Advance Wars, com um estilo de arte fantástico, um design soberbo dos níveis, e mecânicas originais, colocaram-no como um dos nossos títulos de estratégia favoritas para portáteis. A sua produtora, Intelligent Systems, também é responsável por outro grande jogo, Fire Emblem, por isso existia muita expetativa para este Code Name: Steam, exclusivo para Nintendo 3DS. Infelizmente, a nossa esperança não foi correspondida.
O jogo mistura o estilo Steampunk com uma invasão alienígena, e a história concentra-se num grupo de forças especiais chamado STEAM (Strike Team Eliminating the Alien Menace), liderados pelo Presidente Abraham Lincoln e guiados pela nave espacial Lady Liberty. Este conceito vai levar o jogador a visitar várias localizações, desde o Palácio de Buckingham, à Casa Branca, numa versão muito alternativa da realidade. O design das personagens é excelente e cada agente da equipa apresenta grande individualidade, reforçados pela qualidade das sequências de história estilo banda desenhada. Uma pena que o mesmo não possa ser dito dos alienígenas.
A jogabilidade é um misto de ação na terceira pessoa com estratégia à base de turnos. Vão comandar uma equipa de quatro elementos, cada um equipado com duas armas e uma caldeira nas costas. Os níveis são divididos em grades, e estão repletos de inimigos, obstáculos e armadilhas que terão de ultrapassar. Sempre que se movem ou disparam, vão gastar um pouco do vapor da caldeira, e isto é a base da jogabilidade. Existem no entanto algumas exceções, em que podem guiar um robô gigante num momento mais próximo de um jogo de ação na primeira pessoa.
No núcleo da experiência está essa mistura de ação com estratégia, mas apesar de existir um leque de armas razoável, falta variedade ao jogo. Os confrontos, divertidos num plano inicial, começam a revelar as suas limitações em pouco tempo, e durante as mais de 15 horas que passámos com o jogo, raramente encontrámos momentos de genuína variedade.
Também existem alguns defeitos mais evidentes, como os tempos de carregamento exagerados entre rondas. Pior ainda, a inteligência artificial demora normalmente algum tempo para definir a sua próxima jogada, o que abranda em demasia o ritmo dos combates. Outro problema é causado pela câmara de jogo, que não muda mesmo quando as unidades inimigas ficam tapadas pelo cenário.
Se são fãs da série Fire Emblem e têm um Amiibo correspondente, vão conseguir ter acesso a alguns convidados extra, embora sejam mais fracos que os agentes originais STEAM. Como já referimos, cada agente tem as suas próprias armas, mas ao colecionarem moedas vão desbloquear novas opções, e podem adicionar caldeiras novas com diferentes taxas de recarregamento. Cada agente pode ainda executar um ataque especial uma vez por turno, e se forem acionados no tempo certo, estes ataques podem mudar o rumo de uma partida.
Se quiserem desbloquear todas as caldeiras, melhorar resultados, e subir pela classificação do StreetPass, podem acrescentar algum valor de repetição ao modo a solo. Por outro lado, se preferem uma abordagem mais competitiva, podem tentar o modo multijogador, que permite duelos locais e online. Nesse aspeto, Code Name: STEAM apresenta possivelmente um dos melhores modos multijogador disponíveis na Nintendo 3DS.
Code Name: STEAM é um jogo de estratégia e acção com alguma qualidade. Tem um valor de entretenimento bastante sólido, mas falta-lhe o charme com que Advance Wars nos cativou, ou as qualidades que nos prenderam a Fire Emblem. Além disso, é agastado com alguns problemas de ritmo. Se procuram um jogo do género, é uma proposta razoável, mas existem outras opções com maior qualidade.