Nier: Automata

A Square Enix decidiu oferecer uma prenda de Natal aos jogadores, ao disponibilizar uma demonstração jogável de Nier: Automata na PlayStation 4. Durante a pausa de Natal tivemos a oportunidade de experimentar esta demo, e verificar a forma que está a ganhar este RPG de ação produzido pela Platinum (Bayonetta, Transformers: Devastation). A demo em si não demora mais de 30 minutos, e é uma experiência muito linear que pretende sobretudo mostrar a jogabilidade.

Os níveis da demo permitem assumir o controlo da andróide feminina, 2B, que tem o objetivo de infiltrar uma fábrica e destruir uma "arma das máquinas" chamada Goliath. Os níveis são bastante lineares, mas são suficientes para deixarem algumas pistas da direção da estória. Depois de encontrar um outro andróide, chamado 9S, a 2B começa a questionar o seu propósito, e a narrativa parece tomar algumas curvas mais complexas no futuro. Quando a 9S, torna-se um companheiro do jogador, que além de oferecer comentários sobre vários temas, fornece informação tática sobre as batalhas. É um companheiro ativo controlado pela inteligência artificial, e pelo menos nesta demonstração, não é possível assumir o seu controlo direto.

Como já referimos, Nier: Automata está a ser produzido pela Platinum Games, uma produtora que já mostrou grande competência na criação de jogos de ação na terceira pessoa. Nier: Automata encaixa mais num misto de RPG e ação, mas nota-se claramente o toque da Platinum nos combates. É uma combinação de velocidade e perícia, com controlos afinados, que tornam a experiência das batalhas numa delícia. Como outros jogos da Platinum, sabe bem pegar no controlo e desbatar inimigos uns atrás dos outros, independentemente de todo o resto. Neste aspeto, Nier já nos convenceu.

O sistema de combate utiliza combinações típicas de ataques rápidos e fortes, enquanto desbastam inimigos mecânicos. Também têm acesso a um desvio veloz e a golpes aéreos, e tudo junto cria o estilo de sistema de combate onde o verdadeiro objetivo não é destruir inimigos, mas antes destruí-los com estilo. A 2B tem ainda acesso a um drone que bombardeia oponentes à distância, fornecendo análises táticas sobre vários elementos. Em conclusão, não faltam opções para o jogador abordar os inimigos de várias formas e feitios.

Não sabíamos muito bem o que esperar de Nier: Automata, e ainda não sabemos o que esperar da experiência geral do jogo final, mas a demo deixou-nos com boas indicações. Não é uma demo muito preocupada em mostrar o desenvolvimento da estória ou em oferecer muito contexto sobre o que se passa, mas como demonstração do combate, funciona bem. Existe uma função, ativada de origem, que torna os ataques com armas de longo alcance automáticos, garantindo que acertam sempre o seu alvo. É útil, mas jogadores à procura de um bom desafio podem desativar esta função automática. E claro, existem vários níveis de dificuldade.

Quanto a problemas, encontrámos o que já esperávamos - uma câmara defeituosa. O jogo utiliza ângulos fixos de câmara, o que por vezes quase muda a experiência. Em alguns ângulos parece que estão a jogar um jogo de ação isométrico, enquanto que outros ângulos assemelham-se a um jogo de plataformas 2D. É uma ideia engraçada no papel, mas na prática obriga a um reajuste constante do jogador, o que pode ser desnecessariamente frustrante.

Nier: Automata chega em março, mas não era um jogo que estivesse no nosso radar imediato. Isso mudou depois de experimentarmos a demo. As animações da personagem são fantástica, e o sistema de combate está já bastante polido. É uma experiência de jogo feroz e furiosa, apesar dos cenários em si não terem apresentado grande vida. Esperamos que a estória e os cenários possam evoluir favoravelmente no jogo final, mas pelo menos sabemos que a jogabilidade estará à altura, o que é mais do que podemos dizer sobre muitos jogos.