Devil May Cry 5: Special Edition pode não estar no topo da lista de jogos "next-gen" da maioria dos jogadores, mas a verdade é que a Capcom fez um bom trabalho de conversão do jogo para as novas consolas. Mas antes da conversão, convém lembrar que Devil May Cry 5 marcou o regresso triunfante da saga, envolvendo uma história empolgante com três personagens jogáveis - cada uma com um estilo muito peculiar de combate.
O jogo não é perfeito, e a segunda metade em particular apresenta um design algo desinspirado dos níveis, mas a jogabilidade à base de combinações espetaculares estava toda lá, e o motor RE Engine garantia uma experiência fluída e vistosa. Para mais detalhes acerca da versão base de Devil May Cry 5, aconselhamos uma espreitadela na nossa análise original.
O grande destaque desta edição especial é a introdução de Vergil como personagem jogável, juntando-se a V, Nero, e Dante (também está disponível como um DLC para a edição original). Ao contrário das outras personagens, que têm níveis específicos ao longo da campanha, Vergil é jogável de princípio ao fim, através de um modo alternativo (só se aplica a Vergil, as outras continuam presas aos seus níveis). Existem algumas sequências contextuais, mas jogar neste modo implica perder a maioria dos vídeos. Preferíamos que a Capcom tivesse feito uma campanha real para Vergil, mas supomos que isso seria pedir muito.
Vergil de DMC5 é muito semelhante ao que encontrámos nos jogos anteriores, uma personagem extremamente poderosa que é um pouco mais difícil de controlar que as restantes, já que exige um tempo de resposta mais preciso, e espaço para libertar o seu poder. Vergil tem acesso às armas Yamato, Mirage Edge, e Beowulf, um trio que lhe permite controlar o combate com relativa distância. Encontrar combinações eficazes enquanto alterna as armas em tempo real, é crucial para atingir as pontuações máximas, o que no fundo é o verdadeiro objetivo de qualquer Devil May Cry.
O outro grande atrativo desta edição especial são os melhoramentos gráficos, possíveis pelo hardware superior das novas consolas. Testámos Devil May Cry 5: Special Edition na PlayStation 5, o que permitiu experimentar várias definições gráficas diferentes, nomeadamente as seguintes: 1080p sem Ray Tracing a 120 frames por segundo, 1080p com Ray Tracing a 60 frames por segundo, 4K sem Ray Tracing a 60 frames por segundo, 4K com Ray Tracing a 30 frames por segundo. Estas opções estão disponíveis na PS5 de raíz, e ficarão disponíveis em breve na Xbox Series X, mas a versão Xbox Series S não vai ter Ray Tracing, o que é lamentável.
Das várias opções disponíveis, acabámos por encaixar em 1080p a 60 frames por segundo com Ray Tracing. 4K a 60 frames por segundo também é uma opção válida, mas dificilmente abdicaríamos dos 60 frames por segundo num jogo como este. Claro que a opção 120 frames ainda é mais fluída, mas infelizmente não temos uma televisão capaz de suportar esse modo. Seja como for, Devil May Cry 5 sempre teve um grafismo impressionante, e com Ray Tracing a comandar reflexos e iluminação, fica ainda melhor.
Outra novidade da edição especial é o modo de dificuldade Legendary Dark Knight, que será um verdadeiro teste até para os jogadores mais habilidosos. O número de inimigos aumenta consideravelmente e têm tendência para cercar o jogador, o que significa que terá de estar em movimento constante. Por outro lado, é uma excelente oportunidade para bater recordes de pontuação. Uma palavra ainda para o regresso de Bloody Palace, que é uma excelente forma de treinar e de obter algumas esferas vermelhas.
O facto de não suportar Ray Tracing na Xbox Series S é desapontante, tal como é a ausência de uma transição gratuita para quem comprou o jogo na PS4 e na Xbox One, mas Devil May Cry 5 continua a ser um excelente jogo de ação à base de combinações. E com várias opções gráficas á sua disposição, a introdução de Vergil, e o modo Legendary Dark Knight, esta Special Edition assume-se como a melhor forma de experienciar Devil May Cry 5.