Durante a era dourada da Xbox 360, a Microsoft conseguiu cimentar a sua consola como o standard da geração anterior, apresentado não só uma série de exclusivos impressionantes, como Halo e Gears of War, mas também a maioria das versões superiores de jogos multi-plataformas, comparando com a PS3. Assassin's Creed, Grand Theft Auto, Splinter-Cell, e muitos outros nomes 'grandes', ajudaram a Xbox 360 a conseguirem esse estatuto, mas os nomes mais 'pequenos' também tiveram um contributo importante.
Falamos, por exemplo, de nomes como Super Meat Boy, Braid, e Limbo, jogos que abriram o mundo das consolas a produtoras mais pequenas, mas muito criativas e produtivas.
Uns anos mais tarde, e estamos neste momento a viver a situação inversa. A Xbox One que perdeu o estatuto de consola mais popular do mercado internacional para a PlayStation 4, e até está a ter concorrência feroz da Nintendo Switch. Os grandes exclusivos têm desiludido um pouco, sobretudo comparando com os das consolas concorrentes, e até os Indies passaram a apostar com mais força em PS4 e Nintendo Switch. Existe, contudo, uma exceção, um jogo que surge como um misto de jogo "Indie" (embora não o seja realmente) com a força da Microsoft por trás, e que resultou naquele que será o melhor exclusivo da Xbox One: Ori and the Blind Forest.
A Moon Studios sabe bem da importância que o seu jogo ganhou, e dedicou três anos à produção da sequela, Ori and the Will of the Wisps. Durante a E3 tivemos finalmente a oportunidade de o vermos verdadeiramente, e felizmente, o que vimos não desiludiu.
O mundo de Ori é dividido em três pilares nucleares: um mundo fantástico e espiritual, uma estória minimalista mas emocionante, e uma jogabilidade afinada e desafiante. Na demo que jogámos não conseguimos formar uma ideia sobre a estória em si, mas em relação aos outros dois pilares, podemos afirmar que esta sequela parece cumprir as exigências.
A demonstração que jogámos levou-nos para uma área desértica, mas ainda assim incrivelmente detalhada e linda. À semelhança do original, Ori and the Will of the Wisps apresenta um grafismo estupendo, com um estilo de arte que salta de imediato à vista. Vale a pena explorar o mundo do jogo só para apreciar a excelência do trabalho visual que está aqui em prática. Essa qualidade visual é acompanhada de um sistema sonoro à medida. A música, o som ambiente, e os efeitos sonoros de Ori, combinam para criar um ambiente fantástico, que combina na perfeição com o estilo visual do jogo.
Nada disto teria o mesmo impacto se a jogabilidade não estivesse à altura, mas felizmente, não desilude. O jogo é veloz, mas não demasiado, a precisão nos saltos é fantástica, e o combate parece ter sido refinado em relação ao antecessor. Aliás, pelo menos na demo que jogámos, o combate parece ter sido um dos elementos mais trabalhados. À medida que avança pelo jogo vão desbloqueando uma série de habilidades, e até armas mágicas, incluindo lanças, espadas, e martelos. Os controlos pareceram-nos perfeitos, enriquecidos por excelentes animações, não só de Ori, mas também dos inimigos, cujo feedback dos impactos é muito satisfatório. O design dos níveis, seja ao nível de plataformas, caminhos, segredos, ou posicionado dos inimigos, parece também ter sido muito considerado e trabalhado.
Embora seja uma demo de um jogo ainda em desenvolvimento, Ori and the Will of the Wisps apresentou já uma jogabilidade bastante intuitiva e uma experiência de jogo altamente polida. Isso, aliado a uma fantástica combinação de elementos audiovisuais, parece somar um dos exclusivos mais promissores da Microsoft. Na realidade, é difícil encontrar algo que tenha sido menos positivo durante a nossa sessão de jogo com Ori. Se o resto do jogo cumprir com o que a demo promete, Ori and the Will of the Wisps pode vir a ser algo muito especial.