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The Flame in the Flood

The Flame in the Flood

Deixámos-nos levar pela corrente, neste encantador jogo de sobrevivência.

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O género de jogos de sobrevivência explodiu nos últimos anos, experiências que pedem ao jogador que se 'desenrasque' com apenas meia dúzia de recursos ao seu dispor. Essa é também a base de The Flame in the Flood, embora utilize um contexto que nos agarrou mais do que a maioria dos outros jogos. A protagonista é Scout, uma jovem rapariga equipada apenas com uma mochila e o seu cão. É desta forma que terão de enfrentar o mundo gerado aleatoriamente pela The Molasses Flood, com a penalização de morte permanente.

A história decorre num futuro próximo, em que a civilização já não é o que era. Muitos dos continentes ficaram submersos e o cenário que vão encontrar é um de desolação e destruição, quase como uma versão menos radiotiva de Fallout 4. Para sobreviverem têm de estar sempre em andamento, já que nunca existem recursos suficientes para se sustentarem num único local. É uma viagem constante, em que terão de fazer paragens ocasionais para procurarem itens essenciais para a vossa sobrevivência - mas certifiquem-se que têm espaço que chegue no inventário.

Para sobreviverem precisam de cuidar de algumas necessidades básicas, como o cansaço, a fome, a sede e o calor. Também existe a hipótese de apanharem doenças e de se magoarem consideravelmente. Se não tiverem cuidado com estes elementos, a vossa aventura será bastante curta. Infelizmente a mochila não dá para tudo, e terão de tomar algumas decisões difíceis ao longo do percurso. Será uma luta dura pela sobrevivência, que não é facilitada pelas fortes correntes do rio que empurram a jangada de um lado para o outro. Nem sempre vale a pena desperdiçar muita energia a remar contra a maré, apenas para chegarem a um local que não tem o que precisam.

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Estas mecânicas, em conjunto com a geração aleatória do terreno, impossibilitam a elaboração de grandes planos. Em vez disso terão de sobreviver no momento, de reagir às circunstâncias da situação, e esperar que seja suficiente para ultrapassarem mais uma noite. Existem muitas decisões pequenas que podem ser a diferença entre a vida e a morte, como deixar uma lata de comida para trás para terem o suficiente para criarem um fogo, por exemplo. A primeira hora de jogo é particularmente caótica, já que vão tentar arrecadar o maior número de recursos possível. Esta priotização dos recursos é um dos elementos que mais distinguem The Flame in the Flood de outros jogos do género, como Don't Starve.

A maioria dos títulos que seguem este tema acabam por cair num ciclo que pede a criação de uma base permanente para o jogador, um local onde possam guardar recursos e sentir-se seguro. A sobrevivência eventualmente passa para segundo plano, já que começam a ficar demasiado fortes para o que o jogo tem planeado. Isso não é tão fácil de acontecer em The Flame in the Flood, onde o foco está sempre na sobrevivência de momento a momento.

O jogo da The Molasses Flood também se distingue noutros aspetos, como o estilo gráfico e a excelente banda sonora. Parece-nos óbvio que The Flame in the Flood foi produzido por elementos talentosos em todos os departamentos, o que não é totalmente surpreendente quando consideramos que membros da equipa trabalharam em jogos como Halo 2 e Bioshock. Apreciámos vários aspetos de The Flame in the Flood, mesmo considerando que também existem defeitos, mas nenhum nos incomodou tanto como os lentos menus.

Organizar o equipamento e os recursos faz lembrar os tempos dos primeiros Resident Evil, com uma constante dança de itens que era perfeitamente desnecessária. Têm de estar sempre a mudar entre o que carregam na mochila, o que leva o cão ou o arrumam na jangada. Testámos as duas versões do jogo - Xbox One e PC -,e embora na última a situação seja menos frustrante, a verdade é que a experiência de gerir os recursos não é muito positiva em qualquer versão do jogo.

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À semelhança de outros títulos de sobrevivência, o facto de empregar morte permanente e cenário gerado aleatoriamente, garante uma grande longevidade a The Flame in the Flood. Existe sempre o objetivo de fazer melhor do que na tentativa anterior, de empregar tudo o que aprendemos com as mortes passadas. Noutro registo, também vão encontrar algumas personagens memoráveis espalhadas pelo mundo de jogo, que vão proporcionar encontro interessantes. Apesar dessa interação ocasional, The Flame in the Flood é um jogo solitário, onde a única companhia real é o cão da jovem.

É uma pena que os menus, o sistema de inventário datado e a gestão de itens interfiram tanto com a experiência, porque de resto ficámos encantados com The Flame in the Flood. Mesmo considerando estas falhas, é um jogo facilmente recomendado para todos os adeptos de jogos de sobrevivência, morte permanente e cenários gerados aleatoriamente. Uma pérola para os jogadores de PC e Xbox One descobrirem.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
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Algumas decisões práticas difíceis. É desafiante. Tema interessante. Bom esquema de sobrevivência.
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Os menus podem ser excessivamente lentos.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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