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Nero

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Um exclusivo Xbox One com grande ambição e originalidade, apesar de sofrer com vários problemas.

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A primeira vez que experimentámos Nero, ficámos logo com a sensação de que podia ser algo muito peculiar. É um projeto ambicioso, produzido pela Storm in a Teacup em exclusivo para a Xbox One. Nero envolve uma curiosa mistura entre ansiedade e magia, onde o medo de prosseguir é superado pela vontade de descobrir mais sobre a hitória. A narrativa de Nero é claramente um dos pontos fortes do jogo, um episódio fascinante que está embrulhado em algumas horas de jogabilidade. É uma história muito pessoal e emotiva, que combina bem com o suspense e a atmosfera de sonho que caracteriza a experiência. Imaginem um misto entre o clássico de aventura Myst e Journey, enquanto percorrem um mundo que contrasta a dura realidade da vida com uma experiência surrealista ao estilo de Alice no País das Maravilhas.

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É difícil não ficar imediatamente cativado com o visual de Nero, sobretudo pelo estilo de arte dos cenários. É uma atmosfera escura, quase sufocante de início, pontuada por traços de cor fluorescente que ampliam o efeito de suspense que perdura por toda a obra. Foram vários os momentos em que parámos simplesmente para apreciar o cenário à nossa volta com o analógico direito, enquanto tentávamos vislumbrar um pouco de céu apenas visível através de pequenas fendas durante as sequências iniciais. É neste local, neste misto entre pesadelo e sonho, que começou a nossa aventura. Vão encarnar um misterioso rapaz com um capucho, acabado de chegar a um cais abandonado. Serão acomodados por fragmentos de duas histórias paralelas, identificadas por cores, que serão o fio condutor da experiência.

É um jogo que se passa na primeira pessoa, mas que envolve sobretudo exploração e resolução de puzzles. Inicialmente será uma experiência relativamente tranquila e simples, mas vai tornando-se cada vez mais complexa e elaborada. Através de uma esfera de luz que a criança carrega, vão conseguir mover alguns objetos, e mais tarde, depois de encontrarem outra personagem, vão conseguir ativar placas de pressão e desbloquear portas com novos elementos narrativos.

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É um estilo de jogo muito simples e básico, que não será certamente para todos os tipos de jogador. O foco de Nero é a história e a narrativa que quer apresentar. A jogabilidade é um mero meio de transporte para atingir esse objetivo. Não vamos entrar em pormenor sobre o conteúdo da história, mas podemos revelar que aborda tópicos com grande profundidade e complexidade, como doença e amor maternal, mas sem nunca perder o foco. Nero também inclui alguns colecionáveis escondidos no cenários, fragmentos de imagens que vão acrescentando mais alguns detalhes à história que estão a desvendar.

Uma característica do jogo que nos agradou particularmente, é o facto do progresso do jogo coincidir perfeitamente com o desvendar da históra. É uma espécie de reinterpretação moderna do Mito da Caverna, de Platão, enquanto começamos lentamente a sair da escuridão sufocante da zona inicial, ao mesmo tempo que o mistério da história começa a tornar-se gradualmente mais claro.

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É uma história triste esta que vão descobrir em Nero, pautada por uma banda sonora perfeita para o ritmo que o jogo pretende implementar. O elemento narrativo ganha ainda mais força com o excelente trabalho do ator, que dá uma profundidade magnífica à voz narradora. Tudo se conjuga para proporcionar uma experiência emocionante.

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Infelizmente, Nero também é amaldiçoado com vários problemas, a começar pela framerate instável. Estamos a falar de quebras de fluidez consideráveis, que por vezes atrapalham seriamente a experiência de jogo. Os piores momentos costumam acontecer depois dos (consideráveis) ecrã de carregamento, enquanto o jogo tenta estabilizar-se durante largos segundos. Felizmente, a produtora já anunciou que está a trabalhar numa atualização para Nero. Outros problemas que encontrámos durante a nossa experiência envolvem alguns bugs menores.

Nero é uma experiência interessante e original. Não é um jogo livre de problemas, longe disso, mas considerando que é o primeiro projeto da Storm in a Teacup, também é preciso dar algum desconto ao estúdio. É mais importante realçar o facto de nesta produtora existirem indivíduos com grande imaginação e talento, com vontade de concretizarem ideias originais e corajosas.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
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Uma história comovente, profunda e sofisticada. Atmosfera sublime. Banda sonora adequada.
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Fluidez inconsistente. Ecrãs de carregamento longos.
overall score
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