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The Surge 2

The Surge 2

Uma sequela superior em todos os sentidos.

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A Deck13 decidiu, há já alguns anos, dedicar-se ao género "Souls-Like", primeiro criando Lords of the Fallen, que era essencialmente um Dark Souls inferior, e depois The Surge, que era um jogo que misturava a estrutura Souls com ficção científica. O conceito era interessante, mas a execução não deslumbrou, e The Surge acabou por ser catalogado como um jogo mediano que não conseguiu atingir o seu potencial. Um pouco injusto, na nossa opinião, mas esta sequela, felizmente, é superior.

The Surge 2 arranca com um desastre de avião, que embate na enorme metrópole de Jericho City. O protagonista sobrevive ao acidente, mas fica em coma durante dois meses. O jogador depois acorda numa cama hospitalar, localizada numa velha prisão. Vestido apenas com uma bata e dois desfibradores colados aos pulsos, o jogador eventualmente descobre que, enquanto esteve inconsciente, um vírus chamado Defrag contaminou a humanidade, causando grande violência e homicídios.

Este protagonista, como já deve ter calculado, não é Warren do primeiro jogo, mas uma personagem criada de raiz pelo jogador. Pode definir o seu género sexual, idade, características faciais, e uniforme base, que eventualmente desaparece por baixo de toda a armadura que vai apanhando durante a aventura. Esta personagem não tem também qualquer ator a tratar da sua voz, o que acaba por tirar imersão às conversas.

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Ao nível do combate, The Surge 2 segue a base do antecessor, baseando-se sobretudo em combates físicos. A principal característica do combate era a possibilidade de selecionar e atingir partes específicas do inimigo, com a cabeça ou os membros, e isso também é possível na sequela. Embora tenha uma série de particularidades, o sistema de combate continua a ser parecido com o de Dark Souls, mesmo a nível de controlos, e gestão de energia para cada ação. Existe, contudo, um elemento tático acrescido. Os inimigos têm normalmente armaduras em várias partes do seu corpo, e isto obriga a uma escolha por parte do jogador: pode tentar atacar uma parte que não esteja protegida, o que torna o combate mais fácil, ou pode atacar uma parte que tenha uma peça de armadura que lhe interesse, o que torna o combate mais difícil, mas dá acesso ao loot. Em suma tem de optar entre arriscar um combate mais difícil, mas recompensador, ou um combate mais acessível, mas sem recompensas. Outro elemento interessante diz respeito à regeneração de saúde, que é feita através de ataques rápidos ao inimigo (basicamente justifica-se como uma forma de dar energia ao fato). Este elemento lembra-nos de Bloodborne, que também incluía uma mecânica de risco onde ataques podiam recuperar saúde.

Antes de começar a colocar peças dos inimigos no seu exoesqueleto, tem primeiro de verificar se tem o número necessário de núcleos, algo que vai ganhando conforme sobe de nível. Cada componente existe um determinado número de núcleos, o que significa que tem de escolher bem o que equipa. Em alternativa pode repetir secções para subir mais rápido de nível, e para sermos totalmente honestos, será difícil derrotar os bosses sem fazer um pouco de "grind" pelo caminho. Felizmente não é um processo aborrecido, já que o design das áreas é eficaz, completo com vários caminhos e atalhos que vão dar à área central onde pode evoluir a personagem.

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Outro melhoramento importante desde o jogo anterior é o drone que acompanha o jogador, que agora consegue puxar inimigos como se fosse um íman gigante, e disparar contra membros específicos dos oponentes, tornando-se numa ferramenta essencial para o combate.

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A Jericho City é um mundo muito mais interessante e vivo que as áreas do jogo anterior, e inclui várias personagens com quem pode interagir. Existem lojas, missões secundárias, curiosidades, e desafios para encontrar e explorar. Também vale a pena mencionar as novas funções sociais, que permite ao jogador colocar mensagens - via graffiti - para outros jogadores, e até pode acrescentar uma bandeira que mostra a sua personagem. Jericho City não é a única área do jogo, longe disso. Existem outras localizações, muito mais variadas do que no primeiro The Surge, incluindo zonas que não envolvem combate, como um velho centro comercial e uma discoteca.

The Surge 2 é também um jogo mais polido e refinado que o antecessor, mas não é perfeito. Algumas animações - sobretudo os golpes finais - pecam por alguma atrapalhação e falta de fluidez, enquanto que a câmara tem dificuldade em acompanhar o jogador, ficando presa em alguns locais do cenário. Outro problema diz respeito aos longos loadings do jogo, algo que parece estar a tornar-se cada vez mais frequente nos jogos mais recentes. Nada disto é algo que nos tenha impedido de desfrutar de The Surge 2, mas são falhas que têm de ser referidas.

O primeiro The Surge não era mau de todo, e de certa forma, até foi algo subestimado, mas esta sequela consegue ser superior, mantendo-se fiel ao conceito original ao mesmo tempo que apresenta novidades e melhoramentos. Se aprecia o género "Souls", The Surge 2 merece uma consideração, e se gostou do primeiro jogo, então a sequela é absolutamente obrigatória. Mais do que nunca, estamos curiosos para ver o que vai haver a seguir para The Surge.

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The Surge 2The Surge 2
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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Ambientes variados. Mundo mais vivo e recheado. Combate melhorado.
-
História sem sal. Loadings enormes. Câmara problemática.
overall score
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