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Far Cry Primal

Far Cry Primal

Visitámos a pré-história com o novo Far Cry.

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Entre Assassin's Creed, Watch Dogs, The Division e Far Cry, a Ubisoft já deixou bem clara a sua aposta no género em mundo aberto, e é isso que fará com o novo Far Cry Primal, embora pareça ser uma experiência mais pura. A forma como as mecânicas combinam, sugere uma estrutura que vai incentivar o jogador a continuar a explorar o mundo, a desbloquear novas habilidades para se movimentar pelo cenário, e a aumentar o seu reportório de opções de ataque. É uma interessante viragem do paradigma habitual de Far Cry, mais propício à exploração natural, além de que aqui o objetivo passa por incitar medo nas criaturas, não o contrário. Primal recua até à Era da Pedra, numa altura em que o domínio da humanidade sobre o planeta ainda estava a ser disputado, e aqui serão tão caça, como presa.

A premissa de Far Cry Primal é bastante simples. Seja de noite ou de dia, o jogador terá de trabalhar em prol da sua tribo, domando as muitas feras que habitam o mundo. Isso requer um guerreiro de físico impressionante e espírito corajoso, mas que seja capaz de respeitar o conhecimento e os benefícios que a natureza tem para lhe oferecer. Foi isso que verificámos numa visita recente à Ubisoft, onde passámos uma hora com Far Cry Primal. Existem muitas semelhanças com o quarto capítulo da saga, lançado durante o ano passado, mas a experiência de jogo tem diferenças genuínas. Aqui não existem armas de fogo, obviamente, e tudo foi reduzido à sua essência. Equipados com uma moca, lanças, arcos e iscas para os animais, partimos para a floresta acompanhados por um lobo domado e uma coruja.

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Embora a temática de Far Cry Primal se baseie em ferramentas rudimentares, o jogo ainda se prende a um tipo de interface bastante moderna, com mini-mapa e a capacidade para marcar inimigos. Desta vez não têm binóculos ou câmara, mas podem usar uma coruja para sobrevoar o local. Quando começamos a jogar não tínhamos um objetivo claro definido, ou até um inimigo. A questão é que todos os animais selvagens, ou membros das outras tribos, podem representar perigo. O jogador será caça aberta para todos os ocupantes deste mundo, mas o contrário também é verdade, seja homem ou animal.

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Nos jogos anteriores, muito do sucesso do jogador estava dependente das suas armas, e da sua perícia. Em Far Cry Primal terão naturalmente menos acessórios para usar, mas há um novo elemento muito importante para a experiência - a introdução de animais domados. Vão estar mais expostos e vulneráveis neste mundo, o que também obriga a uma postura diferente. Movemos-nos mais lentamente do que em Far Cry 4, enquanto tentávamos tomar atenção aos predadores na área. Por vezes também podem ouvir confrontos entre tribos diferentes, e aqui podem decidir intervir, ou deixar que a batalha siga o seu curso.

Como nos jogos anteriores, muitos itens e localizações serão assinaladas no mini-radar, o que é um pouco estranho tendo em conta o contexto do jogo. É uma ferramenta que é obviamente muito útil para o jogador, mas que pode quebrar um pouco a imersão total de jogo. De qualquer forma supomos que será possível desligar a interface. Terão de procura armas, locais de caça e fogueiras - que servem como pontos de viajem rápida (já não existem torres para trepar e desbloquear o mapa).

Um dos primeiros animais que domámos foi um felino perigoso, que permitiu abordar os outros animais com maior à vontade. Se antes passámos um mau bocado com uma matilha de lobos, com o felino ao nosso lado limitaram-se a fugir. Os humanos não fugiram, mas o animal é mais do que capaz de lidar com um único inimigo, e também não tem medo de enfrentar um urso se for preciso. Estes animais aliados não são amigos para toda a vida, e até são algo descartáveis, por isso trocámos-lo por outro urso. Também vale a pena referir que, tal como os elefantes de Far Cry 4, os mamutes de Primal podem ser montados e usados como transporte ou arma.

Um dos pontos altos da nossa demonstração foi o assalto ao campo de Swaras. Utilizámos a coruja para verificar quantas forças inimigas estavam no campo, e avançamos na sua direção na companhia do urso. Cada animal tem as suas vantagens, e os animais felinos serão mais indicados para uma abordagem sorrateira do que um urso, mas o nosso companheiro tem a vantagem de sobreviver a mais golpes.

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Gostámos bastante de um aspeto de Far Cry Primal - o incentivo à exploração. Durante a nossa curta aventura encontrámos uma bracelete de Wenja, depois de termos sido guiados por vozes de espíritos. Recebemos uma visão geral da área onde estaria a bracelete e partimos à sua procura. Ainda não sabemos quantos colecionáveis existem, ou o que acrescentam à experiência, mas gostámos desta forma menos direta de os mostrar ao jogador.

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O nosso tempo com a demonstração terminou durante um momento interessante. Depois de termos domado um tigre dentes-de-sabre, decidimos investigar um símbolo curioso no nosso mini-mapa. Descobrimos um homem que precisava de ajudar para começar a sua própria tribo, o que desbloqueou uma série de mini-missões opcionais. Infelizmente, não tivemos tempo de aprofundar esta sequência.

A jogabilidade de Far Cry 4 encaixa como uma luva no que a Ubisoft está a tentar fazer, e gostamos do conceito. Curiosamente, em alguns momentos da demo lembramos-nos de Connor Kenway, o protagonista de Assassin's Creed III, que também tinha um elemento de caça. Outras componentes de Far Cry 4 serão igualmente parte crucial da experiência, como os materiais deixados pelos animais para criarem acessórios, ou os pontos de experiência para ganharem habilidades.

É cedo para dizer se as semelhanças entre Far Cry 4 e Primal são excessivas, mas esta pequena amostra despertou-nos um bichinho de exploração que não esperávamos. A jogabilidade funcionou sempre bem, e a nossa vontade era continuar a jogar. Dito isto, só podemos deixar a garantia de que estamos prontos para pendurar as pistolas e afiar as lanças.

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