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Lara Croft and the Temple of Osiris

Lara Croft and the Temple of Osiris

A Crystal Dynamics lançou finalmente uma sequela para The Guardian of Light, mas o resultado não é tão bom como esperávamos.

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Em 2010, numa altura em que Tomb Raider atravessava uma das piores fases da sua existência (antes do 'reboot' de 2012), a Crystal Dynamics decidiu lançar Lara Croft and the Guardian of Light. Provavelmente para tentar injetar nova vida na licença, a produtora optou por criar uma versão muito diferente de Tomb Raider (daí não ter o nome da série associado, mas apenas o da heroína). Tratava-se de uma aventura mais concentrada em ação e com uma perspetiva isométrica, quase a lembrar títulos na linha de Diablo. O jogo acabou por ser bem recebido por jogadores e pela crítica especializada.

Quatro anos mais tarde, encontramos um contexto completamente diferente para a série. Tomb Raider reconquistou o seu espaço na indústria com o excelente jogo de 2012, e hoje em dia anda nas bocas do mundo depois de Rise of the Tomb Raider ter sido anunciado como um exclusivo Xbox 360 e Xbox One. Surge então o segundo capítulo da saga alternativa, Lara Croft and the Temple of Osiris, que possivelmente será a última aparição de Lara na PlayStation 4 durante alguns anos. À semelhança de Guardian of Light, este Temple of Osiris está no seu melhor quando é desfrutado com amigos, e pode ser uma experiência divertida, mas esperávamos mais desta sequela.

Lara Croft and the Temple of Osiris

Nesta nova aventura, Lara Croft (é a Lara clássica, não a nova) tem de viajar para o Egipto à procura de um artefacto antigo com um dos seus rivais, Carter Bell. Durante a missão, os dois arqueólogos acabam presos numa pirâmide, amaldiçoada pelo antigo deus egípcio, Seth. Felizmente para a dupla, nem todos os deuses são maléficos e terão a ajuda de Isis e Horus na tentativa de quebrar a maldição, na pirâmide e não só. Até conseguir derrotar Seth, o quarteto de aventureiros terá de explorar templos e enfrentar hordas de inimigos para tentarem invocar Osiris, o único deus capaz de igualar a força de Seth.

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Em comparação com o anterior, dois elementos fazem a transição completa: a perspetiva isométrica e o modo cooperativo, que também tem um certo lado competitivo. As quatro personagens, Carter/Lara e Isis/Horus, apresentam características distintas, mais do que no anterior, o jogo acaba por ser um pouco mais dinâmico por isso. Tanto Carter, como Lara, conseguem utilizar várias armas e um gancho. Isso oferece-lhes alguma mobilidade extra. Quanto a Isis e Horus, conseguem gerar bolhas de luz, que lhes permite proteger os companheiros humanos e deslocarem-se eles próprios para locais inacessíveis. Em vez de armas convencionais, Isis e Horus utilizam magia, que também lhes permite acionar certos mecanismos.

A aventura pode ser desfrutada por um único jogador, mas Lara Croft and the Temple of Osiris foi claramente produzido com o modo cooperativo em mente e só ganha realmente vida se for desfrutado com amigos. Dito isto, a competição 'amigável' que o jogo promove é um dos elementos mais divertidos da experiência. Durante a maior parte do tempo estarão a agir em equipa para tentarem sobreviver às hordas de inimigos, mas também vão procurar gemas, acessórios e armas de forma separada, o que ajudará a determinar a vossa pontuação ao fim de cada nível. Os itens que recebem são exclusivos e não podem ser partilhados com outros jogadores.

Outro elemento que nos agradou foram os puzzles que vão encontrar durante a aventura. Alguns são opcionais e permitem desbloquear itens raros. O jogo em si é extremamente linear e simples, mas estas áreas opcionais acrescentam uma variedade muito bem vinda e apresenta-se como um desafio extra para os mais corajosos. Só temos pena que estes momentos sejam tão escassos, porque o grosso da aventura torna-se bastante repetitivo.

Um elemento curioso do jogo é o ciclo noite/dia e o sistema climatérico, já que algumas áreas só ficam acessíveis com durante a noite ou o dia, ou durante condições climatéricas específicas. Um sistema interessante que devia ter sido melhor explorado.

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Lara Croft and the Temple of OsirisLara Croft and the Temple of Osiris

Lara Croft and the Temple of Osiris é um jogo geralmente agradável, mas tem algumas falhas assinaláveis. A principal será a linearidade exagerada e a repetição. A aventura segue uma estrutura excessivamente idêntica de princípio ao fim e ao contrário de jogos como Diablo III, por exemplo, não tem a mesma variedade de cenários, inimigos ou situações. Além de que o sistema de espólios não é sequer comparável.

Para sermos honestos, também não ficámos muito convencidos com a qualidade gráfica do jogo. Além de termos observado várias quebras na fluidez (testámos a versão PS4) que não são necessariamente desculpáveis num jogo destes, também deviam existir formas mais eficazes de distinguir as personagens no ecrã. Em situações de maior caos é fácil perder a noção de onde está a nossa personagem.

Lara Croft and the Temple of Osiris é um jogo de ação sólido, que irá garantir várias horas de diversão, sobretudo se procuram um jogo para desfrutar com amigos. Além disso é sempre agradável voltar a ter a companhia de Lara, mesmo que a aventur não siga a história atual. Pena apenas que a experiência seja tão linear e que lhe falte algum dinamismo. É uma compra segura, mas longe de obrigatória.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Pode ser bastante divertido se jogado com amigos. Alguns puzzles interessantes. Incentiva a várias passagens pela história. Preço razoável.
-
Tem alguns problemas técnicos. É bastante linear e repetitivo.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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