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Oddworld: Soulstorm

Oddworld: Soulstorm

A aventura de Abe continua, com esta versão re-imaginada de Abe's Exoddus.

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Apesar da natureza impiedosa e sombria do seu mundo, Oddworld é capaz de proporcionar uma sensação calorosa e nostálgica a muitos jogadores. A série, que existe há quase 25 anos, apresentou-nos uma das personagens mais memoráveis ​​dos videojogos, Abe, e o lançamento de Oddworld: New'n'Tasty há poucos anos (remake de Oddworld: Abe's Oddysee), trouxe os olhos arregalados e inocentes dos Mudokon para uma nova geração. Agora essa história continua com Oddworld: Soulstorm, que é também e uma versão re-imaginada de Oddworld: Exoddus.

Oddworld: Soulstorm continua onde New'n'Tasty acabou, e vê Abe e o povo Mudokon livre da Rupture Farms, embora não necessariamente dos terríveis Glukkons. Depois de encontrarem momentaneamente consolo nas minas profundas, longe de olhares curiosos, os Mudokons rapidamente são postos em fuga mais uma vez. Com uma jornada traiçoeira por terras cruéis e perigosas à sua frente, cabe mais uma vez a Abe a tarefa de conduzir o seu povo para segurança.

Construído como um jogo de plataformas e puzzles, Oddworld: Soulstorm não só apresenta desafios ambientais para superar, como muitas situações intrigantes para resolver. Desde preparar antídotos para alguns infelizes Mudokon, a descobrir uma maneira de passar por alguns Sligs fortemente armados (os inimigos de aparência estranha que vão disparar a Abe assim que o virem), a jogabilidade exige que o jogador use as habilidades de Abe e os itens saqueáveis ​​para sua vantagem.

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Para passar pela maior parte das sequências de plataformas, Abe terá de correr, pular, agachar-se, e esgueirar-se por cima e por baixo de vários perigos, sempre com um estilo de jogabilidade 2.5D (gráficos 3D, movimento 2D). Infelizmente a execução desses movimentos não é a mais fluída, devido a controlos que são estranhamente rígidos. Abe também tem a habilidade de cantar, o que lhe permite enviar uma espécie de bola espiritual para explorar áreas, acertar gongos para destrancar portas, ou até mesmo possuir Sligs.

Os itens, por outro lado, oferecem uma variedade de métodos para utilizar no cenário. Ações simples como atirar uma garrafa de água para apagar chamas, ou o inverso, uma garrafa de cerveja para atear ainda mais o fogo. Existem muitas opções à disposição de Abe para que possa progredir por este mundo vicioso, e embora nunca tenha que recorrer à letalidade (é possível completar o jogo inteiro sem tirar ou perder uma vida, se for realmente bom), esses métodos mais cruéis estão sempre disponíveis.

Oddworld: SoulstormOddworld: Soulstorm

Isto leva-nos à dificuldade de Oddworld: Soulstorm, ou para ser mais exato, à frustração. Não se trata de um jogo brutal projetado para aumentar a pressão arterial do jogador, mas os controlos lentos vão implicar mortes frequentes. Para manter a jogabilidade interessante, cada nível oferece colecionáveis ​​para descobrir e objetivos paralelos para conquistar. Desde salvar Mudokons até encontrar Royal Jelly, saquear tesouros, e olhar através de binóculos, cada nível está repleto de objetivos secundários que incentivam a exploração e a repetição. Alguns desses desafios, como encontrar a Royal Jelly, até podem ter efeitos práticos, como aumentar a saúde de Abe.

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Oddworld: Soulstorm não se destaca realmente em nenhum setor, comparando com outros jogos do género, excepto talvez na narrativa e na qualidade gráfica (jogámos na PlayStation 5). Os ambientes em particular são impressionantes, com grande nível de detalhe e escala, mas também adorámos as sequências de vídeo que dão vida à história. Aliás, adorámos tanto que por vezes nos perguntámos porque tínhamos de perder tempo com jogabilidade para vermos o próximo vídeo... o que não é exatamente um bom sinal para a jogabilidade.

No caso da PS5 também há a destacar a integração do DualSense. Soulstorm utiliza gatilhos adaptáveis e feedback tátil para aumentar a sensação de stress quando Abe está sob ameaça, e usa os alto-falantes do comando para Abe cantar. Juntando esses recursos com a cinemática impressionante e o enredo brutal, mas emocionante, Oddworld: Soulstorm cria uma ótima experiência centrada na narrativa, e é por isso que é uma pena que o jogo muitas vezes pareça cansativo e desanimador em termos de experiência pura de jogabilidade.

Quem é fã de Oddworld e tem uma ligação de nostalgia a este universo, irá sem dúvida encontrar prazer no que ele tem para oferecer, mas parece-nos que novos jogadores novatos terão mais dificuldade para abraçarem este mundo com o mesmo interesse e motivação. Embora tenha alguns pontos positivos, a verdade é que Oddworld: Soulstorm não nos parece de todo uma melhoria em relação a Oddworld: New'n'Tasty.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
Sequências cinemáticas são fantásticas. Excelente integração do DualSense. Narrativa é um dos destaques do jogo.
-
Controlo da personagem podia ser bem superior. Exploração aborrecida. Disparidade entre vídeos e jogabilidade quase nos fez desejar que não houvesse jogabilidade.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Ben Lyons

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