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O Melhor de Tom Clancy

Depois da morte do autor, e com The Division no horizonte, decidimos olhar para trás e ver que títulos fazem jus ao nome de Tom Clancy.

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Em 2013, Tom Clancy deixou-nos, com 66 anos de idade. O mundo da literatura e dos videojogos ficou um pouco mais pobre. Um acordo com a Ubisoft permitiu à editora estampar o nome de Tom Clancy numa série de títulos, mas três séries em particular ficaram para sempre ligadas ao autor - Rainbow Six, Ghost Recon e Splinter Cell.

O tão aguardado The Division é o próximo grande jogo da Ubisoft que vai carregar o nome do autor no título e a estreia de Jack Ryan: Agente Sombra a 30 de janeiro, marca o renascimento da série baseada em personagens de Tom Clancy (podem ver um pequeno vídeo sobre isto em baixo). Por tudo isto, achámos que era uma boa altura para definir os cinco jogos mais importantes que estão associados ao autor.

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Tom Clancy's Rainbow Six

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O Melhor de Tom Clancy

Voltar a jogar, nos dias de hoje, o Rainbow Six original lançado em 1998, pode ser uma experiência traumatizante, mas na altura era revolucionário. Os antagonistas principais surgiram na forma de eco-terroristas (inimigos pouco habituais), chamados The Phoenix Group. A sua maior ameaça vinha de uma potencial arma biológica (Ebola, se a memória não nos falha). Mas não foi só o enredo que o destacou, foi também a execução.

A opção para planear as missões com antecedência, definindo pontos de entrada e equipando as tropas com o equipamento adequado, era fantástica. Este era o coração de toda a experiência - era necessário definir uma estratégia clara para cada canto, cada área.

Continuam bem vivas na nossa memória a entrada em prédios isolados, arrobando portas e eliminado inimigos em sequência. Era muito difícil, o que obrigava a repetir os níveis e a ajustar a estratégia. A jogabilidade era super-imersiva; os gráficos e o som eram, na altura, de topo. A versão original foi lançada no PC, mas chegou a ser adaptado para a PSOne, juntando-se a outros títulos de PC que testavam na altura a disponibilidade do mercado de consolas. Existiam, contudo, algumas diferenças. Os jogadores de PlayStation tinha o luxo de ter as armas visíveis no ecrã (no PC só viam a mira).

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O jogo foi desenvolvido pela Red Storm Entertainment, um estúdio fundado pelo próprio Tom Clancy, e originalmente era focado no público americano. Mais tarde, contudo, concluíram que deviam tornar Rainbow numa experiência mais internacional. Num futuro não muito distante, Rainbow Six: Patriots deve aterrar na PS4 e na Xbox One, continuando o legado deixado por Clancy.

Tom Clancy's Splinter Cell

O Melhor de Tom Clancy

A nossa experiência com Splinter Cell parece quase uma piada. Em 2002 estávamos completamente vidrados com um comando enorme de Xbox na mão, dentro de um quarto minúsculo da universidade, navegávamos Sam Fisher através das ruas da cidade. A imersão era tal, concentrados na tentativa de evitar as patrulhas escondidos na sombra, que nem reparámos quando um amigo entrou no quarto, pegou numa lata de cerveja vazia e atirou-a contra a parede do lado, distraindo-nos. Com a cabeça virada fomos presenteados com um muito merecido 'calduço'. A vida imitava a arte, e como tantos inimigos controlados pela IA em Splinter Cell, também nós caímos na ratoeira. Sam Fisher ficaria orgulhoso.

Splinter Cell não pode ser considerado o pai do género de ação furtiva - Solid Snake já o faz há muitos mais anos, mas enquanto Kojima fazia Snake evitar os inimigos através de caixas de cartão com Metal Gear Solid, Splinter Cell preferiu utilizar o conceito de luz e sombra para criar uma mecânica de jogabilidade que era verdadeiramente única.

A história era quintessencial Clancy (apesar de não ter sido o autor a escrevê-la). Foi um dos primeiros títulos obrigatórios da Xbox original e o jogo que chamou a atenção da indústria para os estúdios da Ubisoft Montreal. Também tinha outra grande vantagem que mais nenhum outro jogo teve: a voz inconfundível de Michael Ironside na pele de Sam Fisher. Apesar da idade, Splinter Cell ainda se aguenta firme nos dias de hoje, e até existem versões HD disponíveis nas plataformas digitais, se forem atacados por um sentimento de nostalgia.

Tom Clancy's Rainbow Six: Vegas

O Melhor de Tom Clancy

Praticamente dez anos depois do lançamento do original, Rainbow Six apareceu como um animal muito diferente. Mesmo com a quebra da exigência da dificuldade, Vegas proporcionou um desafio interessante, que o distinguiu de outros FPS da altura, até porque incluía um sistema de cobertura na terceira pessoa.

Vegas casou o controlo estratégico do grupo com um espetáculo visual que os jogos da linha Clancy não tinham tido até ai. Embora Ghost Recon o tenha feito primeiro, com Advanced Warfighter, Vegas utilizou o hardware da Xbox 360 com grande eficácia, recriando exemplarmente a cidade norte-americana de Las Vegas. Os neons dos prédios, as decorações, as máquinas de jogo... Vegas envergonhou as localizações conservativas dos títulos anteriores de Clancy.

O controlo do grupo era definido através do D-Pad, enquanto que o design dos níveis obrigava o jogador a pensar em manobras de flanqueamento; tinham de assegurar, não só a vossa segurança, mas também a dos vossos parceiros. Os números dos inimigos eram vastamente superiores e se não tivessem cuidado seriam facilmente abatidos. Tinham de agir silenciosamente, assegurar que as salas estavam vazias antes de continuarem e avançar silenciosamente. Era bem mais fácil morrer em Vegas do que era sobreviver.

O jogo chegou às consolas e ao PC e tornou-se num dos destaques de 2006. Dois anos mais tarde chegou uma sequela, que embora decente, não conseguiu espantar como o original. Aliás, muito provavelmente, nenhum jogo da linha Tom Clancy voltou a ser tão impressionante.

Tom Clancy's Ghost Recon: Future Soldier

O Melhor de Tom Clancy

Ao longo dos anos fomos presenteados com várias edições da série Ghost Recon, mas nesta linha particular de títulos assinados por Tom Clancy, achamos que o melhor exemplo é também o mais recente. Future Soldier é, na nossa opinião, o melhor capítulo de Ghost Recon. Muito do nosso entusiasmo enquanto jogámos Future Soldier veio do multijogador fantástico (apesar de problemas técnicos aquando do lançamento). Um nível em particular, durante uma tempestade de areia, impressionou-nos, obrigando-nos a utilizar todas as ferramentas tecnológicas ao nosso dispôr.

Dois conceitos sobressaem para descrever o jogo: sistema de cobertura e tecnologia avançada, duas ferramentas essenciais para dominar o campo de batalha. Os níveis tinham um excelente design e muita variação, e os modos de jogo completavam a ação. À medida que foram introduzidos vários DLC, também cresceu o número de opções de jogo, incluindo o nosso modo favorito, Stockade, onde os jogadores têm de esperar, em caso de morte, que um colega mate um inimigo, antes de ressuscitarem.

Dado que é um jogo de 2012, ainda se joga bastante bem, e aconselhamos-vos a experimentá-lo se ainda não o fizeram.

Spies Vs Mercenaries

O Melhor de Tom Clancy

O modo multijogador de Splinter Cell tornou-se num dos ingredientes essenciais da experiência, desde a sua estreia em Pandora Tomorrow. Provou que os modos multijogador de jogos normalmente associados a campanhas a solo não precisam de ser 'martelados' só porque sim, mas que até se podem tornar em mais valias, sobretudo se forem inspirados pela campanha de forma a proporcionarem uma experiência singular.

Os espiões assumiam o estilo de jogo tradicional - perspetiva de terceira pessoa e uma atitude furtiva para evitar o fogo inimigo - os que jogavam como mercenários tinham uma perspetiva mais limitada, na primeira pessoa, enquanto tentavam encontrar e eliminar os espiões.

Era um verdadeiro jogo de rato e do gato e ainda é um dos melhores conceitos de jogabilidade furtiva num modo multijogador.

O novo Splinter Cell: Blacklist introduziu algumas novidades, que não foram muito bem recebidas pela comunidade, mas ainda assim, se procuram uma experiência deste género, ainda é a melhor opção (e a campanha também é bastante boa).

Conclusão

O envolvimento de Tom Clancy nestes jogos foi curto ou praticamente inexistente, mas de forma geral, a qualidade dos jogos têm feito jus ao nome do autor. Esperemos que The Division possa cumprir com a tradição, seja lançado em 2014 ou 2015.



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