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The Witcher

The Witcher - Análise Temporada 1

Uma boa série por direito próprio e um excelente ponto de partida para The Witcher 3: Wild Hunt.

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The Witcher

Wiedźmin no nome original, ou A Saga do Bruxo Geralt de Rívia como é oficialmente conhecida em Portugal, é uma série literária escrita pelo polaco Andrzej Sapkowski, com a primeira publicação datada de 1986. O que interessa esta informação despejada diretamente a partir do Wiki? É o facto desta série da Netflix, The Witcher, ser precisamente baseada nessas obras, e não nos jogos, com os quais poderá estar mais familiar. Os jogos da CD Projekt Red também são baseados nos livros, claro, mas apresentam algumas diferenças, que não são aplicáveis à série. Aliás, a própria série tem as suas próprias particularidades, o que significa que neste momento existem três variantes das histórias de Geralt - jogos, série, e a obra literária original.

The Witcher foi lançado com um formato de oito episódios nesta primeira temporada, e a Netflix já confirmou a produção de uma continuação. Se mais épocas serão lançadas no futuro, só o tempo o dirá, mas a produtora Lauren Schmidt Hissrich já revelou que tem planeadas pelo menos sete temporadas. Nestes primeiros oito episódios irá acompanhar as aventuras de Geralt (Henry Cavill), mas também as histórias de origem de outras duas personagens fulcrais - Yennefer de Vengerberg (Anya Chalotra) e Cirilla (Freya Allan).

Como o maior ponto de referência da esmagadora maioria dos jogadores é The Witcher 3: Wild Hunt, vale a pena referir que esta primeira temporada passa-se vários anos antes dos eventos desse jogo. De certa forma a série acaba por ser uma excelente introdução ao universo de Witcher, e embora não seja uma continuação direta, se vir a série, ficará muito mais preparado para acompanhar o jogo do que se saltar 'cego' para The Witcher 3: Wild Hunt.

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Mas e a série em si? Vale a pena assistir por mérito próprio?

A resposta, felizmente, é positiva. Esta primeira temporada tem algumas falhas, mas de forma geral pode dizer-se que respeita o material de origem, que diverte, e que agarra o espetador. É, contudo, uma série para um público mais adulto, já que inclui várias sequências de sexo, nudez, e grande violência, tal como os livros e até os jogos.

The Witcher

Nos primeiros episódios o lado da história de Geralt parece algo separada do resto da narrativa, apresentando em cada capítulo um novo inimigo para o caçador de monstros eliminar. O que acaba por dar um fio condutor à série são as histórias de Yennefer e Ciri, embora mais tarde se cruzem também com Geralt. Existe, contudo, um excesso de referências a localizações, pessoas, e fações, que acabam por ser secundárias ou meros piscares de olho para quem já conhece o universo, e isso torna a série algo confusa. Essa situação piora considerando a estrutura narrativa, que acompanha três personagens diferentes, cada uma em localizações, contextos, e companhias distintas. É possível manter o foco no fio condutor e acompanhar a série, mas a escrita devia facilitar o progresso da narrativa, já que a estrutura não é exatamente linear.

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The Witcher sucede porém numa série de outros fatores, como o ambiente altamente rico e atmosférico, os combates com coreografias impressionantes, e no elenco, composto por um conjunto de atores que estão perfeitos para os seus papéis. O trio central de atores é fantástico, e várias das personagens secundárias, como o bardo e a rainha, estão também muito bem. A nossa única queixa relativamente ao elenco passa por Anna Shaffer, a atriz que interpreta Triss Merigold (alguém que acreditamos terá um papel mais importante em futuras temporadas). Anna faz um bom trabalho em termos de desempenho, mas visualmente assemelha-se pouco à personagem que conhecemos nos jogos, ao ponto de ser só evidente que se trata de Triss quando se referem a ela pelo nome.

Se gosta de fantasia e não se incomoda com conteúdo sexual e violento, podemos recomendar The Witcher com alguma facilidade, desde que não esteja à espera de um novo Game of Thrones. A qualidade não é a mesma, e mesmo em termos de abordagem ao género de fantasia, estão em campos opostos, com muito maior foco no sobrenatural e no fantástico no que respeita a The Witcher. Magia, lobisomens, profecias, destino... tudo isto são temas muito importantes para a narrativa da série. Dito tudo isto, resta deixar ainda uma recomendação elevadíssima para todos os fãs dos jogos, dos livros, e para quem tem interesse em eventualmente pegar em The Witcher 3: Wild Hunt e procura um bom ponto de entrada.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
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