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Bleeding Edge

Bleeding Edge - Impressões Finais

Os jogadores de Xbox vão encontrar aqui um jogo cheio de ação, personalidade, e excentricidade.

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Bleeding Edge marca uma série de estreias: é o primeiro jogo que a Ninja Theory está a produzir enquanto estúdio da Microsoft, é o primeiro jogo online da editora que nos trouxe Heavenly Sword, Enslaved, DMC: Devil May Cry, e Hellblade: Senua's Sacrifice, e se tudo correr bem, será o início do que se espera ser uma longa série. Tínhamos curiosidade para conhecer melhor Bleeding Edge, o que inspirou a sua criação, e de que forma pretende distinguir-se entre um género que vive e respira Overwatch. Estamos afinal de contas a falar de um jogo de confrontos online à base de 'heróis', mas descobrimos que Bleeding Edge tem uma série de fatores diferenciadores.

O primeiro desses factores é a câmara, já que ao contrário da maioria dos jogos do género, que se passam na primeira pessoa, Bleeding Edge joga-se na terceira pessoa. Depois há o facto do combate dar maior primazia a confrontos corpo-a-corpo do que a tiroteios, o que lhe confere um ritmo completamente distinto. Em mais do que uma ocasião lembrámos-nos de títulos como Street Fighter e Tekken, pela forma como o combate se equilibra entre acessibilidade arcade para novatos e profundidade para quem quiser dominar o jogo.

Cada personagem de Bleeding Edge tem duas posturas de combate, o que define a habilidade ultra-especial que pode usar uma ou duas vezes por partida. Com uma estrutura de quatro contra quatro, com objetivos de equipa, é essencial que os jogadores utilizem as suas habilidades de forma adequada. Quanto ao elenco de personagens, impressionou-nos pela sua diversidade. Existem mulheres e homens de todas as raças, faixas etárias, e tamanhos (até existe um golfinho enfiado num robô!), mas todos apresentam grande personalidade.

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A Ninja Theory confessou-nos que definiu bem cedo a intenção de criar um elenco equilibrado em termos de personagens masculinas e femininas, mas tudo o resto ia ser entregue à imaginação. O facto do estúdio ser formado por pessoas de vários países, raças, culturas, e passados permitiu ao jogo ganhar esta riqueza em termos de criatividade e diversidade de forma natural. Curiosamente as habilidades e os propósitos de cada personagem foram definidos antes de tudo o resto, e só depois pensaram no tipo de figura que seria capaz de cumprir esses pré-requisitos.

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Ao todo existem 12 personagens no elenco original (conheça-as aqui), todas desenhadas com grande personalidade e cuidado, num processo que envolveu artistas, animadores, e técnicos de áudio. A primeira personagem realizada por completo foi Buttercup, uma "peso-pesado" que tem um mónociclo gigante em vez de pernas, duas serras giratórias como armas, e vários "melhoramentos cibernéticos" implementados depois de um grave acidente. Como todas as personagens, tem duas posturas de combate - uma em que está em pé, e outra em que coloca as serras no chão, transformando-se praticamente numa mota furiosa e pesada. Buttercup foi depois utilizada como referência por parte de toda a equipa, ainda que reconheçam inspiração em obras de animação japonesa como Akira e Ghost in the Shell. Era no entanto fundamental manter tudo num estilo cartoonesco, com um tom mais leve e excêntrico do que realista e sombrio.

Bleeding Edge é um jogo com um estilo visual muito vincado e particular, que é acompanhado por efeitos sonoros, músicas, e vozes, a condizer. A banda sonora em si lembrou-nos de algo saído dos anos 90, com batidas contagiantes de funk e hip-hop, desenhadas para aumentar a adrenalina antes de cada partida. De momento não é tocada qualquer música durante os combates em si, mas a Ninja Theory confirmou-nos que pode eventualmente mudar isso no futuro, sobretudo considerando que foi uma das várias sugestões que receberam durante a beta. Mas isso só irá acontecer se o conseguirem fazer de forma a que não seja intrusivo, já que Bleeding Edge tem já muito a ocupar o jogador, que não precisa de ser distraído pela música.

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Com oito jogadores em 'campo', personagens tão excêntricas, vários tipos de habilidades, e muitos efeitos de ataques e do próprio cenário, por vezes há muita coisa a acontecer no ecrã, e um dos maiores desafios numa primeira fase será fazer sentido de tudo o que se passa durante os momentos mais caóticos. Segundo a Ninja Theory, isto acontece sobretudo quando os jogadores ainda não sabem muito bem o que andam a fazer, já que tendem a concentrar-se no meio. Com mais experiência, contudo, a tendência é para que comecem a ocupar melhor os espaços do mapa, já que o posicionamento tático será também bastante importante, sobretudo em jogos com duas equipas de jogadores organizados.

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Como em qualquer título que envolva personagens com habilidades distintas em confrontos por equipas, a vitória ou a derrota começa logo a ser determinada na composição do próprio grupo de heróis. Não podem existir personagens repetidas nos grupos, mas é importante que todos os 'papéis' estejam preenchidos. Nesse aspeto Bleeding Edge não foge muito da regra, remetendo para a 'santa trindade' de classes - tanque, dano, e suporte -, embora exista variedade na forma como as personagens da mesma classe cumprem as suas funções. Ficámos particularmente impressionados com a atenção dada às classes de suporte, extremamente dinâmicas e interessantes, o que é uma forma da Ninja Theory combater o facto de normalmente serem as classes menos escolhidas. Em Bleeding Edge, suporte será essencial para a vitória, já que o jogo foi propositadamente desenhado para que as personagens não sejam auto-suficientes, obrigando a trabalho de equipa e à presença de classes de suporte.

Embora as personagens sejam definidas, ainda existe algum espaço para personalização através do sistema de modificações. Cada personagem pode equipar até três modificações, e todas custam o mesmo para serem desbloqueadas. A ideia não é ter umas modificações melhores e outras piores, mas uma variedade de opções para que o jogador encontre o estilo que mais se adequa à sua personagem e à sua equipa. Aumentos no dano e na saúde, e redução do tempo de esperar entre habilidades, são alguns exemplos de modificações.

Bleeding Edge chega a 24 de março e tem uma grande vantagem a seu favor, que é o facto de estar incluído no Game Pass de Xbox One e PC. Isto praticamente garante um elevado número de jogadores logo a partir do dia de lançamento, e se tudo correr como planeado, a presença constante de participantes permitirá à Ninja Theory apostar com maior afinco na introdução de mapas, personagens, e modos. Além disso, considerando que a Ninja Theory agora pertence à Microsoft, isso abre hipoteticamente um mar de possibilidades em termos de crossovers com outras licenças. Precisamos de mais tempo com o jogo, mas o que vimos até agora deixou-nos confiante de que Bleeding Edge pode chegar para ficar durante bastante tempo.

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