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Far Cry Primal

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Quem diria que a pré-história poderia ser o contexto perfeito para um novo Far Cry?

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Far Cry 3 foi um excelente jogo de ação na primeira pessoa por muitos motivos, mas um em particular pareceu-nos uma jogada de génio por parte da Ubisoft - a introdução do arco e flecha. Tem sido uma arma muito recorrente para os videojogos nos últimos anos, mas no caso de Far Cry 3 tornou-se quase num símbolo da nova direção da série, focada em sobrevivência, ação furtiva, e caça. Três pilares da experiência que são ainda mais evidentes no novo jogo.

Far Cry Primal remota a ação para a pré-história, o que implica a perca de muitos elementos habituais na série. Veículos, armas de fogo, espingardas, lança-mísseis e até mesmo wingsuits, são alguns dos elementos que ficam de fora, mas honestamente, não choramos a sua ausência. Porquê? Porque foi imediatamente óbvio que este jogo seria construído em torno da experiência com o arco, e isso pareceu-nos muito promissor.

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Os Far Cry mais recentes também incluam uma detalhada árvore de habilidades e melhoramentos para a personagem, algo que decidimos explorar assim que nos passaram o comando para as mãos. Encontrámos um melhoramento para acelerar o disparo de flechas, um arco mais próprio para longa distância, e ainda a capacidade para disparar flechas em simultâneo.

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Como já acontecia nos anteriores, muito do que vão usar em Far Cry Primal tem de ser criado pelo próprio jogador, outro elemento da experiência que encaixa na perfeição com o contexto da pré-história. Quanto à demo em si, partimos à procura da nossa tribo antiga, juntamente com outro grupo de caçadores, mas cedo a história arranja desculpas para nos deixar isolados. O que se segue são as habituais explicações de como tudo funciona no jogo, incluindo a procura de recursos espalhados pelo mundo. Em pouco tempo conseguimos um arco básico, algumas flechas, uma moca dura, e alguns recursos de reserva para o futuro.

Além de muito do cenário, também podem pegar fogo às vossas armas. Uma moca em chamas pode ser útil para iluminar o caminho à noite (quando os predadores mais perigosos estão à solta), mas também serve como uma poderosa arma. As flechas também podem ser incendiárias, e até podem causar pequenas explosões com o avançar do jogo, algo que não é exatamente fiel ao período, mas que beneficia a jogabilidade. Isto é Far Cry, um jogo que não é sobre realismo, mas entretenimento, por isso somos capazes de lhe perdoar as várias incoerências históricas.

Mais importante é que Far Cry Primal respeite o legado da série, e isso parece estar cumprido. Embora seja um regresso no tempo, Primal deu-nos indicações de ser uma evolução progressiva do que já foi feito, mesmo que tenha perdido alguns pormenores devido ao novo contexto. Quando ouvimos falar de Far Cry Primal pela primeira vez, pensámos que seria algo mais na linha de Blood Dragon, mais virado para o campo da expansão de que necessariamente um jogo novo, mas estávamos enganados. Os últimos capítulos também destacaram imenso os protagonistas e os antagonistas, mas Primal terá uma abordagem diferente, mais subtil. É um jogo sobre sobrevivência e mamutes, não sobre os conflitos de homens loucos.

Reparámos que o jogo parece ter um foco maior nas atividades secundárias, a maioria já familiar aos jogadores de Far Cry, o que levanta algumas preocupações em termos de progresso narrativo. Vão desbloquear o mapa através de exploração e avançar a história completando tarefas para várias personagens, mas também podem destruir acampamentos inimigos, reforçando o vosso domínio. É a fórmula típica de Far Cry 3 e 4, mas que encaixa na perfeição com o contexto de Primal. E sim, também vão existir momentos de pura alucinação, mas isso fica para descobrirem mais tarde.

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Gostámos imenso desta experiência com Far Cry Primal, mas ainda mantemos algumas reservas. Ainda não estamos convencidos com um elemento novo de Primal, que é a coruja. Através de poderes psíquicos podem tomar controlo do animal, e sobrevoar a área para marcarem inimigos no mapa. Através do mesmo poder também podem dominar os animais que passeiam pelo mundo. Não estamos convencidos de que Primal necessite deste lado mais sobrenatural. Outra preocupação prende-se com a diversão a médio e longo prazo. Adorámos este primeiro contacto com o jogo, mas será que existe variedade suficiente para prender o jogador durante horas a fio? Uma dúvida para responder durante a análise.

O grosso do tempo passado com esta demonstração foi dedicada a tarefas secundárias, como caçar animais e explorar localizações que descobrimos por acidente. Isso significa que não vimos assim tanto da história principal como isso, mas estamos curiosos para ver mais interações entre as personagens e o seu estranho dialecto. Não jogámos o suficiente para ficarmos imersos na narrativa, mas o mundo de Primal convenceu-nos, repleto de missões secundárias, colecionáveis, curiosidades e pontos de interesse.

Um elemento que não vai aparecer em Far Cry Primal é o modo multijogador, mas considerando que muitos jogadores não exploravam esse lado da experiência, talvez não seja uma ausência importante. Voltámos aos escritórios do Gamereactor convencidos de que Far Cry Primal será um jogo de qualidade, embora ainda sem a certeza se será capaz de ser realmente muito bom. Temos várias dúvidas ainda por esclarecer sobre o jogo, mas estamos ansiosos por dissipá-las com o lançamento já em fevereiro (ou março, no PC).

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