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Pollen: Realidade Alternativa

O jogo de realidade virtual em que John F. Kennedy não foi assassinado em Dallas.

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A primeira vez que nos encontrámos com a Mindfield Games foi na GDC, em março, onde nos falaram da sua aventura ambiciosa para a realidade virtual, Pollen (ou P.O.L.L.E.N.). O jogo foi mostrado com uma versão antiga do Oculus Rift, mas nem isso impediu Pollen de nos impressionar com uma atenção fantástica ao detalhe. Toda a demonstração passou-se dentro da Estação Espacial M, desenhada com um estilo clássico de ficção científica.

O motivo para esse estilo de design antigo só se tornou evidente recentemente, quando voltámos a encontrar a Mindfield. A produtora decidiu finalmente levantar um pouco do véu sobre a aventura, que apresenta uma versão alternativa da história. No universo de Pollen, o presidente John F. Kennedy dos Estados Unidos da América conseguiu sobreviver à tentativa de assassinato em Dallas. No seguimento desse evento, os EUA e a União Soviética trabalharam juntos para construírem uma estação na lua, resultando num rumo de exploração espacial muito diferente daquele que conhecemos. Olli Sinerma, co-fundador da Mindfield Games, explicou-nos a ideia que alimenta Pollen:

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"Começamos o projeto a pensar em todos os grandes clássicos da ficção científica, de escritores como Isaac Asimov. Pegámos nos mundos que criaram, na ideia que essas pessoas das décadas de 50 e 60 tinham de como seria o mundo no ano 2000. Seguimos essa ideia, e mudámos o mundo para que correspondesse à ideia do design de 1960, altura em que no mundo de Pollen, Kennedy não foi morto, mas sim o seu guarda-costas."

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"No nosso mundo, os EUA e a União Soviética uniram-se, o que 30 anos depois resultou numa verdadeira expansão espacial, com estações em Marte e na Lua. Até a lua de Saturno tem uma estação. No mundo de Pollen, é perfeitamente normal ter um trabalho no espaço. É comparável com ter um trabalho no Ártico. Não é popular, mas é perfeitamente normal, embora seja um trabalho muito isolado."

O que existe então de tão apelativo numa visão arcaica do que será o futuro (nosso presente)?

"O que realmente apreciamos na ficção científica destes escritores é que é bastante credível numa perspetiva científica. Embora fosse ficção, estes escritores tentaram realmente perceber como funciona a física no mundo real, e escreveram as suas histórias com esses parâmetros. Em Pollen tentamos também mantermos-nos o mais credível possível. É engraçado que um dos filmes do momento seja Perdido em Marte, porque a história do filme é muito parecida com a de Pollen."

"Para manter a história consistente, desenhámos a tecnologia deste mundo com antecedência. O tipo de computadores que têm, o tipo de viagens espaciais que podem fazer, quanto tempo demora a ir da Terra à estação Titan, e até o estado político na Terra. Criámos um contexto enorme para o jogo, mesmo que nem tudo apareça, mas é importante para manter a coerência."

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De certa forma, Pollen pode ser descrito como uma aventura espacial de ritmo muito baixo, onde o jogador deve tentar descobrir o que aconteceu aos outros residentes da estação.

"Neste tipo de jogos, normalmente existe uma voz narradora que descreve a situação e os objetos. Em Pollen não vamos ter nada disso, vamos deixar que o jogador descubra tudo sozinho. Se já viram 2001: Odisseia no Espaço, lembram-se que o filme começa com um bando de macacos à pancada, mas depois tudo muda para o espaço. O espetador pode não perceber imediatamente o que isso significa, porque não lhe é explicado diretamente, mas se repetir o filme algumas vezes, vão começar a perceber a ideia. Passa-se o mesmo com Pollen. Ao princípio podem não perceber tudo, mas ficam com a ideia geral. Talvez ao jogarem uma segunda vez percebam como duas coisas se ligam, ou porque uma pessoa fez o que fez, e aí vão ganhar ainda mais conhecimento sobre a história."</>

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Pollen está a ser produzido para os dispositivos de realidade virtual, um conceito em que Sinerma acredita plenamente.

<i>"Acredito plenamente que a realidade virtual será o grande atrativo de 2016, o lançamento dos dispositivos para o grande público. (...) Em termos de jogos exclusivos para realidade virtual, ainda não são muitos, e a maioria são experiências que se jogam sentados, como shooters espaciais e jogos de condução ou aviões. Ainda não existem muitos jogos de movimento, e Pollen é um dos poucos."

Olli Sinerma não se quis alongar em relação a uma possível data de lançamento, já que está dependente dos lançamentos dos próximos capacetes de realidade virtual. Em baixo podem ver a entrevista completa com Villie Kivisto, gravada no início do ano.

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