Português
Gamereactor
análises
They Are Billions

They Are Billions

Jogo de estratégia em tempo real trouxe milhões de zombies para as consolas

HQ
HQ

Depois de algum tempo em acesso antecipado do Steam, They Are Billions foi finalmente libertado para PC. Agora, porém, chegou a vez das versões PlayStation 4 e Xbox One, que são precisamente o alvo desta análise. Trata-se de um jogo de estratégia em tempo real, onde o objetivo é construir e proteger uma colónia de sobreviventes durante o apocalipse. Do outro lado vão estar zombies, muitos zombies, com que terão de lidar numa gestão equilibrada de recursos.

Na prática, They Are Billions parece um misto entre jogos de construção de bases, como StarCraft e Command & Conquer, e o género Tower Defence. Começam sempre com um centro de comando, alguns recursos, e meia-dúzia de tropas. A partir daqui devem começar a construir a vossa base e a recolher mais recursos, expandindo sempre que possível. Com ouro podem construir uma serraria para gerar madeira, dois recursos essenciais para construírem outros edifícios, incluindo quintas para receberem comida e pedreiras. Não podem, contudo, ficar descansados a construírem a base, já que existem zombies a percorrer o mapa que podem infetar sobreviventes e torná-los em novos mortos-vivos. Grupos pequenos podem ser facilmente abatidos pelos soldados, mas eventualmente serão demasiados para resolverem de forma tão tranquila.

Os recursos não abundam, e como tal precisam de gerir bem onde e quando os gastam. Podem construir muralhas, torres, e barracas para os soldados, mas também têm de pensar em trabalhadores e nas estruturas que geram recursos. Se apostarem demasiado na geração de recursos ficarão expostos a ataques mais tarde, enquanto que se investirem em excesso na construção de defesas, vão ficar sem recursos, o que abrandará a vossa expansão. É um processo de aprendizagem, de tentativa e erro, que motiva o jogador a voltar para tentar de novo.

Publicidade:

Nesta versão de consolas vão encontrar desafios semanais e um modo de sobrevivência, o que é francamente escasso. O modo de desafios semanais propõe que tentem um mapa específico, que só podem tentar uma vez, e depois disso serão atribuídos a uma tabela de classificação online. Já o modo de sobrevivência oferece um mapa, com um contador até à chegada de milhões de zombies. À medida que avançam vão desbloqueando mais tipos de mapa, que são sempre gerados de forma automática, e também podem definir uma série de parâmetros para o mapa.

They Are Billions é também um jogo difícil, por vezes em demasia. Se num momento tudo parece controlado, uns minutos mais tarde podem ver a vossa base totalmente atropelada pelos mortos-vivos, que se multiplicam com cada aliado abatido. Alguns jogadores vão certamente apreciar a exigência deste desafio, mas os menos habituados ao género podem encontrar sérias dificuldades, e desistir puramente de frustração.

Outro problema que encontrámos, específico a esta versão, é o tamanho do texto, demasiado pequeno para ser lido numa televisão. Supomos que é o resultado da adaptação do jogo do PC às consolas, o que nos leva a outra questão problemática - os controlos. Existem géneros que funcionam melhor com rato e teclado do que com comandos, e estratégia em tempo real é um deles. Mais recentemente tivemos adaptações razoáveis do género às consolas, e They Are Billions realmente funciona com comando, mas é muito mais confortável com rato e teclado. De notar, contudo, que mesmo nas consolas, They Are Billions é compatível com rato e teclado, desde que sejam suportados pela consola.

They Are Billions
Publicidade:

Estas versões de consolas estão muito atrasadas em relação à versão de PC. Aquando do lançamento no PC, o jogo recebeu uma campanha para os jogadores explorarem, que não está presente na versão de consolas, ou pelo menos não estava aquando da publicação desta análise. Outra ausência evidente é a de um modo tutorial. Não é um jogo muito complicado, e eventualmente vão apanhar o jeito, mas algumas instruções teriam sido bem vindas nos primeiros jogos, ou um narrador ao estilo do que existe em Tropico.

Graficamente, They Are Billions cumpre a sua função, apresentando uma atmosfera adequada ao tópico pós-apocalíptico, beneficiando ainda de uma boa atenção ao detalhe. A banda sonora é outro fator que ajuda a reforçar essa atmosfera, ainda que os gritos dos sobreviventes em perigo se tenham tornado cansativos, ao ponto de termos desligado essa característica. A interface e os menus representam outro problema, sobretudo com a questão que já referimos de textos pequenos, algo que também se aplica às imagens. Em algumas ocasiões até nos enganámos no edifício a construir, algo que provavelmente não teria acontecido a jogar no PC, próximo do monitor. O jogo precisa claramente de ser ajustado para a televisão, e para a distância típica a que um jogador está da televisão.

They Are Billions é um jogo com potencial, mas que nas consolas está muito longe do resultado esperado. É um jogo claramente desenhado para PC, que não teve uma transição positiva para PS4 e Xbox One. Isto não significa que não possa evoluir com o tempo, mas isso é uma hipótese e não a realidade atual. Como está, só o podemos mesmo recomendar aos fãs mais hardcore do género, e esse provavelmente vão jogar no PC.

HQ
They Are BillionsThey Are Billions
They Are BillionsThey Are Billions
06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
Tem um aspeto porreiro. Jogabilidade tensa e geralmente divertida.
-
Pode ser excessivamente difícil. Adaptação ao comando não é muito eficaz. Não inclui campanha ou tutorial. Texto pouco legível.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

Textos relacionados

0
They Are BillionsScore

They Are Billions

ANÁLISE. Escrito por Roy Woodhouse

Jogo de estratégia em tempo real trouxe milhões de zombies para as consolas



A carregar o conteúdo seguinte