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Streets of Rage 4

Streets of Rage 4

Foi uma longa espera, mas valeu a pena.

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Streets of Rage 4

Depois de tantos anos de espera, supomos que chegou um momento em que os fãs simplesmente aceitaram que uma sequela para Streets of Rage nunca viria a ser produzida... mas cá está ela. A trilogia original está bem guardada no coração de quase todos os que tiveram uma Mega Drive, apresentando-se como a melhor alternativa da consola a jogos de ação como Final Fight, e embora tivessem saído todos na mesma plataforma, cada capítulo conseguiu apresentar melhoramentos em relação ao antecessor.

Agora, 26 anos depois de Streets of Rage 3, o quarto capítulo está finalmente entre nós, disponível para PC, PS4, Xbox One, e Nintendo Switch. O projeto nasceu de uma colaboração entre três estúdios - Dotemu, Guard Crush Games, e Lizardcube -, e teve o apoio da Sega, apresentando-se como um jogo cujo principal objetivo passa por trazer a série para os tempos modernos respeitando o enorme legado que existe.

Como fãs da saga, pegámos no comando e fizemos-nos à luta, executando logo algumas combinações de golpes. De imediato fomos transportados para um 'sítio' bastante familiar, um sítio que não visitávamos há 26 anos, mas que ainda está bem gravado na memória. Se é veterano de Streets of Rage, vai de imediato reconhecer a jogabilidade, que continua a exigir precisão de movimento para evitar ataques e para atingir inimigos. À exceção de Cherry Hunter, filha de Adam e sobrinha de Skate, as personagens não correm, o que obriga a grande atenção ao movimento dos inimigos para evitar situações de grande desvantagem numérica.

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Existe uma variedade considerável de oponentes que exigem abordagens diferentes, vários perigos ambientais no cenário, bosses bastante desafiantes, segredos e colecionáveis, e até o obrigatório nível numa plataforma tipo elevador, tudo acompanhado por uma fantástica banda sonora de Yuzo Koshiro and Motohiro Kawashima. Não há qualquer dúvida, isto é mesmo Streets of Rage, mas também existem algumas novidades.

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Além dos golpes normais, agora também pode atingir os seus oponentes quando estão no ar, e até atirá-los contra as paredes para conseguir combinações mais altas. Estas mecânicas são particularmente divertidas se tiver um amigo com quem partilhar a experiência, enquanto os dois mantêm o inimigo no ar indefeso. Se acontecer o oposto e estiver encurralado por oponentes, pode ativar um golpe defensivo que lhe confere invulnerabilidade momentânea, embora essa ação custe sempre alguns pontos de vida quando é ativada. No entanto, se conseguir atingir alguns inimigos sem sofrer dano, pode recuperar essa saúde. É uma adição extremamente útil e essencial para ultrapassar os níveis mais avançado.

Streets of Rage 4 tem um modo história que é francamente curto, a rondar as duas horas de jogo, mas como os antecessores, aqui é mais importante o valor de repetição do que necessariamente a longevidade. Um grande fator que contribuiu para isso é a pontuação e as tabelas online, algo que só vai conseguir 'trepar' se jogar sucessivamente até dominar por completo o sistema de combate e os inimigos. Conforme decora padrões de ataques, os detalhes do cenário, e as particularidades das personagens, o foco muda de sobrevivência para mestria, e para a criação de combinações que permitam arrecadar mais pontos.

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Pode ainda partilhar a campanha com amigos, tanto em modo local, como online. O jogo suporta até quatro jogadores em simultâneo, o que é divertido, sobretudo por todo o caos causado, mas parece-nos que a forma ideal de desfrutar de Streets of Rage 4 é com dois jogadores e em modo local. A comunicação é superior, o foco é maior, e ausência do lag que existe no modo online, torna a experiência mais fluída.

Outra proposta interessante é o modo Battle, que coloca jogadores em confronto. Podem participar quatro jogadores, ordenados por equipas, ou num todos-contra-todos. Embora seja tão simples quanto mover a jogabilidade base para uma arena limitada, é divertido testar as capacidades contra outros jogadores. Existe aqui claramente potencial para ser algo mais, resta apenas saber se será ou não popular. Outros modos incluem os clássicos Arcade (só tem um crédito e quando morre acabou) e Boss Rush, onde enfrenta os bosses em modo contra-relógio.

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Depois temos o grafismo, e basta um olhar às imagens para se perceber a evolução do grafismo de Streets of Rage 4 em comparação com a trilogia original. O jogo continua leal ao estilo 2D típico da série, mas apresenta desenhos muito mais complexos, detalhados, e definidos. Tudo foi desenhado à mão e animado com grande fluidez, e o resultado é fantástico. Quanto à banda sonora, ficou novamente a cargo de Yuzo Koshiro e Motohiro Kawashima, que desta vez estão acompanhados de Olivier Deriviere (A Plague Tale: Innocence, Vampyr, Greedfall). O resultado é uma banda sonora que vive por si só, mas que tem claros tributos às músicas originais.

De forma geral estamos muito satisfeitos com Streets of Rage 4, mas o jogo tem alguns pontos menos positivos. À história falta-lhe inspiração, e o último boss é particularmente desapontante, mesmo em termos de desafio. Alguns fãs também podem ficar ligeiramente desiludidos com a ausência de um golpe clássico, que permitia aos jogadores atirar os seus colegas contra os inimigos, em modo cooperativo.

Streets of Rage 4 manteve-se fiel à série, e é precisamente essa lealdade que o torna num jogo obrigatório para qualquer fã da trilogia original original. É um misto quase perfeito da jogabilidade clássica com toques de modernidade, incluindo um fantástico trabalho de arte. E já agora, para quem tem Xbox One ou PC, fica a dica de que Streets of Rage 4 está disponível no Game Pass.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Bom valor de repetição. Combate entusiasmante e desafiante. Muitas personagens para desbloquear. Battle Mode tem grande potencial.
-
História perfeitamente banal.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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