Farpoint arranca no espaço profundo, com a nave pronta a conectar com a Pilgrim. É uma estação espacial, que tem a missão de vigiar uma estranha anomalia no cosmos, e é um breve momento para relaxarem e absorverem o contexto do jogo. Em pouco tempo estarão na superfície de um estranho e árido planeta, e a partir daí começa a ação e os tiroteios. Quando o jogo em si começar, o vosso objetivo será encontrar os tripulantes desaparecidos, e é aqui que serão apresentados ao novo controlador em forma de arma.
Antes de avançarmos, convém esclarecer que Farpoint pode ser jogado com o DualShock 4, e funciona bastante bem, mas para propósitos de análise, jogámos com o novo controlador. O jogo a solo está a ser vendido por € 59.99, enquanto que o bundle do jogo e o controlador custa € 89.99.
Este controlador de mira tem a forma de uma arma, e combina elementos do DualShock 4 (botões e analógico), com o sensor de movimentos do Move, posicionado na ponta da arma. Olhando para o controlador, não parece grande coisa, mas quando estão a jogar, vão acreditar que estão realmente a segurar uma arma. Em essência, apontam dentro do jogo como se estivessem a apontar uma arma real, e funciona bastante bem. O gatilho neste caso é precisamente isso, um gatilho, que carregam para disparar. Já os botões permitem recarregar e arremessar granadas. O analógico trata do movimento da personagem, e o sensor aponta, e tudo funciona bastante bem.
Vale a pena o investimento? Nós preferimos jogar assim do que jogar com o DualShock 4, e este não será o único jogo que vão usar este acessório. The Brookhaven Experiment, Arizona Sunshine, Dick Wilde, e ROM: Extraction, são outros jogos que vão usar o controlador, e se estiverem a pensar adquirir estes títulos, então sim, vale a pena.
Como em muitos jogos de realidade virtual deste género, na primeira pessoa, é importante perceber de que forma são afetados pelo movimento. No caso de Farpoint, sentimos algumas tonturas aqui e ali, mas no global da experiência correu bastante bem. O jogo inclui uma série de opções e etapas que ajudam à habituação e à personalização da experiência de realidade virtual. No esquema de controlos que usámos, Farpoint funcionou muito como o típico jogo de ação na primeira pessoa, salvo a introdução do novo controlador.
Continuando com a aventura, pouco depois de abandonarem os destroços vão ganhar um pouco mais de liberdade de exploração. Não é um mundo aberto ou nada que se pareça, mas existem percursos alternativos e podem recuar para voltar a visitar uma área já explorada. As vistas em si são de uma escala tremenda, embora a área de jogo em si não seja massiva. Contudo, essas vistas e cenários passam bem a sensação de um planeta desolado e alienígena, algo reforçado com a imersão da realidade virtual. Vão encontrar inimigos que parecem quase todos saídos de uma evolução macabra de aranhiços, sempre prontos a atacar o jogador. O seu comportamento não é o mais brilhante, mas é suficiente para transmitir a experiência de galeria de disparos pretendida. A banda sonora e os efeitos são também essenciais para acrescentar à tensão do momento, e só quando aparece a pontuação (indicado que todos os inimigos da área estão mortos) podem respirar um pouco. Um bom momento para melhorar ou aumentar o arsenal de armas ao vosso dispor, já que os inimigos também vão crescendo em número ou tamanho.
A certo ponto da estória a ação intensifica-se, com a introdução de um elemento que não vamos estragar aqui. Basta dizer que esse momento também permite o acesso a novas armas, e usá-las com o novo controlador em realidade virtual é uma delícia.
A campanha principal é composta por oito capítulos, e no total deve ocupar-vos entre cinco a seis horas de jogo. Quando terminarem a aventura podem jogar cada capítulo individualmente, para tentarem pontuações melhores e competirem na tabela online. Também existe um modo cooperativo, onde dois jogadores escolhem as suas armas e desafiam inimigos. É um modo frenético, que nos causou alguma má disposição, mas parece valer a pena o período de ajustamento, porque é bastante divertido.
Farpoint tem todos os ingredientes necessários para um bom jogo de ação na primeira pessoa: narrativa interessante, grafismo de boa qualidade, variedade de inimigos e armas, e ainda modos cooperativos e de desafios adicionais. É por isso um jogo ao nível de um CoD ou Titanfall? Não, claro que não. É uma experiência de realidade virtual, o que acaba por limitar o jogo em alguns aspetos, mas por outro lado ganha imenso em termos de imersão - sobretudo se acrescentarem o novo controlador de mira. Se têm o PSVR, é um dos melhores jogos que podem comprar para o dispositivo.