A segunda expansão de Borderlands 3 atirou-nos diretamente para a festa de noivado de Sir Alistair Hammerlock com Wainwright Jakobs, um evento bastante peculiar, o que não é de estranhar considerando a excentricidade das duas personagens. O casamento vai ser realizado no planeta Xylourgos, mas, como deve calcular, a coisa não corre bem como planeado.
Esta é a premissa básica de Guns, Love, and Tentacles, uma aventura que tem também toques de Lovecraft e do oculto. Parece-nos uma ideia genial no papel, que ganha ainda mais interesse pelo facto de Paige, de Borderlands 2, ser a organizadora do casamento. A sua personalidade lembra-nos de Tiny Tina, enriquecendo todos os diálogos em que participa.
Com todos estes elementos interessantes, esperávamos que a Gearbox tivesse feito melhor. Existe aqui um potencial fantástico, mas esta segunda expansão não é tão memorável quanto esperávamos. Podia ter sido algo realmente de loucos, com uma despedida de solteiro insana, mas em Borderlands. Infelizmente não acontece nada disso, e a narrativa segue um percurso relativamente linear e previsível, e o casamento acaba por ser relegado para segundo plano.
Se, como nós, já passou várias horas com Borderlands 3, não vai encontrar muito de interesse nesta expansão. Existe uma nova área ampla para explorar, com segredos e inimigos, que culmina com um boss que deve derrotar. Considerando o que já vimos de expansões de Borderlands no passado, e a premissa de Guns, Love, and Tentacles, esperávamos algo capaz de acrescentar variedade, com uma história que nos agarrasse, mas a verdade é bem mais monótona. Vai basicamente navegar cenários sem grande imaginação e enfrentar os mesmos inimigos vezes sem conta, e para piorar a situação, não existe grande desafio à espera do jogador.
A falta de um desafio digno foi um problema de Borderlands 3 no geral, mas na expansão é ainda mais evidente. O único elemento do jogo que ainda acrescentou alguma oposição foi o boss, que é uma autêntica esponja de balas sem grande imaginação.
Quer isto dizer que Guns, Love, and Tentacles é uma má expansão? Não, é sólida, mas não é mais que isso. Entre as missões principais e os objetivos secundários, vai conseguir sacar algo próximo das dez horas de jogo, e ainda existem alguns momentos em que o humor e genialidade de Borderlands vem ao de cima. O que está presente, mais do que justifica o dinheiro, sobretudo em termos de quantidade.
Mas esperávamos mais, muito mais. O tema do casamento foi muito mal aproveitado, o design dos níveis não tem grande imaginação, e o desafio não está realmente presente. Para quem quer apenas mais Borderlands 3, justifica-se a compra, mas se procurava algo que fosse um pouco diferente - como Borderlands já teve no passado, vai ficar desiludido.