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The Blackout Club

The Blackout Club

Stranger Thins e Actividade Paranormal fundem-se neste novo híbrido de terror e acção furtiva.

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É comum, no género, de terror, sermos perseguidos por uma criatura que não conseguimos ver ou antecipar - com a série Actividade Paranormal a surgir-nos automaticamente no pensamento. Da mesma forma, existe uma outra ferramenta utilizada no mundo do horror que é o grupo de adolescentes em luta contra monstros ou assassinos aterradores, que seriam adversários à altura de um grupo de adultos armados e preparados para o confronto - com Stranger Trhings a ser outro exemplo perfeito. Nós sabemos que estas situações acabam por se resolver a favor das vítimas, mas a pergunta que devíamos fazer, no entanto, é o que aconteceria se juntássemos os dois estilos num só. A Question decidiu responder à pergunta com o seu último jogo, The Blackout Clube, que liga o género de terror com a furtividade e partidas online.

Depois de várias situações incomuns que deixarem os adultos da pequena cidade de Redacre num estado quase catatónico, um grupo de adolescentes, que sofrem de algumas falhas de memória com diferentes durações de tempo, decide encontrar respostas para o que se passa. The Blackout Club é o nome do grupo de jovens que se unem depois de um membro ser raptado por uma criatura estranha. Como um jogo de terror com um foco na furtividade, The Blackout Club é uma experiência online (para além do prólogo a solo) que usa missões
geradas processualmente para dar um toque único a cada campanha.

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Jogado inteiramente na primeira pessoa, The Blackout Club apresenta um esquema de controlos e um HUD muito simples, girando em torno das mecânicas furtivas que já mencionámos. O display apresenta dois pontos de interesse, a barra híbrida de energia/pontos de vida e o detector. A barra de energia/pontos de vida mostra a vida e energia que temos disponíveis, que decresce à medida que sofrem dano, com o detector a demonstrar se os inimigos se aperceberam da vossa presença e o som que fazem. Para os jogadores nas consolas, os analógicos controlam o movimento da personagem e a câmara, com a corrida a ser feita pelo R3. É possível baixarem-se, interagir com objectos, e saltar/subir por objectos. Podem derrubar inimigos sem serem apanhados com os gatilhos, desde que estejam por detás deles. E é possível encurralá-los com o mesmo método e garantir que não se mexem. Por fim, temos uma das mecânicas mais importantes e únicas de The Blackout Club, que é a possibilidade de fecharmos os olhos da personagem (basta carregar no botão e mantê-lo pressionado). Isto permite-nos ver o que está escondido, como pegadas, indicadores e ainda mensagens secretas, que adicionam um novo elemento de horror.

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O fechar de olhos é importante durante as missões pois não serve apenas para ver pegadas ou revelar pistas, é também a melhor mecânica de sobrevivência que vão ter no jogo. Esta funcionalidade é a única força de rastrear o inimigo mais perigoso, The Shape, a mesma criativa que raptou o vosso amigo. O monstro, que tem a forma de um homem, viaja pelo mundo através de portas vermelhas que têm um símbolo de olho pintado. Ao contrário dos outros inimigos, ele só é invocado quando provocam demasiado barulho, o que quer dizer que podem nunca o encontrar, especialmente se dominarem a arte da furtividade. No que toca aos restantes inimigos, The Blackout Club centra-se em vários humanos com os sentidos condicionados, como os Sleepers, por exemplo, que não conseguem ver, mas ouvem muito bem, ou os Lucids, que conseguem ver-vos facilmente. Os diferentes tipos de inimigos obrigam-nos a adaptar ao momento e a improvisar sempre que necessário.

The Blackout Club

Os jogadores também terão uma variedade de ferramentas à sua disposição, que podem ser trocadas pelo L1 / LT e usadas com o R1 / RT. Estas ferramentas adicionam um nível de diversidade para cada personagem e variam entre um gancho que vos ajuda a escalar superfícies, até curativos para curar ferimentos e dar às missões uma maior sensação de sobrevivência. Os jogadores podem entrar numa missão com qualquer um destes itens, e podem encontrar mais aleatoriamente através de baús espalhados por cada mapa. Semelhante às ferramentas, os jogadores podem usar o telemóvel para registar provas ou como uma lanterna nas áreas mais escuras de cada missão, embora isso possa ser arriscado, pois poderão ser detectados pelos Lucids.

Para explicar melhor como cada personagem é ligeiramente diferente, é possível evoluí-las com a experiência adquirida durante as missões, desbloquear perks, novas áreas dos mapas, modos de jogo e inimigos ao longo da campanha. Os perks dão aos jogadores novas habilidades que são maiores ou menores dependendo do quão efectivas acabam por ser. Só podem equipar um dos perks mais importantes, como a capacidade de lutar contra os inimigos, e até quatro menos poderosos, como mais 10% de resistência ou a capacidade de iniciar uma missão com um curativo ou outro consumível. Os pontos de experiência também podem ser usados para comprar cosméticos na loja, que simplesmente fornecem uma mudança de aparência e a capacidade de usarem emotes, caso gostem deste tipo de mecânicas.

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Como The Blackout Club é totalmente online, devem estar curiosos para saber se podem jogar a solo. Antes de iniciar uma missão, serão solicitados a criar um lobby privado ou público ou até mesmo a participar num lobby já activo. Portanto, podem jogar sozinhos, mas encontrar pessoas para jogar nunca é difícil, considerando os sistemas de matchmaking estabelecidos, no entanto, devido à forma como desbloqueiam novas áreas e inimigos, juntarem-se a um amigo mais evoluído, or vice-versa, pode ser prejudicial à vossa experiência no jogo. Como se trata de título de terror online, a Question quer que todos se sintam igualmente apavorados. Para isso, implementaram uma mecânica que rastreia a vossa respiração e respostas através do microfone, que será, de seguida, reflectido na vossa personagem no jogo. Enquanto isso eleva a experiência multijogador, pode ser um pouco intrusivo para alguns e pode ser ligado e desligado nas configurações.

The Blackout Club

Para além das tradicionais missões cooperativas, The Blackout Club oferece um modo alternativo intitulado Stalker Mode. O modo só é desbloqueado depois de chegarem ao nível 5 e dá-nos a possibilidade de invadir as missões de outros jogadores e registar provas do clube de jovens, entregando as informações aos inimigos do jogo. Estes jogadores podem usar as sinistras portas vermelhas para atravessar o mapa e não têm um objectivo direito para completar, em vez disso, só têm de sabotar os outros jogadores, criando uma experiência online mais diversificada, semelhante, na sua essência, a Friday the 13th: The Game.

Por último, e para resumir tudo, só nos resta olhar para a arte e o design de som que The Blackout Club tem a oferecer. O estilo de arte é um híbrido de animação realista que capta a realidade de cada personagem ser retirar à situação o seu lado mais cartoon e ridículo. No entanto, existem momentos ocasionais em que são apresentadas gravações com actores reais, o que directamente se opõe à direcção de arte, mas sem a destruir totalmente, Na verdade, traz um pouco mais de realismo ao título, o que não faz mal, já que parece ser sempre tão abstracto. Quanto ao design de som, a Question esforçou-se para nos uma banda sonora estranha e misteriosa, mas não aterrorizante, tornando o jogo muito mais agradável para os jogadores que querem apenas jogar sem uma tensão adicional.

Resumindo, The Blackout Club é uma aposta única no género terror-furtividade, pois permite que os jogadores se juntem e enfrentem o medo em equipa. No entanto, a forma como uma missão é estruturada sem um enredo definido e, em vez disso, com níveis gerados processualmente, a experiência pode ser um pouco monótona, especialmente quando temos de repetir objectivos semelhantes em níveis diferentes. Mas no geral, é um jogo polido em termos das mecânicas que oferece, mas é na arte e no design de som onde se destaca.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
overall score
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