Com os seus dois jogos Nioh, a Team Ninja apresentou versões muito exageradas e fantásticas da História e do folklore japonês, misturando ambos numa narrativa baseada de forma muito solta no período Sengoku do Japão. É a história de indivíduos que, através de uma fonte de poder demoníaca chamada Amrita, foram consumidos pelos Yokai que os alimentaram. Nada de muito original, pelo contrário, é bastante previsível e até algo disparatado por vezes, mas é apresentado com grandes valores de produção, e no fundo, acaba por ser divertido.
A história não é, contudo, o foco dos Nioh. Tratam-se de jogos de ação na terceira pessoa com muita inspiração no género "Souls-borne", no sentido em que requerem mais atenção, reação, e moderação, do que algo como Bayonetta, Devil May Cry, ou até o próprio Ninja Gaiden da Team Ninja. Isso deve-se à dificuldade elevada dos inimigos, a uma estrutura que pune o jogador quando perde, e a uma barra de energia que é necessária para quase todas as ações da personagem. Ou seja, se gastar toda a sua energia em ataques disparatados, ficará sem energia suficiente para se defender ou desviar de investidas inimigas.
Existe, claro, muito mais em torno da jogabilidade e da estrutura de Nioh e Nioh 2 de que poderíamos falar, mas já fizemos isso (pode ler a análise de Nioh aqui, e a de Nioh 2 aqui). O que mais importa nesta análise específica é falar da coleção que foi agora lançada para PS4 e PS5 por € 79,99, e que inclui os dois jogos e as respetivas expansões. No caso da PS5 estão também incluídos melhoramentos técnicos, que detalharemos em baixo. Nota ainda para o facto de existir a opção para transitar das versões PS4 dos dois jogos para a PS5 sem encargos extra, e isto estende-se também às expansões. E até é possível passar os saves de uma geração para a outra.
Enquanto que melhoramentos pode encontrar em The Nioh Collection de PlayStation 5? Para começar, a velocidade de carregamento dos loadings é muito inferior, permitindo entrar no jogo ou recomeçar a aventura depois de uma morte de forma praticamente instantânea. Depois, pode escolher entre três modos gráficos - qualidade, 4K, ou 120Hz. O principal objetivo da Team Ninja para esta coleção passou por colocar os dois jogos a correr a 60 frames por segundo. Na PS4 só corriam a 30 frames por segundo, e na PS4 Pro era possível escolher entre maior resolução ou 60 frames por segundo. Na PS5, os 60 frames por segundo estão assegurados independentemente do modo gráfico escolhido, restando escolher de que forma queremos usar o resto do poder da consola para melhorar o jogo.
Se escolher o modo 4K, os dois jogos vão correr com uma resolução dinâmica que está sempre nos 4K ou pouco abaixo disso, enquanto que o modo de qualidade reduz a resolução para perto dos 1440p, mas melhora outros efeitos visuais, como as sombras e o detalhe à distância. Por fim, há o modo de 120Hz, que sacrifica resolução e qualidade gráfica para correr com o dobro da fluidez, embora necessite de uma televisão ou monitor capaz de suportar os 120Hz. É uma questão de escolha pessoal, embora a nossa recaia no modo de qualidade.
As versões PS5 de Nioh e Nioh 2 são ainda compatíveis com o DualSense, aproveitando os gatilhos adaptáveis e a vibração háptica para criar maior imersão. Não é nada que mude significativamente a jogabilidade ou a experiência de jogo, e existem outros jogos em que o DualSense ganha bem mais importância, mas não deixa de ser um ponto positivo. Os dois jogos suportam também o sistema de atividades da consola, permitindo saltar para missões ou momentos específicos a partir do menu da PS5.
Nioh 1 e 2 não são jogos diferentes na PS5, mas são melhores. A par do PC, esta é a melhor forma de desfrutar destes títulos, que continuam a estar entre as melhores alternativas para quem procura algo parecido com Dark Souls e Sekiro. Existem alguns defeitos, como um excesso de missões repetitivas e reciclagem entre os dois jogos, mas de forma geral está aqui uma coleção que recomendados facilmente a quem aprecia o género.