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The Walking Dead: Saints & Sinners

The Walking Dead: Saints & Sinners

Uma agradável surpresa para fãs de The Walking Dead e realidade virtual.

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The Walking Dead já teve direito a várias adaptações a videojogo, incluindo uma pequena incursão pela realidade virtual com The Walking Dead: Onslaught, mas este é o primeiro jogo 'a sério' desenhado para VR. O jogo ficou disponível para vários dispositivos de PC, mas também está planeado para o PSVR, com lançamento previsto para a primavera.

Estávamos curiosos para ver o que iria sair deste Saints & Sinners, e ficámos agradavelmente surpreendidos logo no tutorial. É evidente que o estúdio dedicou tempo a desenhar e a afinar mecânicas de jogo que funcionassem bem com controladores de movimento. O jogo permite grande interação com itens e o corpo do próprio jogador, incluindo carregadores de munições, mochilas, armas, e outros itens semelhantes. Até é possível curar certas partes do corpo com movimentos bastante realistas e intuitivos. Também ficámos agradados com as mecânicas de tiroteios, com grande atenção ao detalhe por parte do estúdio. Por exemplo, é possível agarrar a arma com as duas mãos para melhor estabilidade, e as balas do revólver têm de ser carregadas uma a uma. Até as armas brancas foram recriadas com grande cuidado, e pode agarrá-las com a lâmina virada para cima ou para baixo, por exemplo.

Estas não são as únicas ações do jogo. Também existe movimento, agachamento, escalação, e até um sistema de comunicações para se manter em contacto com outras personagens. Em termos de jogos, The Walking Dead é mais reconhecido pelo estilo visual da Telltale Games, que parece quase banda desenhada. Este Saints & Sinners utiliza um estilo semelhante, e por nos lembrar tanto dos jogos da Telltale, ficámos à espera que nos permitisse tomar decisões importantes. E sim, permite, ao longo de uma campanha de história que pode durar entre 12 a 15 horas.

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Embora utilize um aspeto quase cartoonesco, Saints & Sinners não é nenhuma brincadeira em termos de violência e gore. O detalhe dos zombies, dos cadáveres, e de restos mortais como tripas, é impressionante. Mesmo com este aspeto mais ligeiro, Saints & Sinners é um jogo que requer um bom estômago para cenas de terror e violência. Essa abordagem é reforçada pelo excelente peso e reação dos objetos. Acaba por ser um pouco estranho ver um objeto parado por algo que encontrou pelo caminho, quando as nossas mãos continuam a fazer o movimento, mas é uma questão de hábito.

O facto do comportamento das armas ser tão realista dá realmente outra imersão ao jogo. Não só é necessário usar o que estiver à mão, como uma navalha ou uma chave-de-fendas, mas também existe a hipótese da arma ficar presa ao zombie atingido. Como quando o nosso taco com picos fico encravado num crânio de um inimigo, o que nos atrapalhou um pouco, aumentando a tensão da situação. A interação do jogador com o cenário e os inimigos é deveras impressionante, e até situações de desespero, como colocar a mão na testa de um zombie para o empurrar, são possíveis de executar.

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Em termos de contexto e história, Saints & Sinners decorre em Nova Orleães, e o jogador é referido como "O Turista", já que é um visitante. Como o jogador chega como um estranho, acaba por ser tolerado pela maioria das fações, e pode realizar uma série de tarefas para elas. Por vezes até irá encontrar algumas dilemas complicados, durante o seu caminho até ao Repositório, que aparentemente é uma reserva militar ainda ativa. O jogo está dividido numa série de mapas não muito grandes, mas suficientes para incluírem algumas estradas e edifícios para explorar. Vasculhar lojas e casas abandonadas à procura de recursos (também existe um sistema de criação de itens), apenas equipado com uma lanterna, é realmente algo de assustador, sobretudo em realidade virtual. Com cuidado e atenção, pode servir-se do barulho que os zombies fazem para os evitar e passar despercebido.

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A acrescentar à tensão há o facto de não existir qualquer checkpoint. Saints & Sinners utiliza um sistema parecido com Dark Souls, ou até Zombi U, no sentido em que o jogador é enviado de volta para a área central depois de morrer. Depois disso tem uma hipótese de recuperar o seu equipamento numa mochila caída no local da sua morte, mas se voltar a morrer antes de alcançar a mochila, ela será perdida para sempre. O jogo tem também um contador de dias, e quantos mais dias passarem, maior será o número de zombies e em pior estado estarão os recursos.

É surpreendente o grau de detalhe desta experiência de sobrevivência, que começa com as decisões que tem de tomar relativamente a outras personagens. Alguém foi mordido? Então o melhor mesmo é esmagar-lhe o cérebro logo ali, por muito que isso custe, já que a sua transformação em zombie é inevitável. Como referimos em cima, o tempo também afeta a qualidade de vários itens, sobretudo comida, que vai apodrecendo. Isto significa que, embora possa melhorar a energia da personagem, pode afetar a sua saúde.

Existem vários elementos aqui que nos lembram de jogos como State of Decay e Dying Light, jogos de zombies em que a sobrevivência é uma grande parte da experiência. O facto de ser em realidade virtual, com controladores de movimento, e com peso real nas ações, dá-lhe um outro grau de imersão que os outros jogo não conseguem atingir. É um mundo surpreendentemente detalhado, com armadilhas, segredos, secções furtivas, sequências de ação, dilemas, e muito mais.

Mapas um pouco maiores, personagens mais cativantes, e uma história mais conseguida, teriam acrescentado ainda mais valor a The Walking Dead: Saints & Sinners. Uma excelente proposta do género para quem tiver um dispositivo de realidade virtual para PC, restando ver como estará a versão de PSVR quando sair mais tarde.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Atmosfera resulta bem em realidade virtual. Mecânicas de jogo bem afinadas. Bom valor.
-
Mapas relativamente pequenos. Um ou outro problema técnico.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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