Nunca pensámos que The Witcher 3: Wild Hunt seria um dia adaptado à Nintendo Switch, considerando as limitações de hardware da consola em relação ao PC e às concorrentes, mas aqui está ele. A qualidade do jogo é inegável, já que se trata de um dos melhores RPG desta geração - possivelmente o melhor -, e considerando que esta versão inclui todos os DLC e expansões, estamos a falar de potencial de mais de 100 horas de jogo de qualidade.
Para uma análise mais concreta ao próprio jogo, talvez queira espreitar a nossa análise original aqui, já que o que estará realmente em análise neste artigo é a conversão à Nintendo Switch, não tanto o próprio jogo. Testámos vários elementos da experiência, incluindo jogabilidade portátil e TV, para finalmente chegarmos a um veredito que pode ler em baixo.
Como já referimos, trata-se de um jogo massivo, e isso custa algo como 31 GB de espaço, pelo que deve ter isso em conta caso compre a versão digital - a versão física está incluída num cartão de 32 GB. A nível de jogabilidade, a adaptação foi muito positiva, e o jogo funciona perfeitamente com os Joy-Con. Se um comando Pro será melhor para jogar The Witcher 3? Sim, mas não tivemos problemas de maior com os Joy-Con, tanto soltos, como adjacentes à consola.
Em modo portátil, The Witcher 3: Wild Hunt corre numa resolução de 540p, o que é muito inferior ao que se pratica nas outras consolas. Isto significa que a qualidade de imagem é significativamente menos definida, mas como estamos a falar de um ecrã de dimensões reduzidas, essa resolução menor acaba por não ter um impacto muito grave. Mais importante que a resolução é o facto da interface, dos textos, e das legendas, terem sido adaptadas de forma muito positiva. Era uma das nossas preocupações, mas não tivemos problemas para ler textos ou identificar ícones no mapa em modo portátil.
Também testámos a capacidade da bateria para correr Witcher 3, e dependendo de factores como iluminação e volume, a bateria irá durar entre duas horas e meia a três horas, numa Switch base.
Gostámos imenso da nossa experiência de The Witcher 3: Wild Hunt na Switch, em modo portátil, já que o jogo foi claramente optimizado para essas condições. Infelizmente, a experiência em TV foi menos impressionante. Se a resolução inferior não é muito problemática no pequeno ecrã da Switch, numa grande televisão torna-se bem mais evidente a menor definição, das personagens e do cenário, mesmo que a resolução do modo TV seja 720p, ou seja, superior à resolução do modo portátil. Ainda assim, e sobretudo em cutscenes, é evidente que as personagens estão um pouco mais detalhadas no modo TV que no modo portátil, mas não é uma diferença considerável.
The Witcher 3: Wild Hunt corre a um máximo de 30 frames por segundo na Nintendo Switch, à semelhança das versões PS4 e Xbox One, e por norma consegue manter valores próximos desses, mas não sempre. Em áreas mais movimentadas, ou em que os efeitos gráficos sejam mais exigentes, notam-se quebras de fluidez, sobretudo no modo TV, onde a resolução é maior. As versões PS4 e Xbox One, sobretudo aquando do lançamento original, também tinha problemas de fluidez, mas os que estão presentes na Switch são mais significativos.
Dentro de The Witcher 3 existe um mini-jogo de cartaz chamado Gwent, que se tornou muito popular entre os jogadores. Essa popularidade foi de tal forma impressionante, que a CD Project Red até criou um jogo apenas dedicado a Gwent. Como é natural, Gwent está também presente nesta versão de The Witcher 3, e funciona bastante bem. No modo portátil pode ser um pouco confuso diferenciar as cartas que estão na fileira vertical, mas de forma geral, continua a ser tão divertido como sempre foi.
Ter um jogo como The Witcher 3: Wild Hunt a correr na Nintendo Switch é um feito impressionante. Ao contrário de outras adaptações, nota-se que houve aqui um grande esforço e trabalho para optimizar o jogo ao hardware e às especificidades da consola. Não é perfeito, já que sofre com alguns problemas de fluidez, e as reduções da qualidade gráfica tornam-no por vezes mais feio do que alguns jogos construídos de raiz para o sistema, mas ter Witcher 3 em formato portátil é um luxo delicioso, e se a Switch é a única forma que têm de desfrutar deste jogo, então é uma recomendação fácil.