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Hitman

Hitman

O jogo que desperta o pior que há em nós.

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Os jogos podem ser uma excelente forma de escapismo, capazes de nos transportar para locais distantes, ou para papéis que nunca faríamos na vida real. Como o de um assassino profissional. Mas não deixa de ser curioso que um jogo como Hitman nos leve a pensar sobre as melhores formas de matar pessoas, o que não é exatamente um pensamento saudável, dirão alguns. A culpa é do mapa aberto onde decorre o prelúdio do jogo, repleto de possibilidades que podem explorar para eliminar o alvo.

Este novo Hitman não tem tido vida fácil, alvo de muitas incertezas por parte da IO Interactive e Square Enix, que se traduziram em dúvidas e receios dos jogadores. Pelo menos agora, Hitman parece ter uma estrutura bem definida. O jogo vai assumir um formato episódico, distribuído digitalmente, e o pacote inicial de conteúdo chega a 11 de março. Depois serão disponibilizadas novas localizações, como Tailândia, Itália e Japão, numa regularidade mensal. Mais próximo do fim do ano será lançada uma edição física, que irá reunir todo o conteúdo. Este primeiro capítulo, que jogámos recentemente, inclui o prelúdio e a área de Paris.

É uma estrutura inesperada para Hitman, mas justificada por Hannes Seifert, presidente da IO Interactive, que relembrou que em 15 anos, só fizeram cinco jogos. Entre Blood Money e Absolution, passaram-se seis anos de produção, o que é imenso tempo e retira espaço para a produtora expandir os jogos depois do lançamento. Segundo Hannes, com Absolution tentarão seguir as opiniões dos jogadores, e lançaram uma variante multijogador na forma de Contratos, um modo que se tornou bem mais popular que o esperado.

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Esta terá sido a base da inspiração para a IO Interactive tentar mudar a estrutura de Hitman. Ao lançarem o jogo em formato episódico, e exigindo uma ligação constante à internet, a produtora conseguiu implementar ideias que no passado seriam impossível. A fantasia de viajar pelo mundo como um assassino profissional disfarçado de turista é uma das mais comuns em romances do género, e a IO quer passar essa sensação com o novo jogo, através de um conceito de apelidou de World of Assassination.

Hitman não é um jogo em mundo aberto como GTA, por exemplo, mas inclui mapas bastante amplos para o jogador explorar. Esses níveis surgem num mapa-mundo como localizações espalhadas pelo globo, cada uma com potenciais alvos que podem tentar eliminar. O objetivo da IO Interactive é manter esse mundo dinâmico e vivo, introduzido eventos, desafios e objetivos com regularidade. Por exemplo, alguns alvos mais difíceis de encontrar só estarão disponíveis para eliminar durante 48 horas, e depois disso serão retirados do jogo. Os jogadores irão acumular prestígio conforme os alvos que abatem, e estes objetivos mais difíceis e temporários, vão contar imenso para essa classificação. Outros "assassinos" menos devotos também podem participar em eventos mais casuais, já que a IO promete oferecer conteúdo para todos os tipos de jogadores.

O modo de contratos de Absolution está de regresso no novo Hitman, numa versão expandida e melhorada. A ideia é criar contratos que aumentem de dificuldade e desafio, mas os jogadores também serão premiados pela sua criatividade e rapidez. Os pontos que ganham nos assassinatos podem ser gastos na compra de equipamento, que pode ser especializado ou generalizado. Antes de cada missão terão a hipótese de escolher o equipamento que acham mais adequando para a tarefa em mãos.

Esta estrutura pretende manter o jogo bastante vivo e fresco, mas também implica o sacrifício do elemento narrativo. Enquanto todos os outros jogos da saga sempre seguiram uma história muito vincada, a do novo Hitman será mais abrangente e secundária. De qualquer forma, cada missão e nível terá o seu contexto, e os jogadores mais interessados podem procurar documentos ou ouvir conversas para aprofundarem o seu conhecimento dos eventos.

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Todo este conceito de estrutura online e dinâmica parece-nos bastante interessante, mas para já, apenas no papel. Ainda não tivemos a oportunidade de experimentar o jogo desta forma, e será importante verificar se tudo estará a funcionar devidamente aquando do lançamento a 11 de março.

De qualquer forma, o que experimentámos de Hitman foi suficiente para agarrar o nosso interesse. O prelúdio jogável vai passar-se vários anos no passado, quando o Agente 47 ainda estava a começar o seu percurso na Agência. Terão a oportunidade de testemunhar o primeiro encontro entre o agente e Diane, e cumprir o treino especializado que serve como tutorial também para o jogador. É um momento bastante inspirado por parte da IO Interactive, que pede ao jogador que recrie alguns dos assassinatos mais famosos da história, através de cenários que parece saídos de um estúdio de cinema. A jogabilidade é típica de Hitman, mas cedo se torna evidente que a IO teve o objetivo de puxar pela criatividade dos jogadores.

Cada missão tem várias soluções óbvias para os jogadores explorarem, mas também existe alguns métodos menos evidentes, e tentar descobri-los é parte do encanto de Hitman. A abordagem clássica passa normalmente por roubar um disfarce que nos aproxime do alvo, mas o jogo inclui um novo sistema de "oportunidades", que surgem em determinados momentos de cada nível. Um dos alvos que tínhamos de abater era Jasper Knight, e durante o nível ouvimos alguns mecânicos conversarem sobre um avião que o próprio Jasper iria testar, seguida da mensagem "oportunidade revelada". Neutralizámos um mecânico, roubamos a sua roupa, e fomos diretamente para o hangar.

Aproveitámos para remover a segurança de ejeção do assento, e invocamos Jasper para vir inspecionar o avião. Quando experimentou a segurança do assento, bom, não foi bonito. Para Jasper. O jogo inclui algumas ajudas de como podem tentar algumas abordagens mais criativas, mas se quiserem uma experiência realmente pura e desafiante, podem desligar essas dicas. Depois de terminarmos este período de tutorial, a ação passou-se para Paris, e o nosso alvo passou a ser Viktor Novikov. Trata-se de um peso pesado da moda, que está a organizar um grande evento para modelos e estilistas.

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Novikov é também um membro da IAGO, uma rede internacional de espionagem que roubou uma lista importante. Cabe ao Agente 47 livrar-se deste problema e recuperar a lista. A missão decore numa enorme mansão, que serve normalmente de museu. O local está rodeado de um belo jardim, inundado com repórteres, guardas e modelos. O nível tutorial já parecia ter muitas possibilidades, mas nada que se compare a este primeiro nível real.

Descobrimos que o modelo Helmut Kruger está a criar problemas a Viktor, e decidimos segui-lo. O nosso plano inicial passava por retirá-lo da jogada e tentar assumir o papel de modelo, mas a meio do caminho ouvimos alguns criados mencionarem o cocktail favorito de Viktor. Roubámos a receita no bar, encontrámos um criado isolado que já não precisava da sua roupa, e fomos até à cozinha para acrescentar veneno de rato na bebida. Tudo corria bem, até ficarmos gulosos e tentarmos sabotar o sistema de vigilância dos guardas. Fomos detetados e rapidamente abatidos.

Podemos olhar par Hitman quase como um puzzles para assassinos, onde cada peça tem uma história para contar. Vão precisar de puxar pela vossa criatividade e explorar várias das vossas habilidades enquanto jogadores. Infelizmente, nem tudo correu bem nesta nessão. Hitman mostrou também vários problemas técnicos, e não estava ainda num estado suficientemente estável para um lançamento sem problemas. Gostámos da direção que o jogo está a tomar, mas tememos que a IO Intertactive caia no erro de lançar Hitman antes de estar devidamente preparado. Seria uma pena ver um jogo com tanto potencial cair em desgraça devido a um lançamento precipitado. Cá estaremos aquando da análise para perceber se a IO Interactive conseguiu, ou não, afinar a experiência a tempo.

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