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Conan Unconquered

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Conan entrou no mundo da estratégia em tempo real, mas será este o seu ponto forte?

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A Funcom há muito que detém os direitos para adaptar o universo de Conan, o Bárbaro, a videojogos, e depois de um MMORPG (Age of Conan) e um jogo de sobrevivência (Conan Exlies), decidiu virar-se para o género de estratégia em tempo real. Conan Unconquered foi produzido pela Petroglyph Games, um estúdio que conta com veteranos de Star Wars: Empire at War e Command & Conquer, tornando-se por isso ideal para a produção de um jogo neste género, embora a estrutura geral nos tenha desiludido.

Conan Unconquered é um jogo desigual, onde a história surge como um conceito separado de tudo o resto. Esta campanha é relatada através de um livro de banda desenhada, a que podem aceder no menu principal. Ao avançarem pelo seis capítulos que formam a experiência, desbloqueiam mais páginas de história para ler nos menus. É um processo estranho que separa jogabilidade e história de forma rude, sobretudo considerando que existe pouco a ligar as missões e a história.

Esta narrativa coloca Conan no centro das atenções, quando o bárbaro decide interferir numa guerra entre duas fações opostas. Conan acaba por vencer uma batalha a favor do comandante Almaric, que aceita dar o comando das suas tropas ao bárbaro, desde que este prove o seu valor em combate. O primeiro adversário que terá de enfrentar neste novo cargo é Natohk e o seu exército de escorpiões, uma batalha que não é particularmente difícil. Esta é a estrutura narrativa de Conan Unconquered, uma história sem foco ou grande interesse, com pouca ligação à jogabilidade. O melhor mesmo acaba por ser a arte, desenhada com grande intensidade e pormenor, mas isso é pouco para justificar a compra de Conan Unconquered se o que procuram é uma história ou uma campanha digna para um jogador.

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Se a nível de estrutura e narrativa, Conan Unconquered é uma desilusão, o jogo acaba por compensar a nível mecânico, apresentando também um bom equilíbrio geral. A jogabilidade funciona como um jogo de estratégia em tempo real, a lembrar os Warcraft clássicos, embora com um foco ainda maior nas unidades herói. Podem essencialmente jogar com Conan, mas se estiverem dispostos a gastar dinheiro real, também podem desbloquear Valeria e Kalanthes como personagens jogáveis.

O jogo está no Steam a € 29.99, mas preparem-se para gastar mais algum dinheiro se quiserem tirar valor a sério de Conan Unconquered. O facto de duas das três personagens jogáveis estarem bloqueadas por dinheiro já não nos parece muito justo, mas em cima disso é preciso considerar que o conteúdo base também não abunda.

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Cada missão é passada num mapa gerado de forma aleatória, com uma base que depois terão de defender contra várias vagas de ataque inimigas. Para terem sucesso, convém assegurar uma boa estrutura económica logo de início, garantindo que têm os recursos necessários para reforçar a base entre cada onda de ataque. Não estão confinados à base, e até podem explorar o mapa para encontrarem animais que rendem recursos e bosses opcionais, mas não terão muito tempo para o fazer, já que a reconstrução e o melhoramento da base exige a maior parte do tempo disponível. A dificuldade aumenta com cada vaga, introduzindo mais e melhores unidades inimigas, e terão de se preparar em conformidade. O jogo informa sobre as unidades que formam a próxima vaga, o que ajuda nesse aspeto, embora alguns possam lamentar a ausência do elemento surpresa.

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Os recursos da base dividem-se entre comida, madeira, ouro, e pontos de comandante, todos eles recolhidos ao longo do tempo com edifícios específicos que terão de construir. É um processo simples, a que se junta a necessidade de formação de guildas, estruturas necessárias para ganharem nova tecnologia. Existem guildas de engenheiros, académicos, guerreiros, e construtores, o que nos parece um conceito interessante no papel, ainda que o efeito prático não seja tão interessante. Estas guildas tendem a demorar no desenvolvimento das suas artes, e em algumas porções do jogo vimos-nos obrigados a esperar que acabassem. Em algumas situações os inimigos surgiram antes das guildas cumprirem o seu objetivo, o que normalmente resultou na nossa derrota.

Esta estrutura de vagas acabou por não ser tão interessante, já que o grupo de inimigos acabou por se repetir imenso. O facto dos mapas serem gerados de forma automática ajuda a atenuar essa repetição, mas não é suficiente, acabando por dar a Conan Unconquered um ciclo muito repetitivo. Jogar em modo cooperativo ajuda a variar as situações de jogo, mas esperávamos mais a nível de conteúdo. As bases estão definitivamente no sítio certo, mas Conan Unconquered teria beneficiado de mais tempo de produção que permitisse enriquecer essas bases com conteúdo de qualidade. Talvez no futuro venha a ser um jogo mais rico, mas neste momento, Conan Unconquered não é uma experiência que possamos recomendar facilmente.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
Grafismo de qualidade. Menus bem construídos. Combate plausível. Intensidade de jogo.
-
Implementação da história podia ser melhor. Devia ter mais conteúdo, Missões repetitivas. Pouca oportunidade para explorar.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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