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Assassin's Creed: Syndicate

Assassin's Creed: Syndicate

A antevisão ao AC que promete mudar a série para sempre.

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Ainda Assassin's Creed: Unity estava fresco nas lojas e já surgiam os primeiros detalhes do novo jogo da série, cortesia de mais uma fuga de informação. No então denominado Assassin's Creed: "Victory", os jogadores iriam visitar Londres durante o reinado da Rainha Victoria, e assumir o papel de um protagonista. Agora que visitámos os estúdios da Ubisoft Quebec, podemos confirmar que o novo jogo vai mesmo passar-se em Londres, mas irá chamar-se Syndicate e irá contar com dois protagonistas diferentes, pela primeira vez na história da série.

Assassin's Creed é hoje um dos maiores nomes dos videojogos, e como Call of Duty, tem tido um lançamento novo a cada ano desde o segundo capítulo da série. Isso garantiu aos jogadores um grande fluxo de conteúdo, mas também teve o seu peso na qualidade geral da produção. O último jogo, Assassin's Creed: Unity, apresentou-se como um projeto de grande ambição, mas acabou seriamente prejudicado por vários problemas técnicos e opções de design francamente desinspiradas. Em cima desses problemas, também parece existir alguma falta de ideias e os jogos começam a tornar-se bastante repetitivos. A nova produtora afirmou que está consciente destas situações e pretende resolver estes problemas com a sua abordagem à série

A apresentação começou bem. Francois Pelland e Marc-Alexis Coté, da Ubisoft Quebec, fizeram as honras de anunciar o jogo, realçando o facto de ser o primeiro título da série baseado num ambiente moderno mais próximo do que conhecemos nos dias de hoje. Mais importante que isso, sobretudo depois das apresentações extremamente programadas de Assassin's Creed: Unity, fizeram questão de destacar que estávamos a ver a versão PlayStation 4, ainda num estado Alpha, a correr na versão Debug da consola. "Nada de truques," garantiram.

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O produtor continuou, referindo o seguinte: "Este é o período que marca o fim da Revolução Industrial. 'Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos', escreveu Charles Dickens em Um Conto de Duas Cidades de 1859. É este tipo de atmosfera que queremos recriar em Syndicate, e queremos que consigam experienciar as diferentes áreas de Londres."

Londres neste período apresentava uma tremenda diferença social, alternando entre a riqueza extrema e a pobreza total. O jogo pretende mostrar claramente essa divisão, e o crime organizado será um grande elemento da história e da experiência. Os eventos de Syndicate decorrem cerca de 75 anos depois de Unity e a Revolução Francesa, mas durante esse período existiram avanços significativos. Segundo os produtores, estas novidades tecnológicas abriram a porta para várias inovações na série.

Neste período do tempo, o Império Britânico é o mais poderoso do mundo, em termos militares, comerciais e diplomáticos. Os Templários, naturalmente, estão no centro deste Império e Londres é a capital para o grupo rival dos Assassinos. Por esta altura, os Templários ganharam uma grande vantagem sobre os assassinos, mas têm consciência que a luta não terminou. Isso leva-nos aos protagonistas; um homem e uma mulher que são na verdade irmãos gémeos.

Jacob e Eve Frye cresceram nos arredores de Londres e foram treinados nas artes e nos princípios dos Assassinos desde muito cedo. Quando os jogadores chegarem a Londres pela primeira vez no início do jogo, essa será também a primeira visita da dupla à capital britânica. Segundo os produtores, Jacob é um lutador carismático, um líder por natureza. Eve, supomos, será mais subtil na sua abordagem.

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A versão de Londres que a Ubisoft está a criar foi o tópico seguinte da apresentação. A Ubisoft Quebec promete uma cidade mais dinâmica e viva do que em qualquer outro jogo da série, com muitas oportunidades para os jogadores. A cidade será dividida em sete distritos, cada um com uma identidade muito própria. Whitechapel, por exemplo, será uma área pobre que vai contrastar com a luxuosa Westminster. Neste período já existia uma força polícia em vigor, mas a sua presença vai variar dependendo da zona da cidade, já que algumas áreas eram consideradas demasiado perigosas para patrulhar. A equipa de produção explicou ainda que vamos ter várias missões e objetivos secundários, que desta vez "farão sentido" na história, sempre com o intuito de ajudar a irmandade de uma forma ou outra. Na cidade vão também conviver com crianças, que terão um papel muito mais significativo do que noutros jogos da saga (já tinham tido uma presença menor em AC III), já que nesta altura existiam muitos menores a trabalhar nas fábricas. Fomos ainda informados que cada distrito de Londres será aproximadamente do tamanho de Roma de AC: Brotherhood.

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A apresentação focou-se de seguida nos pilares da experiência Assassin's Creed: Ação furtiva, movimento livre e combate. Segundo a Ubisoft Quebec, Syndicate pretende levar cada uma destas componentes para o passo seguinte.

Assassin's Creed: Unity introduziu uma nova mecânica de ação furtiva na série, permitindo ao protagonista Arno encostar-se a objetos ou esgueirar-se agachado. Foi uma boa ideia, mas as duas ações eram algo atabalhoadas no jogo final. Syndicate vai utilizar a mesma mecânica, mas de forma modernizada e afiada. O movimento de encosto será agora automático, bastando chegar perto de um objeto numa posição furtiva. Os fãs podem também apreciar a reintrodução do assobio de AC: III, que permitia atrair guardas na direção do jogador. Em alternativa também podem atirar pequenas facas contra paredes, para atrair ou confundir guardas.

O sistema de combate, igualmente renovado em AC: Unity, foi atualizado para Syndicate de forma contextual. Neste período específico no tempo, já era demasiado estranho para qualquer cidadão andar armado com uma enorme espada ou machado, o que significa que esse tipo de combate já não estará disponível. Isto é uma grande mudança para as batalhas da série, mas isso não significa que AC: Syndicate será menos brutal. As armas a que terão acesso serão mais pequenas e subtis, mas o impacto pode ser igualmente devastador. Facas, soqueiras e revólveres são algumas das opções ao vosso dispor, e claro, a tradicional lâmina escondida terá uma importância renovada no novo jogo. A Ubisoft Quebec também promete controlos muito mais imediatos e fluidos que em Unity "50% mais rápidos," afirmou o diretor criativo.

Uma das novas mecânicas introduzidas no mundo aberto será emprestado de Far Cry, na forma de estruturas inimigas que terão de conquistar e que serão ligadas a missões de "Gang Warfare." Cada distrito terá vários destes pontos de controlo inimigo, que também lembram as torres de AC: Brotherhood ou AC: Revelations. Syndicate inclui várias novidades e reformulações de conceitos base, mas a componente mais modificada será possivelmente o movimento fluido das personagens.

Além de prometer controlos refinados em comparação com Unity, a Ubisoft afirma que o movimento e as animações são agora muito mais fluídas. O jogador terá maior facilidade para contornar objetos, em vez de se agarrar a cada elemento no caminho da personagem. Outra adição é a introdução de um botão específico para entrar dentro de janelas, o que era uma prática por vezes atabalhoada em Unity. Em termos de animações, pareceram-nos muito semelhantes ao que vimos no último jogo.

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Uma das maiores introduções é um novo lançador de cordas com gancho, localizado num dos braços dos assassinos. Isto vai aumentar significativamente a velocidade de deslocamento dos jogadores. Em parte isso deve-se à distância que existe entre ruas e prédios, o que iria atrapalhar imenso os movimentos dos jogadores. Desta forma, não só vão atravessar de prédio para prédio mais rápido, como podem passar do chão para os telhados num ápice.

Mais curioso ainda, é a introdução de véiculos. Carros, carruagens, cavalos e pequenos barcos serão todos controláveis pelos jogadores, o que marca uma reviravolta impressionante nos meios de transporte da série. Concluída a apresentação, é tempo de finalmente vermos AC: Syndicate em ação.

Jacob e Eve Frye estão ambos sentados num bar de Londres, a conversar com um homem aparentemente importante, com sotaque indiano. O ambiente no bar é alegre, mas a conversa acaba abruptamente e Jacob decide abandonar o bar. Reparamos de imediato nas estradas, repletas de cavalos e carruagens, mas também nos passeios, por onde circulam vários peões. Utilizando a mecânica da corda, Jacob chega rapidamente ao telhado e olha para o horizonte. É uma vista impressionante, com vários cartazes e fumo a sair das chaminés. Notamos de imediato os carris que percorrem a cidade - será possível interagir com comboios.

O assassino desloca-se para uma das bases controladas pelo inimigo, e utilizando facas, movimentos furtivos e alguns golpes duros, despacha vários oponentes. É então que surge um templário, guardado por vários soldados, mas está em desvantagem e começa a fugir. A perseguição começa a pé, mas depressa passa para as estradas quando o jogador rouba uma carruagem. Foi aqui que reparámos em várias áreas que ainda precisam de trabalho. Quando a carruagem choca com outro objeto ou veículo, simplesmente pára e fica ligeiramente amachucada. A introdução de veículos deste género em Assassin's Creed é ambicioso, mas a Ubisoft ainda tem muito trabalho pela frente. A demonstração eventualmente acaba com uma luta no centro da cidade.

Tecnicamente, Syndicate lembrou-nos bastante de Unity. Enquanto que a escala da cidade é impressionante, e o grafismo das personagens durante as sequências cinemáticas é capaz de deslumbrar, durante a jogabilidade faltava claramente alguma definição. O jogo também apresentou várias quebras de fluidez em momentos de maior caos. Vimos muitas promessa em Assassin's Creed: Syndicate, e a Ubisoft Quebec pretende levar a série em direções muito interessantes, mas o jogo precisa claramente de muito trabalho. Esperemos apenas que o consigam completar a tempo, ao contrário do que aconteceu com Unity.

Na página seguinte podem ver uma entrevista com um produtor de AC: Syndicate e novas imagens.

Em baixo podem ler uma rápida entrevista com Marc-Alexis Coté, o diretor criativo de Assassin's Creed: Syndicate.

Depois das muitas falhas de Unity, como vão assegurar que Syndicate estará tão bom e polido quanto possível no lançamento?

Começamos a trabalhar no processo de testes à jogabilidade muito mais cedo do que é habitual, e esperamos dessa forma livrar o jogo de muitos problemas antes do lançamento. Antigamente, a maioria dos jogadores de teste utilizada o sistema de viagem rápida para navegar o ambiente, mas agora estão a começar a aproveitar os vários meios de transporte no jogo. Isto também no está a permitir ter uma imagem muito mais clara do mundo de jogo que estamos a criar. Além disso, e isto é muito importante, só estamos a trabalhar na campanha a solo.

Isso quer dizer que AC: Syndicate não terá multijogador ou modo cooperativo?

Exatamente. Não vamos ter qualquer forma de multijogador, ou qualquer aplicação extra ao jogo que retire o foco da experiência da campanha a solo. Por outras palavras, estamos a dar o nosso melhor para que este seja o melhor jogo possível.

Existe alguma relação entre Unity e Syndicate?

Existe uma pequena ligação, sim, como aconteceu no passado, Ou seja, estarão ligados através do sistema Helix [componente que se passa no presente].

Durante a apresentação revelaram que será possível controlar duas personagens, mas pode elaborar sobre como isto irá funcionar no jogo?

Os jogadores terão sempre a opção de escolher a personagem com que preferem navegar o cenário quanto não estão em missões. Quanto às missões, existem algumas em que terão de jogar especificamente com uma ou a outra personagem.

Na demonstração reparámos que a cidade tem carris. Isso quer dizer que o jogo vai ter comboios?

O que quer dizer com isso? Se os jogadores terão a hipótese de entrar em comboios, ou apanhar boleia em cima dos telhados? Então, sim, isso tudo será possível. Na verdade, adoramos apanhar boleia do comboio e simplesmente apreciar a vista. Esta é uma componente do jogo em que não seguimos exatamente o padrão histórico, já que nesta altura não existiam comboios deste tipo, mas neste caso preferimos optar pela jogabilidade em vez da precisão histórica.

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