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PUBG: Battlegrounds

PlayerUnknown's Battlegrounds - Aftermath

Depois do lançamento do novo Event Pass e da grande atualização para Erangel, regressámos ao icónico battle royale para conhecer todas as novidades.

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Existe uma estranha dissonância na abertura de PlayerUnknown's Battlegrounds que a série nunca conseguiu explicar ou contextualizar. Apear de retratar uma batalha constante entre a vida e a morte, onde dezenas de pessoas lutam pela sua vida, e em vez de vermos 100 combatentes nervosos espalhados por um mapa, à espera, stressados, prontos a entrar em ação ou a enfrentar o seu destino numa ilha repleta de armas mortíferas, encontramos jogadores a correr por todo o lado como galinhas, aos socos e aos saltos. Esta justaposição entre o absurdo e a morte define o género em mais do que uma forma, e na posição em que se encontra, como um ancião dos battle royale, PUBG acaba por ficar vulnerável à repetição associada ao género, onde pouco há para descobrir para além do seu recomeço interminável.

PUBG pode não ter sido o primeiro battle royale, mas foi o primeiro grande sucesso, e desde a sua explosão na cultura pop que outros estúdios tentaram apoderar-se do seu conceito e criar o seu próprio jogo. Com o tempo, tivemos algumas histórias de sucesso, como Fortnite, com a Epic a provocar os seus antigos amigos da Bluehole ao reaproveitar o conceito e a dar-lhe o seu próprio cunho pessoal. Se juntaremos Call of Duty: Black Ops 4, e o seu Blackout, e Apex Legends (como dezenas de outros títulos, como Tetris 99) à equação, acabamos com um mercado saturado e em rutura.

Apesar dos seus problemas no lançamento, PlayerUnknown's Battlegrounds acertou na fórmula Battle Royale quase em cheio. Embora não pudéssemos prever que o género se tornasse num fenómeno de popularidade após a chegada de PUBG, ficou claro que o jogo tinha algo de especial, e foi essa essência que ajudou o género a sobreviver e a dividir-se por inúmeros spin-offs.

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E essa essência ainda está presente em PUBG, tal como está em julho de 2019, com a quarta temporada do jogo a decorre e com a produtora - agora intitulada PUBG Corp. - a adicionar novos conteúdos que mantenham os seus jogadores ainda envolvidos e empenhados. Ao longo dos anos, um mapa transformou-se em dois, depois em três e por fim em quatro, mas para a última temporada, é a primeira ilha, Erangel, que está em destaque, com uma atualização a injectar vida numa arena que parecia cada vez mais cansada.

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E não existe lugar melhor para recomeçar. Como podem ver pelas fotos comparativas em cima, Erangel passou de ser o mapa mais cru dos quatros para ser o favorito dos jogadores, com o seu visual refrescado a elevar a experiência, ainda que não o altere profundamente. As texturas são mais nítidas e detalhadas, e dá-lhe o aspeto que um jogo da sua envergadura devia ter. Há até mesmo novos detalhes a serem encontrados aqui e ali, com pequenos pedaços de história espalhados pelo mapa que dão aos jogadores uma pista sobre o que aconteceu e como foram parar à ilha. Se estão profundamente envolvidos no jogo, é provável que retirem alguma coisa destas alterações. Os restantes jogadores terão apenas uma ilha mais apelativa para explorar - e isso é igualmente bom.

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O novo visual de Erangel está agora disponível ao lado dos três mapas - Miramar, Sanhok e Vikendi - o que significa que o jogo tem agora uma boa variedade ambiental. Há uma mistura agradável, com as caraterísticas familiares de Erangel complementadas pela poeira de Miramar, a vegetação exuberante de Sanhok e pelo gelo inóspito de Vikendi. Depois, há a crescente variedade de maneiras de jogar, e é aqui que a PUBG Corp. procurou diferenciar a experiência do género para os seus jogadores. Há o argumento de que a comunidade está dividida ao ter a opção de jogar os modos deathmatch ou conquest, zombies, e mais. Há ainda a hipótese de jogar na primeira ou na terceira pessoa, dividindo ainda mais a base de jogadores. Felizmente, graças à comunidade substancial do jogo, a espera entre as partidas é tipicamente muito curta (a menos que queiram jogar algo menos popularr), então não é uma questão terminal, no entanto, é algo para ficar de olho se / quando o número de jogadores ativos começa a diminuir significativamente.

Para evitar que isso aconteça, os produtores terão de continuar a evoluir e a melhorar o jogo. Para esse efeito, vimos no ano passado a chegada do sistema Event Pass (semelhante ao usado em Fortnite) a PUBG, dando aos jogadores uma nova forma de ganhar itens cosméticos enquanto jogam. O progresso do sistema não era particularmente rápido, mas ao menos disponibilizou desafios individuais e ainda missões cooperativas, onde todos os jogadores estão unidos por um objetivo comum. O jogo mobile também deve ser mencionado, que foi inicialmente lançado na China e só depois no resto do mundo, pois foi outra forma da produtora juntar os jogadores num ecossistema mais vasto e envolvente.

Uma das formas mais proeminentes de manter o jogo na ribalta foram os esports, onde sentimos uma aceitação decente por parte dos jogadores profissionais, com a cena competitiva a manter-se saudável em nada menos que nove territórios diferentes (e com um plano de cinco anos, a produtora está obviamente a pensar a longo prazo). Com os jogos competitivos chegam os hackers, no entanto, e apesar de PUBG ter a sua quota-parte de problemas neste departamento, as novas medidas anti-batotas têm tentado manter a experiência o mais justa para todos os jogadores.

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Para além dessas mudanças, têm sido implementadas melhorias de qualidade de vida a jogo, incluindo um ajuste na Blue Zone e na forma como impacta cada partida. Agora o círculo da morte é mais pequeno e a ação mais confinada, forçando os jogadores a juntarem-se mais rapidamente. É uma mudança subtil no grande esquema das coisas, mas com a introdução regular de novos itens, armas e veículos, ajudou PUBG a manter-se revitalizado. Estas adições também incluem melhorias na UI e no matchmaking que, em conjunto, têm dado aos jogadores uma experiência mais estável e acessível.

Em suma, PUBG continua a avançar a um passo consistente. O estúdio não consegue acompanhar o ritmo da Epic com Fortnite, mas no que pecam em velocidade acabam por compensar com a variedade de mapas. Há ainda novas maneiras de jogar, desde novas missões cooperativas até às partidas personalizadas que estão agora disponíveis na beta aberta. O elemento mais importante talvez seja a evolução contínua da jogabilidade, e temos assistimos à introdução de um melhor sistema de salto e de melhorias de qualidade de vida que fazem uma enorme diferença na experiência geral do jogo. PUBG precisar de se continuar a refinar à medida que continua a combater contra outros jogos e outros estúdios cada vez mais presentes no género.

Vai ser preciso algo muito especial para que regresse ao topo do género, e por agora, PlayerUnknown e os seus quatro campos de batalha continuam relevantes e a aliciar os jogadores. O seu prognóstico a longo prazo irá recair no lançamento contínuo de novos conteúdos, mas também nos esforços em melhorar a experiência base do jogo. Também gostaríamos de ver uma história mais presente na ação e que fosse capaz de combater a dissonância que mencionámos, e nós gostamos da introdução de elementos narrativos em Erangel. Com Glen Schofield agora na equipa, que trabalhou anteriormente em séries como Call of Duty e Dead Space, e a trabalhar num projeto a solo e narrativo no universo PUBG, não somos os únicos a pensar e a sentir o mesmo, com os produtores a quererem dar o passo para um novo género.

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