Halo: Spartan Assault marca um novo nível de expansão da série além do formato original na primeira pessoa, seguindo as pisadas de Halo Wars, o jogo de estratégia com uma perspetiva isométrica. Spartan Assault é um jogo de ação, que funciona à base dos dois analógicos (um para movimento, outro para disparar), e até é divertido. Contudo, Master Chief não marca presença e o jogo está longe de ser obrigatório.
Em resumo, é demasiado "leve". Considerando que existem trinta missões para a campanha a solo, seria de esperar uma boa quantidade de conteúdo e variedade, mas além de algumas missões com tanques, é tudo muito standard. Missões de escolta, de procura e destruição e de confronto frente a vagas de inimigos; ou seja nada de original, o que não é particularmente mau, mas também não impressiona.
A variedade só chega durante as preparações antes de cada missão e na forma como ajustam as definições para ganharem mais estrelas douradas e obterem pontuações maiores. Podem utilizar os pontos de experiência que ganham durante o jogo - ou créditos comprados na loja com dinheiro - para aumentar o dano ou a resistência, adquirir novas armas e melhorar as capacidades da armadura. A inclusão destas micro-transações não é particularmente intrusiva, mas quebra por completo a ética do conceito por trás de um sistema de pontuação - basta largar algum dinheiro para aumentar largamente as hipóteses de obter uma boa pontuação. É desnecessário e sinceramente, parece-nos um pouco cínico. Sobretudo considerando que o jogo custa € 14.99.
Existem quatro escalões que podem tentar alcançar em cada missão e a longevidade do jogo resulta sobretudo de tentar ultrapassar a pontuação mais alta. A forma mais fácil de conquistar boas pontuações passa pela ativação das Skulls, que têm propriedades semelhantes às que também aparecem nos jogos da série principal. Isto inclui vários multiplicadores de pontos que, juntamente com os aumentos de pontuação obtidos via experiência ou créditos, oferecem a forma mais rápida de atingir grandes pontuações.
O verdadeiro desafio surge da procura pelas estrelas douradas em cada missão. As estrelas de algumas das missões mais avançadas são particularmente complicadas e vão exigir várias repetições. Não existem Checkpoints ou pontos de Save, por isso se perderem durante uma missão, têm de a recomeçar. Felizmente as missões não são muito grandes, caso contrário poderia tornar-se demasiado frustrante.
Quanto a Spartans (os soldados da mesma categoria que Master Chief); existem dois neste jogo. Podem assumir o papel de Sarah Palmer ou Edward Davis, enquanto os dois abrem caminho por vários inimigos familiares para os fãs da série.
A história que liga as missões é praticamente irrelevante. Podem ler montanhas de texto antes de cada desafio, o que oferece algum contexto, mas se forem como nós, em pouco tempo vão fartar-se disso; os objetivos das missões são suficientes para guiar os jogadores e as cenas desenhadas entre os seis capítulos oferecem detalhes suficientes para ter uma ideia global do que se passa.
A campanha a solo é toda concentrada na luta contra os Covenant, mas também existe uma campanha cooperativa (apenas online) que introduz aquele que é possivelmente o grande inimigo de Halo, os Flood (Spartan Assault decorre antes de Halo 3 e Halo 4, antes de aparecerem os novos inimigos). É uma distração engraçada que permite boa ação cooperativa e ao mesmo tempo competitiva, pela melhor pontuação. Infelizmente este modo tem pouco conteúdo, o que é lamentável.
Tudo considerado, podemos assumir que a licença foi bem utilizada, e tirando algumas discrepâncias, a maioria dos elementos funcionam exatamente como esperávamos. Um exemplo de uma característica que não obedece a fórmula tradicional da série (mas que encaixa na natureza desta jogabilidade peculiar), é o facto de que não existe nenhuma mecânica para recarregar a arma. É um mar contínuo de balas que só termina quando ficam sem balas. Dito isto, as armas clássicas de Halo marcam presença e funcionam exatamente como poderiam esperar.
A maior parte dos níveis pode ser completado à primeira e até os desafios mais complicados podem ser atingidos com alguma persistência. Mesmo considerando de que se trata de uma campanha com trinta missões, não esperem gastar muito tempo aqui. O que nos leva ao preço, que nos parece exagerado. Halo: Spartan Assault foi lançado para PC e Smartphone do Windows 8 a meio de 2013, mas é muito mais caro na Xbox One (o dobro, aliás, a € 14.99). Parece-nos ganancioso, sobretudo considerando a inclusão de micro-transações desnecessárias.
De qualquer forma, existem cinco ou seis horas de jogo muito sólidas em Spartan Assault, mais ainda se estiverem interessados nas pontuações. Os elementos do universo de Halo estão bem representados e é sempre bom ter a oportunidade de apreciar jogabilidade cooperativa, embora não exista, lamentavelmente, opção local, apenas online.
A espaços é algo desinspirado, noutros é demasiado fácil, e as micro-transações são absolutamente desnecessárias, embora possam jogar todo o jogo sem gastar além do preço inicial. Em suma, não é particularmente recomendável, mas existe valor suficiente para vos divertir, sobretudo se são fãs de Halo.