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The Pathless

The Pathless

Uma lenda encantadora dos criadores de Abzû.

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Considerando quem estava envolvido, não esperávamos menos que um bom jogo. Afinal de contas estamos a falar da Annapurna Interactive, editora de jogos como What Remains of Edith Finch e Gone Home, e do estúdio Giant Squid Studios, que nos trouxe Abzû antes deste The Pathless. O resultado é um jogo de ação e aventura, que não tem medo de abrandar o ritmo e deixar que o jogador desfrute do seu mundo e da sua jogabilidade. Shadow of the Colossus, Okami, e The Last Guardian, foram alguns dos jogos que nos vieram à memória durante The Pathless, não necessariamente porque copie mecânicas, mas porque invoca emoções e sensações semelhantes.

Em The Pathless vai assumir o papel de uma caçadora, armada apenas com um poderoso arco. Algo maléfico domina a ilha em que se encontra, e depois de muitos outros terem falhado na tentativa de salvar a ilha, é a vez da protagonista tentar a sua sorte. É uma história simples e linear, perfeita para o tipo de jogabilidade e experiência que transmite. Uma particularidade de The Pathless é que também funciona muito à base de movimento, já que existem talismãs no mundo que o jogador pode acertar, o que aumenta a velocidade e agilidade da protagonista durante alguns segundos.

Combinando a jogabilidade com o arco (a caçadora aponta sozinha), a velocidade, e algumas sequências de plataformas - mais a ajuda da águia que acompanha a protagonista, The Pathless permite uma fluidez de movimento contínuo verdadeiramente deliciosa. Existe também grande verticalidade, que se vai tornando mais complexa ao longo da aventura, conforme se desbloqueiam as capacidades da águia. O jogo não tem um mapa, nem indicadores, limitando-se a oferecer uma visão espiritual que destaca tesouros, talismãs, e itens. Por outras palavras, The Pathless é (até como o nome indica) um jogo que não leva o jogador por um caminho específico, deixando-o antes determinar o seu percurso.

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Alguns talismãs requerem que o jogador resolva pequenos puzzles, normalmente mais para o lado físico do que para o lado pensativo. Puzzles como a ativação de plataformas, ou acertar em engrenagens com as flechas. Normalmente é preciso encontrar uma boa perspetiva que permita ter uma visão global do puzzle, mas não são complicados. Aliás, até gostaríamos que alguns deles fossem um pouco mais desafiantes.

The Pathless

Uma grande parte da experiência de The Pathless está também na relação da caçadora com a águia. Não se trata de uma simples desculpa para uma mecânica de jogo, como as águias de Assassin's Creed, mas de algo mais profundo, que nos lembrou a relação do rapaz de The Last Guardian com Trico. Em certo pontos até tem de acalmar a águia com alguns toques suaves, e é realmente especial ver como a sua relação se desenvolve ao longo da aventura.

Existem outras mecânicas e secções, como as nuvens vermelhas que prendem a águia. Nestas secções furtivas terá de evitar a visão do demónio (representada com um cone vermelho, até conseguir liberta a águia. Estas são as sequências mais difíceis do jogo, e quebram um pouco o ritmo solto da aventura, mas não são necessariamente negativas, apenas diferentes.

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Na ilha existem vários monstros, e para defrontar cada um deles, precisa de ativar as três torres dessa área. Depois disso, começa a caça, através de uma perseguição em que terá de usar todas as habilidades ao seu dispor para alcançar a presa. Quando isso acontece, a ação passa para uma espécie de arena onde terá de enfrentar o monstro, seja ele uma Hydra ou um dragão, por exemplo. Não espere, contudo, um combate épico que irá testar as suas capacidades de ação, porque não é assim que The Pathless funciona - nem sequer pode morrer, apenas ser abrandado e derrubado. O verdadeiro desafio passa por encontrar a melhor forma de derrotar o oponente, como se fossem puzzles, um pouco à semelhança do que acontecia em Shadow of the Colossus - embora The Pathless seja bem mais suave na dificuldade.

Com The Pathless, a Giant Squid continua a sua tendência para criar jogos visualmente apelativos, não só a nível técnico, mas sobretudo a nível artístico. É um mundo cheio de grandes vistas, cores muito vivas, e ângulos de câmara espetaculares. Na PS4, The Pathless corre a 30 frames por segundo e funciona bastante bem, mas é no modo desempenho da versão PS5, a 60 frames por segundo, que o jogo realmente ganha vida. Em cima de tudo isto há também a excelente banda sonora composta por Austin Wintorys.

The Pathless é um jogo fantástico. È entusiasmante, lindo, e também algo relaxantes - quase hipnótico quando estamos a correr pelos campos a alta velocidade. A Giant Squid já tinha dado excelentes indicações com Abzû, e agora voltou a mostrar que é um estúdio com ideias originais e capacidade para as executar. Em PC, PS4, ou PS5, The Pathless é um jogo que recomendamos facilmente.

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09 Gamereactor Portugal
9 / 10
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Atmosfera sublime, cheia de magia e encanto. Estilo visual deslumbrante. Boa sensação de verticalidade e velocidade. Ritmo agradável.
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Os puzzles podiam ser um pouco mais desafiantes.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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