Português
Gamereactor
antevisões
Project CARS

Project CARS - com o Oculus Rift

O fim do ano vai estar recheado de jogos de condução - mas o único verdadeiro simulador é Project CARS.

HQ

Até ao final do ano vamos receber vários jogos de condução. A Xbox One recebe dois de uma assentada (pelo menos em Portugal), com Forza 5 Motorsport e Forza Horizon 2, e os utilizadores da PlayStation 4 poderão, finalmente, acrescentar Driveclub às suas coleções. Forza 5, já todos conhecemos, está próximo da simulação, mas não o é realmente. Os outros dois, embora não sejam vincadamente arcade, também não são exatamente simuladores. Esse estatuto irá por inteiro para o jogo da Slighty Mad Studios.

Já tivemos oportunidade de experimentar Project CARS no passado, mas a Gamescom permitiu meter as mãos na versão PlayStation 4 do jogo. Houve tempo para completarmos algumas voltas na pista de Hockenheim, ao volante de um BAC Mono. Não foi muito tempo, mas deu para perceber que o jogo mantém a excelente qualidade gráfica do PC, e que o Dual Shock 4 corresponde às exigências do simulador.

Num plano mais geral, a produtora indicou-nos que estão a trabalhar numa característica do jogo a quem apelida de "componente humana de 5%". Trata-se de um elemento humano que a equipa acrescentou à experiência e que, segundo a Slightly Mad Studios, fará a diferença entre algo bom ou muito bom. Este conceito está a ser aplicado a todos os elementos do jogo, incluindo grafismo, som e jogabilidade.

Um exemplo disto é a colaboração com Ben Collins (da Top Gear) e o piloto Oli Webb. O piloto ofereceu feedback à equipa de produção das suas experiências, pormenores como o impacto da luz solar em certas curvas durante determinadas horas do dia, e o comportamento do asfalto em pistas e locais específicos. Isto é um exemplo da atenção ao detalhe que a Slighty Mad Studios está a empregar no jogo. Sem surpresa, Oli Webb afirma que este é o primeiro jogo que pode usar genuinamente como um simulador de condução.

Publicidade:
Project CARS

Também foi refrescante perceber como a Slightly Mad Studios não parece dar muita importância à 'ganância' de aumentar o número de carros no jogo, ao contrário de Gran Turismo, por exemplo, que aumentou tanto o número de veículos, que não conseguiu manter uma qualidade coerente para toda a lista. Para não falar que muitos carros acabam esquecidos/ignorados pelos jogadores.

Em Project CARS vão encontrar mais de 50 carros e pistas (contando com todas as variações de cada pista). Convém também realçar que a Slightly Mad Studios é uma das três companhias que detém a licença oficial de Le Mans. A atenção ao detalhe da produtora chega quase a ser assustadora (e alguns até a acharão exagerada), mas a produtora está realmente empenhada em produzir a verdadeira simulação de condução, algo que afirma com tremenda confiança. Mas apesar dessa vontade da produtora, podem contar com várias opções que permitirão afinar a experiência, tornando-a mais - ou menos - exigente. A qualidade da simulação não é particularmente surpreendente, se considerarmos que é a mesma equipa que produziu GTR 2, que é ainda hoje um dos melhores simuladores de sempre.

Project CARS pretende crescer em cima da experiência que a produtora acumulou ao longo dos anos. A essência e o ADN de GTR são evidente, mas isso é combinado com a evolução da tecnologia de videojogos e da própria condução. O jogo até inclui um sistema climatérico realista, onde o tempo pode variar durante a corrida. Podem começar debaixo de uma tempestade tremenda, lutando pela posição, para depois emergirem vitoriosos quando o céu abrir. Os mais corajosos até podem participar numa recriação real de Le Mans 24 Horas, com um ciclo realista de dia e noite e clima dinâmico.

Publicidade:
Project CARS

Isto leva-nos a uma pequena função que será exclusiva para a versão PC de Project CARS (embora possa, hipoteticamente, ser semelhante na PS4 com o Project Morpheus), já que o jogo é compatível com o capacete de realidade virtual, Oculus Rift. A Slightly Mad Studios tinha o jogo ligado à última versão do capacete, e obviamente que não desperdicámos a oportunidade de o experimentar. A experiência acabou por ser extremamente impressionante, mas também um pouco desapontante.

Com o capacete posto, parece mesmo que estão sentados no carro. Podem olhar para os lados, inclinar a cabeça e olhar para o pavimento, por exemplo. É uma ilusão genuinamente impressionante. Dito isto, a qualidade da imagem está longe da que vimos com as versões sem capacete, mesmo considerando que os novos kits de Oculus Rift já suportam a verdadeira alta definição.

A experiência, com esta versão pelo menos, tem algumas vantagens, mas também desvantagens. A ilusão proporcionada, em conjunto com a forma fantástica como o capacete lê os nossos movimentos - e o jogo os interpreta - é fantástico. Mas a qualidade de imagem inferior, com um alcance de visão muito reduzido, dificulta a condução na pista. Mesmo que conheçam bem o circuito, é provável que percam os pontos de travagem ideais, já que é realmente difícil ler a pista com o Oculus Rift. Uma pena, porque sem o capacete, Project CARS é visualmente sublime.

Apesar destas queixas, a experiência com o Oculus foi memorável e dá-nos uma pequena indicação do que poderá ser o futuro dos jogos de condução. Dentro de alguns anos, com versões melhoradas do Oculus (ou do Project Morpheus), juntamente com equipamento e volante, poderão ter uma experiência genuinamente semelhante à dos pilotos profissionais. Por enquanto, contudo, preferimos jogar tradicionalmente, com o visual extremamente rico das versões normais.

HQ
Project CARSProject CARSProject CARS

Textos relacionados



A carregar o conteúdo seguinte