Quantum Break

Quantum Break

A produtora de Max Payne e Alan Wake voltou a mostrar-nos o seu projeto mais ambicioso de sempre.

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A Remedy já tem alguma experiência na bagagem, responsável por jogos como Max Payne (antes de passar para a Rockstar) e Alan Wake. O seu novo projeto, Quantum Break, está próximo do lançamento, e a produtora convidou-nos para uma visita ao seu estúdio na Finlândia. Uma visita que começou com uma agradável surpresa: Quantum Break também será lançado para PC, via Windows 10. Mais, será lançado no mesmo dia que a versão de Xbox One, ou seja, a 5 de abril, e se fizerem a reserva da versão Xbox One, podem descarregar o jogo gratuitamente no Windows 10.

Antes de nos mostrarem o jogo propriamente dito, a Remedy levou-nos numa visita guiada ao estúdio, incluindo escritórios com largas dezenas de funcionários, e até o departamento de captura de movimentos para atores. Estas visitas guiadas são habituais neste tipo de eventos, mas no caso da Remedy, ficou bem evidente que a produtora e a Microsoft estão a apostar muito forte em Quantum Break, com níveis de produção elevadíssimos. Basta notar que desenvolveram o seu próprio motor de jogo (Northlight Engine) e criaram as ferramentas para a captura de movimentos, quando podiam ter licenciado tudo.

Foi uma visita realmente impressionante, que explica melhor o porquê dos constantes adiamentos de Quantum Break. O criador do projeto (e a cara original de Max Payne), Sam Lake, informou-nos que o objetivo desde início foi sempre criar uma verdadeira experiência Blockbuster digna de Hollywood, mas com grande narrativa cinemática e jogabilidade de ação a combinar. O diretor confessou que é de facto um objetivo ambicioso e arriscado, mas mostrou-se optimista para o futuro, e referiu que todos os elementos estão prontos para que possam atingir uma qualidade muito elevada com ideias inovadoras.

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Quantum Break será dividido em cinco actos, onde vão explorar a história de Jack Joyce, interpretado pelo ator Shawn Ashmore. Jack terá de lidar com o seu ex-amigo Paul Serene (interpretado por Aidan Gillen) e enfrentar a antiga companhia, Monarch Solutions. Isto pelo meio de graves quebras na realidade do tempo. Um elemento narrativo que a Remedy está a introduzir, é a passagem da perspetiva para Paul Serene no fim de cada acto, uma medida que pretende mostrar que nem tudo é tão preto no branco como pode parecer à primeira vista. Quando estão a controlar Serene, os jogadores terão de tomar decisões que podem afetar o futuro e direcionar a história por caminhos diferentes. Isto afeta, não só o percurso narrativo do jogo, mas também as sequências filmadas. Essa junção de experiência interativa com vídeos reais (estilo série de televisão) é algo muito ambicioso por parte da Remedy, e também um grande pesadelo de realizar, sobretudo devido às mudanças na história. Aparentemente o último episódio da série teve de ser filmado em 40 localizações diferentes.

A Remedy deixou-nos experimentar a primeira junção do jogo, que ocorre logo após o primeiro ato e no seguimento de um acidente catastrófico. Como Paul Serene tivemos de decidir a melhor forma da companhia abordar essa situação em termos de relações públicas. As alternativas eram "Hard Line" e "PR". A primeira escolha leva a Monarch Solutions a cobrir todos os vestígios do evento, e isso inclui eliminar testemunhas. Aparentemente é uma boa solução a curto prazo, mas pode levantar suspeitas e prejudicar o negócio da companhia. A outra opção, PR, atira as culpas para cima de Jack Joyce, pintando-o como o mau da fita e possivelmente facilitando a sua captura. O problema é que isto deixaria muitas pontas soltas que podem mais tarde ligar a Monarch Solutions aos estranhos eventos do tempo. O facto de Serene estar ligado a estas fraturas na linha temporal permitem-lhe olhar brevemente para o futuro, antes de tomar uma decisão.

Depois de tomarmos a nossa escolha, chegámos ao elemento mais controverso de Quantum Break. Durante o ano passado foi sugerido pela Remedy de que seria lançada uma série televisiva em conjunto com o jogo, mas afinal não será bem assim. Em vez disso, os jogadores vão ver mini-episódios entre cada acto, cada com um 20 a 22 minutos. Estes episódios focam-se sobretudo em Serene e na Monarch, explorando tópicos que vão além dos eventos jogáveis. O primeiro episódio mostrou-nos o agente Liam Burke, da Monarch, que foi indicado para lidar com a situação. Como escolhemos a opção Hardline durante a sequência jogável, que resultou na morte de muitos inocentes, Burke começou a questionar a sua lealdade à compahia.

Este episódio pareceu-nos bem produzido, ao nível do que se faz nas cadeias de televisão dos EUA. O facto do elenco contar com várias caras conhecidas de provas dadas, também ajudou à sua qualidade. É um dado que se alastra ao próprio jogo, já que o motor gráfico de Quantum Break permite algumas animações faciais de grande qualidade. Dito isto, não podemos deixar de referir que a transição entre jogo e vídeo real é um pouco chocante, mesmo quando já estávamos à espera do que ia acontecer. Ter de largar o comando durante mais de 20 minutos não nos parece algo que irá agradar a todos os jogadores. Se podem saltar estas sequências? Podem, e até podem revê-las mais tarde, mas se o fizerem vão perder contexto importante para a história.

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No meio de tudo isto está um jogo de ação na terceira pessoa, que tivemos a oportunidade de experimentar. Jogámos praticamente o primeiro ato inteiro, e ainda tivemos acesso a alguns momentos específico do segundo ato. A nossa sessão de jogo arranca de forma algo pacífica, na Universidade de Riverport. É aqui que as personagens principais (e o jogador) são apresentadas ao conceito da experimentação com viagens no tempo. Não será de todo surpreendente que tudo corra mal e o jogador passe rapidamente para o controlo. Foi um início com um bom ritmo, sem grandes tutoriais ou distrações.

Se estão habituados ao género de ação na terceira pessoa, com mecânicas de proteção e cobertura atrás de objetos, vão encontrar uma experiência relativamente simples nesse aspeto. O dado diferenciador de Quantum Break surge nos poderes que permitem controlar o tempo. Outro dado importante é o facto de que, embora possam procurar abrigo atrás de objetos, isso não vos irá proteger muito tempo. O jogo foi desenhado de forma a incentivar o jogador a estar quase sempre em movimento e a utilizar as suas habilidades especiais.

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O representante da Remedy informou-nos que a jogabilidade com armas foi simplificada precisamente para destacar as suas habilidades únicas. Por exemplo, não existem botões específicos para agirem furtivamente ou para rebolarem. Em vez disso terão de usar as habilidades para abrandar o tempo se quiserem correr de uma proteção para outra. Se tentarem jogar Quantum Break como um jogo de ação tradicional, não vão durar muito tempo. Alguns jornalistas tentaram jogar na dificuldade mais elevada, mas tiveram de desistir e recomeçar tudo. Será um modo apenas para quem já domine as habilidades especiais.

Mesmo assim, a mecânica de apontar e disparar continua a ser ponto vital da experiência, e nesse aspeto, não ficámos muito impressionados. Por norma habituamos-nos bem a qualquer controlo de um jogo deste género, mas neste caso fomos obrigados a baixar o grau de sensibilidade da câmara. Tudo o resto, contudo, funcionou bem. A ação parece dinâmica e divertida, e gostámos do ritmo que o jogo vai seguir, intercalando os momentos mais intensos com segmentos de puzzles e plataformas - sempre baseados nos poderes de Jack. Também podem contar com a típica mecânica de evolução da personagem e vários tipos de colecionáveis espalhados pelo mapa.

Quantum Break parece ser um jogo muito interessante, que nos deixou com uma boa sensação quanto ao que o produto final pode oferecer à Xbox One e ao Windows 10. Tem sido uma longa espera, sem dúvida, mas o resultado parece ser um jogo extremamente ambicioso, tanto a nível visual, como narrativo. Será curioso ver como os jogadores vão aceitar este híbrido de jogo com episódios de série televisiva, já que nós próprios estamos reticentes quanto à sua implementação, mas pelo menos deve ser reconhecida a ambição da Remedy. Tudo somado, estamos ansioso para deitar as mãos a Quantum Break em abril.

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