Necronator: Dead Wrong

Há alguns meses tivemos a oportunidade de experimentar a versão de acesso antecipado de Necronator: Dead Wrong, uma experiência que deixou boas impressões, mas também alguma preocupação em termos das limitações do conteúdo presente. Agora que está finalmente disponível como título completo, por € 16,99, voltámos a Necronator para verificar o que evoluiu e o que foi acrescentado desde a nossa última visita.

Em jeito de resumo, Necronator: Dead Wrong é um jogo divertido que se foca na história de um jovem estudante de necromancia, acabadinho de se formar na escola de mortos-vivos. O seu papel vai passar por comandar um exército de zombies em constante crescendo, enquanto tenta pilhar vilas, destruir fortes, derrubar líderes opostos, e criar o caos entre a humanidade, tudo utilizando mecânicas de cartas para controlar a horda de mortos-vivos.

Esse era o conceito inicial, que se mantém na versão de lançamento, mas é preciso referir que nestes últimos meses o jogo recebeu uma dose enorme de conteúdo novo. Um dos principais destaques é a introdução de uma nova comandante, conhecida como Mirabella the Doll. Este jovem prodígio fantasmagórico tem acesso a uma série de cartas estilo armadilhas, incluindo bonecas enfeitiçadas e minas amaldiçoadas.

Esta comandante e a introdução de várias cartas novas permitem a construção de baralhos ainda mais variados e diferentes estilos de jogo. Pode apostar no esmagamento através de números com um baralho dedicado a criar muitas unidades, ou pode antes optar por apresentar menos unidades, mas mais poderosas, com cartas que melhorem as suas características. Entre as novas cartas, Build-A-Teddy é uma das favoritas, capaz de criar três ursinhos reforçados que funcionam como tanques.

As novidades não são apenas para o lado dos jogadores, já que os inimigos têm também acesso a novos inimigos, bosses, e áreas. Quando jogámos há uns meses, Necronator apenas permitia enfrentar um comandante adversário, o gélido Baron, mas entretanto foram acrescentados mais três oponentes humanos. Estes comandantes incluem uma série de cartas únicas, que ajudam a apresentar grande variedade e a tornar os oponentes imprevisíveis.

A mudança notória é a forma como as campanhas são criadas. Na versão de acesso antecipado, a direção a seguir pelo jogador tinha de ser calculada em termos de lojas e encontros aleatórios, mas na versão final de Necronator, cada percurso tem uma hipótese idêntica de encontrar situações de jogo. Estas situações pode ser lojas, acampamentos, ou inimigos, por exemplo. Outra novidade é o modo Endless, que promete ser um verdadeiro (e duradouro) teste aos jogadores mais experientes.

Esta versão final de Necronator: Dead Wrong é definitivamente superior à edição de acesso antecipado que experimentámos, mas ainda tem falhas. Os picos de dificuldade entre o primeiro e segundo setores da campanha são exagerados, obrigando mesmo a construir um baralho de sobrevivência, o que nos parece ir contra à variedade de construção de baralhos que as novas cartas sugerem. Da mesma forma, a apresentação de apenas dois comandantes parece-nos escasso, embora o estúdio já tenha confirmado que está a trabalhar num terceiro comandante, a Seductress.

A Toge Productions tem ainda algum trabalho pela frente se quiser alcançar o verdadeiro potencial do seu jogo, mas parece estar disposta a fazê-lo. O estúdio prometeu apoio regular a Necronator: Dead Wrong e planos para introduzir bastante conteúdo, o que a juntar-se
as medidas que julgamos serem necessárias para reequilibrar a dificuldade de jogo, pode catapultar Necronator para outros voos. Mas mesmo como está, é um jogo que já merece a atenção de quem aprecia humor negro, estratégia, e jogos de cartas.