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Rainbow Six: Siege

Rainbow Six: Siege

O shooter tático da Ubisoft esteve ausente durante vários anos, mas será que agora foi a altura certa para regressar?

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Estão a procura de uma razão para escolherem Rainbow Six: Siege em detrimento de outros jogos do género no mercado? Trabalho de equipa é essa razão. Enquanto jogos como Call of Duty, Halo e Battlefront recompensam as vossas ações individuais e abrem caminho à compra de novo equipamento, Rainbow Six: Siege recompensa a equipa pelo seu trabalho conunto. Este é o tipo de experiência em que uma equipa coordenada vai ser sempre superior a um grupo de jogadores individuais.

Antes de conseguirem desfrutar do modo online, precisam de alcançar nível 5 com a personagem, e conseguem isso jogando dois modos de jogo: Situations e Terrorist Hunt. Situations é o equivalente de uma campanha a solo para Rainbow Six: Siege, mas serve sobretudo o propósito de um tutorial (e é um bom tutorial). Ao longo de nove níveis vão experimentar várias personagens, cada uma com habilidades específicas. Para resolverem as situações que vão encontrar, vão precisar de usar essas habilidades eficazmente.

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Terrorist Hunt é outro caminho que podem seguir no início do jogo, e pode ser jogado sozinho, ou em modo cooperativo, com um máximo de quatro amigos. Aqui podem jogar como a equipa atacante ou defensora. Enquanto agressores terão de invadir um edifício e escolher um objetivo: ou eliminam os 24 oponentes, ou cumprem a missão primária - salvar um refém ou desarmar uma bomba. No papel de defensor, terão de tentar parar a equipa atacante. Embora possa ser jogado a solo, este modo foi claramente desenhado para uma equipa de jogadores, já que a dificuldade não é ajustável, e dificilmente vão cumprir os vossos objetivos sozinhos. Situations e Terrorist Hunt são os únicos modos que Rainbow Six: Siege tem para oferecer ao jogador solitário. Tal como Titanfall e Star Wars: Battlefront, Rainbow Six: Siege prefere destacar o modo online em detrimento de uma verdadeira campanha a solo.

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Isto não é necessariamente uma crítica ao jogo, desde que o foco no multijogador seja justificado com uma experiência de qualidade, que é o caso. À semelhança de Terrorist Hunt, os encontros são disputados em partidas de Atacantes vs Defensores, e o objetivo passa sempre por resgatar um refém ou desarmar uma bomba. No início de cada partida os atacantes têm 45 segundos para pesquisar o mapa com câmaras controláveis, tempo que os defensores podem aproveitar para montar armadilhas e preparar a estrutura para a invasão da outra equipa. Para que uma partida conte para a classificação, cada equipa tem de ter cinco jogadores. Podem jogar noutras variantes, mas apenas em mapas personalizáveis, o que não vos dará pontos de experiência. Pode ser interessante para se divertirem com amigos, mas pouco mais que isso.

A versão final inclui 11 mapas para o modo online, e mais serão acrescentados no futuro, gratuitamente. A variação de jogo não chega apenas na forma de novos mapas, mas através das várias personagens e das combinações que podem criar. Enquanto atacante podem criar um buraco na parede com Sledge e o seu martelo, para que de seguida o IQ verifique se existem armadilhas na sala seguinte. Fuze será o primeiro a atravessar o buraco, protegendo os seus colegas com um escudo. Mais atrás pode estar Glaz, que com a sua mira de longo alcance pode abater inimigos sem colocar os seus companheiros em perigo. Por outro lado, os defensores podem utilizar Rook para garantir proteção a toda a equipa, enquanto que o Bandit eletrifica as redes. Smoke tem a capacidade de colocar minas de gás venenoso em áreas estratégicas. Existem 10 personagens para cada lado e todas têm algo único para oferecer ao jogo.

Um elemento desapontou-nos no multijogador de Rainbow Six: Siege. Só existem dois objetivos - salvar um refém ou desarmar uma bomba - e mesmo assim, os dois são muito parecidos. Para salvarem o refém têm de invadir a casa, pegar no alvo, e levá-lo para um local seguro. Para desarmarem a bomba, têm de invadir a casa, chegar ao alvo, e esperar que uma máquina complete o serviço. A verdade é que os dois modos costumam acabar da mesma forma: com uma equipa a matar todos os elementos da outra. Seria interessante que existissem incentivos para cumprir os objetivos, mas eventualmente vão perceber que é mais fácil matar os adversários do que correr pelo mapa a proteger um refém.

O modo Terrorist Hunt corre a 30 frames por segundo, devido ao número de inimigos que estão no mapa, mas o modo online corre quase sempre a 60 frames por segundo. Raramente percebemos quebras na fluidez. O jogo está bem afinado, embora um bug tenha surgido com frequência: quando estávamos a controlar a câmara com a equipa atacante, por vezes danificava-se sem sentido, o que nos impedia de visionar o mapa. Claro que, passados os 43 segundos dessa secção, o jogo perseguiu sem problemas, mas não deixa de ser uma falha irritante. É no entanto provável que a Ubisoft remedei esse problema rapidamente.

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Além desse problema, o jogo correu quase sempre na perfeição. Os 11 mapas são concentrados, mas repletos de detalhe - detalhes que podem destruir, embora nem sempre seja evidente o que podem ou não destruir. Ao fim de algumas horas vão identificar o que pode ou não ser quebrado, mas ao início é provável que vejam a frase "superfície inquebrável" com alguma frequência. Mesmo o que é destrutível, pareceu sempre muito controlado e pré-definido, mas isso é pouco relevante, porque a experiência de Rainbow Six: Siege não é sobre destruição o caos.

Num jogo com tanto foco em táticas e trabalho de equipa, será que consigo divertir-me jogando com estranhos aleatórios? Jogámos algumas partidas nessas condições, e sem comunicação, o que resultou sempre na nossa derrota. Sempre. O jogo não funciona se uma das equipas não conseguir manter a comunicação e a coordenação. Rainbow Six: Siege está desenhado para grupos de cinco jogadores que possam comunicar, e possivelmente ganhar rotinas

Rainbow Six: Siege também não é particularmente rico em modos de jogo, mas é um caso de qualidade versus quantidade. Situations e Terrorist Hunt são modos de jogo divertidos durante algumas horas, mas é no multijogador que esta experiência da Ubisoft realiza todo o seu potencial. Alguns jogadores podem criticar a ausência de uma campanha ou o número de mapas, mas isso passa ao lado do que é o propósito de Rainbow Six: Siege. Este é o shooter para o jogador que privilegia o trabalho de equipa ao número de tiros na cabeça. É bom ver que Rainbow Six está de volta, e mais importante ainda, que continua a oferecer algo diferente do que todos os outros jogos do género no mercado.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
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Multijogador profundo, com estratégia. É divertido como agressor e defensor. Os modos Situations e Terrorist Hunt funcionam bem como tutoriais.
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Não existe grande diferença entre salvar um refém ou desarmar uma bomba. Alguns bugs, um deles frequente.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Anders Mai

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