Michel Ancel é mais conhecido na indústria de jogos como o criador de Beyond Good and Evil e da franquia Rayman, mas agora está aposentado do mundo dos jogos há quase cinco anos. Após sua saída da Ubisoft em 2020, o criativo voltou sua atenção para projetos relacionados à vida selvagem, mas ele é uma voz proeminente que ainda guarda alguns segredos sobre seus últimos anos na empresa francesa. E agora alguns deles surgiram sobre o tão adiado Beyond Good and Evil 2.
De acordo com uma entrevista no Superpouvoir (obrigado, VGC), os problemas com o jogo, que ainda não tem janela de lançamento, embora oficialmente ainda esteja em desenvolvimento, já eram muitos há quatro anos.
"Em alguns projetos, nos propusemos grandes desafios e montamos equipes com paixão, mas sem saber o quão longo e complexo será o caminho", explica Ancel. "A paixão é uma energia fabulosa, mas também pode levar a confrontos entre entusiastas. Em Beyond Good & Evil 2, por exemplo, havia muitos problemas entre os gerentes.
"O diretor de arte queria refazer tudo uma e outra vez, o diretor do jogo queria fazer um rastreador de masmorras e eu estava sonhando com uma aventura espacial. Nós simplesmente não conseguíamos concordar, e o diretor do jogo levou o projeto em uma direção diferente".
"Nesse tipo de situação, as equipes vão e voltam e nem sabem quem está no comando e quem está tomando as decisões. O produtor deveria colocar ordem na situação, mas isso não aconteceu. Yves Guillemot até teve que ir até Montpellier para colocar as coisas de volta nos trilhos, mas não foi o suficiente, e o diretor do jogo continuou em sua obstinação".
É justamente a liderança de Guillemot que tem sido uma das principais críticas dos investidores da Ubisoft nos últimos tempos, e parece que dependendo de sua decisão de permanecer ou não como CEO dependerá de quanto a empresa e seus projetos mudarão.