Resident Evil 2

Há quem diga que o melhor Resident Evil é o 4, pela revolução que provocou na série. Outros apontam para o mais recente, Resident Evil 7: Biohazard como o melhor espécime da saga, mas também há quem defenda que Resident Evil 2 foi o ponto alto. Nós pertencemos ao primeiro grupo, sobretudo porque Resident Evil 4 aguenta-se hoje muito melhor que Resident Evil 2, mas pode mudar com o novo Remake. Para surpresa nossa, o jogo foi revelado durante a conferência da Sony, e mais impressionante ainda, estava jogável no evento. O melhor? Chega já em janeiro para PC, PS4, e Xbox One.

É evidente pelas imagens, mas de qualquer forma convém esclarecer. Não devem confundir este Remake de Resident Evil 2 com uma remasterização, e nem sequer com o Remake do Resident Evil original. Este jogo está a ser construído de raiz num motor gráfico moderno, utilizada uma jogabilidade atual, e tem conteúdo novo. Embora seja baseado no Resident Evil 2 original, é na sua essência um jogo novo. A câmara fixa deu lugar a uma câmara móvel atrás dos ombros da personagem, e os controlos estilo "tanque" foram trocados por uma jogabilidade moderna de mira manual em andamento - algo como Dead Space ou The Evil Within, por exemplo.

A demo que jogámos não arranca logo no início do jogo, mas pouco depois, quando Leon S. Kennedy entra na esquadra de Raccoon City. Embora com um grafismo completamente novo, e uma perspetiva diferente, o ambiente será imediatamente reconhecível por fãs do original. Tudo foi recriado ao pormenor, embora mais bonito e detalhado, naturalmente. Muitos dos truques que a Capcom aprendeu com Resident Evil 7 estão também aqui visíveis, incluindo excelente iluminação e efeitos sonoros no ponto certo.

Este ambiente visual, aliado a uma banda sonora sinistra, ajuda a aumentar a tensão de explorar a esquadra - muitos disseram que a Capcom devia fazer um jogo só com a parte jogável de Leon em Resident Evil 6, e parece que o estúdio ouviu os fãs. Embora o detalhe da esquadra seja fantástico, nem tudo está igual, sobretudo porque foram acrescentadas áreas novas (o original era na verdade pequeno, a menos que o jogassem quatro vezes para verem todas as possibilidades de jogo). Ficámos sobretudo surpreendidos ao subirmos as escadas, quando percebemos que a nova versão da esquadra inclui dois andares adicionais. Isto também ajuda a aumentar a tensão, porque não sabemos o que vamos encontrar nessas salas.

Outra novidade é a adição de uma lanterna. Existem mais zonas escuras no jogo, e terão de recorrer à lanterna, apontando-a, para verem o cenário. Algo que devem considerar é que, embora a lanterna aumente naturalmente a vossa visão, também será um chamariz para os inimigos. Mais importante que tudo, Resident Evil 2 parece ser um jogo assustador, tenso, e atmosférico, e não um festival de ação barata como foi Resident Evil 6 e até certo ponto, Resident Evil 5.

Existem vários elementos novos também na jogabilidade. Um dos mais curiosos envolve pegar em pedaços de madeira para barricar as janelas, impedindo que os zombies saltem para a esquadra. Outra novidade é basicamente 'roubada' de The Last of Us. Se tiverem uma faca, podem usá-la para se libertarem de um zombie, mas esse processo irá destruí-la.

Alguns elementos clássicos, como o inventário e a barra de saúde dividida entre 'bom, caução, e perigo", estão também no jogo, pequenos toques que continuam a funcionar hoje, mas que vão certamente encher de nostalgia os fãs do original. Resident Evil 2 pareceu-nos uma excelente modernização de um verdadeiro clássico do género Survival Horror, mas talvez mais importante que isso, pareceu-nos um jogo muito interessante mesmo para os padrões atuais, esquecendo o efeito de nostalgia. Mal podemos esperar para regressar a Raccoon City em janeiro.