Mario Vargas Llosa morreu em Lima (Peru) aos 89 anos, anunciou seu filho em um post no X. Com ele vai um dos últimos gigantes do boom literário da América Latina, um escritor que fez o mundo ouvir não apenas o Peru, mas a alma de um continente em conflito.
Do quartel empoeirado de O Tempo do Herói a suas outras obras, Vargas Llosa escreveu com o tipo de elegância e profundidade que só vem de viver tanto a beleza quanto o caos. Ele concorreu à presidência, sim, mas seu verdadeiro poder estava sempre na página.
Para alguns, ele era uma figura controversa. Ele se destacou das correntes políticas que antes uniam sua geração de escritores, escolhendo um caminho que muitas vezes o colocava em desacordo. Mas nunca deixou de acreditar na responsabilidade do artista de provocar, questionar, criar.
Para leitores como eu, que o acharam jovem e permaneceram com ele por décadas de romances, debates e reinvenções, sua morte parece profundamente pessoal. Ele nos fez refletir. Ele nos fez discutir. Ele nos fez sentir mais espertos por tê-lo lido. Descanse em paz, Maestro.