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Total War: Rome II

Total War: Rome II

O Gamereactor viajou até Roma, onde teve acesso antecipado às batalhas que antecedem a campanha de Total War: Rome II.

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Quando o assunto é o Total War: Rome II da Creative Assembly, nota-se uma confiança evidente em torno dos responsáveis da Sega. Aliás, quem diria que aquela que é conhecida como a casa de Sonic, eventualmente também viria a abrigar jogos de estratégia e gestão "harcore" para PC (recorde-se que a Sega também é a editora de Company of Heroes 2 e Football Manager 2013)?

Num evento recente, a Sega reuniu jornalistas de toda a Europa num cenário de cinema logo à saída de Roma, utilizado precisamente na série de televisão da HBO, Roma. Aí, o Gamereactor teve acesso a uma versão de antevisão que serve de prelúdio à campanha do próximo Total War.

Durante a nossa estadia sobre o tórrido sol romano, só conseguimos experimentar algumas batalhas que decorrem durante esta campanha que serve como tutorial. Contudo, à nossa espera nos escritórios estava essa mesma versão de antevisão, o que nos permitiu explorar com maior liberdade as batalhas inicias do jogo. Como nos capítulos anteriores da série, encontrámos uma mistura de estratégia por turnos e escaramuças em tempo real, mas desta vez estamos de regresso a um dos períodos mais ricos da história: a ascensão da Roma antiga.

Nestas missões de abertura controlámos o fictício Gaius Fulvius Silanus e com os exércitos ao seu dispor, avançamos sobre os Samnitas mais próximos, enquanto tentávamos estabelecer Roma como a super-potência local. A primeira batalha foi o Cerco de Capua, que Silanus (protagonizado por Mark Strong) e os seus comandados alcançam já a meio das incidências. Os Samnitas atacam a cidade e os seus defensores tentam evitar o poderio superior dos seus números esmagadores.

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Porém, antes de nos juntarmos a esse conflito, somos atiramos para um confronto longe da batalha principal. As nossas forças depressa despacham esta oposição inicial que permite absorver as tropas que acabámos de salvar para o nosso próprio batalhão. Com três tipos de unidades sob o nosso comando, Swordsmen, Hastati (que carregam os icónicos escudos Romanos) e os Levy Slinges de longo alcance, marchámos para o palco principal da batalha. As tropas são novamente comandadas com uma combinação das teclas WASD e o rato, e podem arrastar e largar unidades na área inicial antes de cada ronda começar. Quando o confronto está a decorrer, um clique no botão direito do rato coloca-os a marchar. Como sempre, os controlos básicos são simples e intuitivos, o que é um pequeno feito, considerando a complexidade do jogo.

Ao alcançarmos o flanco direito dos Samnitas, decidimos eliminar as unidades de artilharia que bombardeiam as defesas da cidade. As nossas unidades de longo alcance dispersam-se e tomam posição numa colina próxima, como que fazendo chover a própria morte na artilharia inimiga, enquanto as nossas tropas correm para um confronto mais cara-a-cara com os soldados que protegem as unidades mais lentas e vulneráveis. É uma batalha veloz, que termina favoravelmente.

Agora que a artilharia Samnita já não representa uma ameaça, avançamos para a batalha principal, através de um pequeno rio na proximidade. Os números que se atiram ao nosso pequeno batalhão são esmagadores e apesar de conseguirmos utilizar uma catapulta localizada nas muralhas da cidade (está lá mais para exibição do que para efeitos práticos, mas se pressionarem Insert no teclado a perspetiva muda para a primeira pessoa, permitindo confirmar onde cada rajada aterra), a situação não é favorável. O confronto só muda a nosso favor quando chegam reforços controlados pela inteligência artificial, que esmagam a oposição Samnita a partir de trás.

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No seguimento desta vitória somos presenteados com vários tipos de confrontos, além de uma introdução básica ao mapa da campanha e às opções que estarão disponíveis aos jogadores na secção por turnos do jogo. Sinceramente, é bastante para absorver, mas se jogaram Shogun 2, Empire ou Napoleon, vão sentir-se quase de imediato em casa. As mudanças de Total War II à fórmula são mais refinamentos contextuais do que revoluções massivas. A grande diferença deste jogo para os anteriores reside na escala.

Apenas batalhámos na costa oeste de Itália, mas o mapa da campanha de Rome II estende-se das ilhas britânicas ao deserto do Afeganistão. A escala é impressionante. Com uma área tão vasta para os jogadores explorarem e conquistarem, foram introduzidas várias inovações que permitem uma experiência mais direta. Isto será mais evidente perto do final do jogo, onde os jogadores teriam tradicionalmente muitas tarefas a cumprir em cada turno, enquanto tentam governar o seu império ascendente. Em Rome II, controlar as províncias sobre o seu domínio deve ser uma tarefa simples. A complexidade e profundidade ainda estão lá, mas ao unir territórios em três e ao permitir a emissão de decretos que afetam regiões inteiras em vez de territórios individuais, e ao permitir que os jogadores recrutem diretamente para os seus exércitos e não forçar a criação de unidades em cada cidade, a Creative parece ter conseguido simplificar os processos desta componente por turnos.

O mapa da campanha está recheado de detalhes deliciosos, onde os avatares representam novamente exércitos e unidades, enquanto se movem como peças num elaborado jogo de xadrez. Também existem pormenores interessantes no cenário e pequenos toques como os animais que percorrem a relva e assim indicam os tipos de recursos disponíveis em cada região (cavalos na Itália e camelos no Egípto, por exemplo). Quanto os avatares colidem e a batalha decorre, pequenas animações resumem o encontro com clareza.

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Ao governarem o vosso império expansivo, terão um mar de opções. Existem árvores de tecnologia para melhorar (as opções civis permitem melhorar a construção, a economia e a filosofia, enquanto as habilidades militares podem melhorar gestão, táticas e cerco). Os assentamentos sob cerco terão de ser reparados depois da batalha e as cidades expandidas. Existem vários filtros que podem aplicar na visão geral da estratégia, permitindo aos jogadores verificar como a terra se divide em termos de fações, diplomacia, ordem pública, riqueza e crescimento.

No que diz respeito às unidades sobre o seu controlo, existe um montante semelhante de opções ao dispor dos jogadores. Podem criar generais novos e melhorá-los conforme acumulam experiência, e construir exércitos ao seu redor (treinando mais tropas ou contratando mercenários) de forma a completar os objetivos impostos pelo senado (como lidar com pequenas rebeliões da plebe descontente). Enquanto os exércitos navegam o mapa, podem ser ordenados com uma série de ações preestabelecidas; áreas específicas podem ser fortificadas em preparação para batalha, uma zona local pode ser invadida, uma marcha pode ser iniciada para cobrir mais terreno e emboscadas podem ser definidas (particularmente úteis em Rome II, agora que as áreas geradas aleatoriamente onde decorrem as batalhas tornam-se persistentes, assim podem voltar a revisitar uma área e tentar a mesma tática). Uma das novas funções mais interessantes para exércitos é o facto de que, conforme os seus exércitos melhoraram no campo de batalha, ganham certas habilidades e vantagens. Se um exército for mais tarde eliminado, um outro pode ser criado utilizando o legado desse batalhão, passando as habilidades previamente conquistadas por esse exército.

Na versão que experimentámos apenas era possível jogar 14 turnos, mas cada turno permitiu experimentar uma enorme variedade de tipos de batalhas. Os confrontos navais foram o desvio mais óbvio e ainda precisam de algum trabalho. Como se trata de uma versão inacabada do jogo, existem ainda alguns problemas, mas mesmo excluindo-os, não achámos as batalhas navais tão interessantes como as contrapartes terrestres. Mesmo com a colisão de navios e embarque de tropas nos barcos oponentes, tudo pareceu um pouco letárgico.

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Mais interessante porém, é quando as batalhas terrestres e navais combinam. Reforços podem ser estrategicamente colocados no campo de batalha quando tentam flanquear uma força inimiga, e, visto que quando navios chocam todos a bordo morrem, pode utilizar este pequeno truque para eliminar os reforços inimigos. Através do mapa da campanha, podem bloquear as cidades portuárias com os navios, mas dada a limitação da versão testada, não foi possível testar a fundo as nuances desta combinação entre batalhas navais e terrestres.

De regresso a solo firme, conseguimos participar numa série de encontros distintos. Alguns foram pequenas lutas em aldeias pequenas, enquanto outros foram batalhas massivas onde um lado defendia uma posição fortificada. O general fictício Silanus estava particularmente vulnerável nesta versão do jogo, por isso procurámos mantê-lo longe de perigo durante a maior parte do tempo, o que nos impediu de testar as suas capacidades de liderança, mas ainda assim tínhamos um número generoso de táticas ao nosso dispor.

Desde as unidades mais simples, como a plebe, à cavalaria e artilharia de longo alcance, cada um tem as suas fraquezas e forças, que devem ser utilizadas ou exploradas no verdadeiro estilo de Total War. Aprender os prós e os contras de cada unidade é o caminho mais seguro para o sucesso, porque não podem fiar-se na força bruta ou na vantagem numérica para mudar o rumo de uma batalha. Uma mecânica que utiliza linha de visão implica que batedores sejam enviados com antecedência antes que possam realmente avaliar a força e a composição de uma força opositora, e o terreno irá novamente influenciar as batalhas, onde as árvores permitem ataques surpresas e as colinas oferecem vantagem óbvia.

Esta versão de antevisão que experimentámos foi um pequeno vislumbre do que vamos receber em setembro quando o jogo for lançado. Considerando que estávamos a jogar com um número limitado de unidades e apenas uma pequena porção do mapa, é junto dizer que existem muitas razões para estar otimista para Total War: Rome II, tanto em termos de profundidade como de escala. A Sega e a Creative estão claramente confiantes do seu trabalho e considerando o que vimos até agora, é fácil imaginar um futuro próximo onde o seu jogo dominará o campo da estratégia.

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