Override: Mech City Brawl foi lançado em 2018, um jogo de combates entre mechs que não causou grande sensação. Ainda assim, a Modus Studios decidiu libertar uma sequela para o jogo, lançada já no final de 2020 para PC e consolas, incluindo PS5 e Xbox Series X|S. Resta portanto perceber se esta sequela conseguiu corrigir as muitas falhas do original, ou se acaba por ser apenas mais do mesmo.
O sistema de combate de Override 2: Super Mech League lembra-nos um pouco de Super Smash Bros., não por ser necessariamente parecido (não é, de todo), mas porque aparenta ser simples à primeira vista, escondendo no entanto uma camada tática mais complexa. A jogabilidade funciona com uma câmara na terceira pessoa posicionada atrás do mech do jogador, e coloca estes robôs gigantes em confronto em várias arenas. Pode utilizar as habilidades do seu mech, ou apanhar armas e vantagens temporárias espalhadas pela arena, o que pode ser divertido em curtos espaços de jogabilidade. O facto de ser acessível ajuda bastante.
Pode participar em encontros de um contra um, dois contra dois, ou todos contra todos com quatro jogadores. É muito pouco para um jogo deste tipo, sobretudo considerando que os jogos de luta têm vindo a oferecer muito mais nos últimos anos, e de formas bastante criativas. Nem sequer existe um modo história, por exemplo, apenas o modo Liga online, que terá de percorrer até alcançar o estatuto de campeão.
Vai começar o seu percurso com um punhado de mechs à escolha e algum ouro, utilizado para desbloquear mais conteúdo como acessórios e avatares, por exemplo. Existe um modo quickplay, que não conta para a liga, e que tem todos os mechs já disponíveis, mas para ter acesso ao elenco completo na liga, terá primeiro de os desbloquear. Ao todos existem 20 mechs (21, para quem comprar a expansão Ultraman por € 3,99), e o seu design é um dos elementos mais positivos de Override 2.
Existem vários formatos, tipos, e tamanhos, e isto permite diferenciar com facilidade todos os mechs. O próprio design é bastante criativo, como é disso exemplo o nosso mech favorito, Stardust, um mech que parece um unicórnio cor-de-rosa e branco que dispara estrelas de luz aos inimigos. Convém, contudo, esclarecer que vários elementos do elenco já se tinham estreado, e que apenas cinco (tirando eventuais expansões) são realmente originais.
Pode combater através de nove arenas diferentes, mas ao contrário dos mechs, que apresentam um design variado e inspirado, as arenas são vazias e limitadas. Existem algumas exceções, de arenas que até têm uma boa ideia aqui e ali, mas de forma geral é um design desinspirado. Considerando que estamos a falar de robôs gigantes, esperávamos algo mais divertido por onde combater.
Mas o pior defeito de Override 2: Super Mech League é precisamente a falta de jogadores. Isto leva a longas esperas, de tal forma que muitas vezes acabávamos por desistir e jogávamos contra bots. Das poucas vezes que conseguimos enfrentar jogadores, a ação foi sempre muito mais intensa e divertida do que contra os bots. Este problema seria pelo menos reduzido com a introdução de crossplay entre as plataformas, mas para já, isso não está implementado.
Override 2 tem alguns momentos de diversão, sobretudo nos combates entre jogadores, mas a ausência de conteúdo - sobretudo de um modo a solo - e de jogadores, significa que há pouco para fazer no jogo, e o que há para fazer não é muito interessante. Se realmente aprecia jogos de mechs e de combate, talvez possa justificar os € 29,99 que custa, mas para a maioria dos jogadores será um jogo a evitar.