Depois de uma verdadeira odisseia de mais de 100 horas, chegou finalmente a hora de concluir Assassin's Creed Odyssey com o lançamento de Judgment of Atlantis. Trata-se do terceiro e último episódio da expansão The Fate of Atlantis, o que termina de forma definitiva a aventura de Kassandra e Alexios. Tínhamos por isso curiosidade para perceber se era uma conclusão merecedora do que foram os episódios anteriores, já que as expansões vieram realmente reforçar a experiência de jogo.
É por isso com satisfação que podemos revelar que sim, é um final bastante positivo, não só para esta expansão em particular, mas para todo o jogo no geral.
O que mais nos impressionou na expansão The Fate of Atlantis foi precisamente o elemento visual, que apresentou um estilo muito distinto - e superior - ao que tínhamos visto até aí de Assassin's Creed Odyssey. O design da Atlântida é de tirar fôlego, misturando arquitetura clássica com bastantes toques futuristas, e isso coloca o estilo de The Fate of Atlantis numa liga à parte de tudo o resto que vimos no jogo. É fácil perceber porque os misteriosos Isu decidiram fazer desta a sua casa, ainda que tenham tido de dividir o espaço com humanos, algo que não os agradou particularmente.
Foi precisamente por isso que Poseidon nos trouxe para a Atlântida, numa tentativa de resolver a tensão entre os Isu e os humanos. Não vamos falar muito da história, porque isso obrigaria a estragar algumas surpresas muito interessantes, mas podemos dizer que envolve algumas escolhas bastante complicadas e também uma dose considerável de leitura. Quem está mais preocupado com ação pode achar este foco narrativo algo aborrecido, mas se têm estado a prestar atenção à saga desde início, vão receber aqui algumas respostas que há muito esperavam. Não esperávamos uma ligação tão forte ao fio narrativo que ligou a saga no passado, mas ficámos bastante satisfeitos com isso.
É por isso ainda mais lamentável que o jogo continue a apresentar falhas noutros departamentos, com loading muito longos, quebras notórias de fluidez, e sessões na atualidade bastante fracas. Depois de Origin, Layla Hassan acabou por ser algo relegada para segundo plano em Odyssey, mas se realmente era isto que tinham preparado para a personagem e para as sessões no tempo moderno, então fizeram a escolha certa. Pior ainda, estas sessões quebram imenso o ritmo da aventura, e não podíamos evitar um rolar de olhos sempre que o jogo nos atirou para a atualidade.
Embora tenhamos passado mais tempo com Layla Hassan do que gostaríamos, a esmagadora maioria do tempo é passado no Animus e no seu mundo fantástico. Como a Atlântida é uma cidade composta por vários membros da raça Isu, isso implica ter de enfrentar alguns tipos de inimigos novos, alguns equipados com habilidades quase sobrenaturais. É um aumento significativo na dificuldade, compensado pelo facto de também incluir algumas armas, armaduras, e habilidades também elas fantásticas. Mais do que nunca, a jogabilidade aproxima-se quase de controlar um super-herói, ainda que os bosses e alguns inimigos elite não tenham problemas em colocar o jogador no seu devido lugar se não tiver preparado.
Com The Fate of Atlantis tornou-se também evidente porque a Assassin's Creed Kingdom não será lançado este ano, já que as expansões chegaram para preencher um eventual vazio que pudessem sentir em relação à série. Sim, a nível de fórmula e estrutura as expansões não mudaram muito, mas em termos de personagens, história, ambientes, e equipamento, expandiram realmente a experiência de jogo de Assassin's Creed Odyssey. Este jogo, e as expansões em específico, lembraram-nos de que ainda existe mais em relação à série de que andar a matar soldados e animais. O ADN que agarrou tantos jogadores no passado ainda está presente, ainda que algo adormecido, mas parece estar com vontade de se libertar e de regressar com toda a força. Dito isto, a aposta num estilo mais RPG parece ter vindo para ficar, e é pouco provável que a Ubisoft volte tão cedo à estrutura mais antiga da série. Assassin's Creed está definitivamente no bom caminho, ainda que precise de alguns ajustamentos e um foco maior em certas situações, e estamos muito curiosos para ver Kingdom em ação.