Resident Evil Resistance

Quando Resident Evil Resistance foi anunciado, muitos fãs ficaram desiludidos, e isso deveu-se a dois motivos. Primeiro, porque todos queriam uma nova aventura single-player, e depois, porque praticamente todos os esforços de colocar Resident Evil num espaço multijogador tiveram resultados medíocres. Só mais tarde ficámos a saber que Resistance seria na verdade um extra de Resident Evil 3, embora seja de muitas formas um produto independente. Aliás, não nos surpreenderia se Resistance eventualmente passasse a free-to-play, mas isso para já é uma mera suposição nossa.

Aliás, parece-nos que Resistance só foi acrescentado a Resident Evil 3 porque esse jogo é de facto muito curto, ainda que sejam horas de grande qualidade. Mas o que realmente importa é saber se Resistance é merecedor do vosso tempo, e depois de passarmos várias horas com o jogo, parece-nos que sim. A assimetria de Resistance surge na forma de um formato de 4 contra 1, onde uma equipa de quatro sobreviventes tenta escapar das garras de um quinto jogador que controla o Mastermind.

Resistance utiliza o mesmo motor gráfico que Resident Evil 3, o soberbo RE Engine, o que significa que o grafismo e a jogabilidade são semelhantes. Pode inclusivamente encontrar algumas áreas tiradas diretamente de Resident Evil 3, mas existem outras localizações para descobrir. Vai aliás encontrar muitas referências, incluindo personagens, de outros Resident Evil, e a própria Jill Valentine - protagonista de Resident Evil 3 - será acrescentada mais tarde ao elenco de sobreviventes.

Cada personagem tem as suas próprias características, como Becca, que é perita em armas de fogo, Valerie, que emprega capacidades curativas, Samuel, que prefere lutar em proximidade, January, que consegue fazer hack a câmaras e aparelhos, e Martin Sandwich, mestre de explosivos. Existem várias combinações possíveis que terá de experimentar, sobretudo porque não pode repetir personagens no mesmo grupo.

Cada partida obriga os sobreviventes a atravessarem uma série de áreas e a cumprirem vários objetivos enquanto lutam pela sobrevivência. Isso só será possível se todos unirem forças e agirem em conjunto, conforme procuram por cartões para abrir terminais, e esculturas para desbloquear portas, entre outras mecânicas típicas de Resident Evil.

Do outro lado da barricada estará o Mastermind, jogador que também irá controlar personagens do universo de Resident Evil, como Ozwell E. Spencer, Alex Wesker, e Annette Birkin. O Mastermind observa as ações do grupo de sobreviventes através de uma câmara, a lembrar um pouco Five Nights at Freddy's, e depois pode escolher entre uma série de obstáculos para colocar no mapa.

Terá acesso a zombies, armadilhas, monstros, e até a habilidades especiais, únicas para cada personagem. Alex Wesker pode colocar uma espécie de planta humanóide no mapa, enquanto que Daniel Fabron tem acesso a um Tyrant, por exemplo, e até pode assumir o controlo direto dos zombies e das criaturas especiais. Enquanto os sobreviventes dependem do seu esforço conjunto para triunfarem, o Mastermind tem de ser mais cauteloso, e posicionar os seus recursos de forma a atrapalhar o progresso dos sobreviventes.

Resident Evil Resistance tem também um sistema para subir de nível, tanto para os sobreviventes, como para os Masterminds. Ao subir de nível tem a oportunidade de melhorar as características das personagens, e entre partidas pode personalizar o seu aspeto e até comprar armas e equipamento com o dinheiro que encontra durante o jogo.

Gostámos do tempo que passámos com Resistance, tanto a controlar os sobreviventes, como o Mastermind, e é uma adição positiva a Resident Evil 3. Não é suficientemente forte para ser o principal atrativo de Resi 3, mas como extra depois de terminada a campanha, funciona melhor do que esperávamos. Além disso existe aqui potencial para fazer muito mais e melhor, mas isso depende do quanto a Capcom pretende ou não investir em Resident Evil Resistance.