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World War Z

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Aniquilámos milhares de zombies na adaptação do livro de Max Brooks pela produtora Saber Interactive, e ficámos sedentos por sangue.

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Left 4 Dead 2, o último jogo a ser lançado da licença Left for Dead, saiu em 2009 e nem nos demos conta do tempo a passar. Com os fãs da série há quase uma década à espera de uma terceira aventura, a produtora Saber Interactive decidiu pegar na amálgama daquilo de fez do clássico de mortos-vivos da Valve um jogo excitante e tornar todos esses elementos pertinentes a 2019.

No já estreado World War Z - baseado no livro de Max Brooks ou, melhor, na adaptação a filme protagonizada por Brad Pitt - os jogadores vão-se deparar com diálogos juncosos, aniquilações brutais, objetivos divertidos (embora stressantes) e jogabilidade cooperativa, um conjunto de fatores que assentavam na base da experiência Left 4 Dead e que agora são apimentados com uma mão cheia de elementos inovadores. O foco principal do jogo assenta, claro, no modo estória cooperativo e nas hordas zombie que povoam os cenários.

O modo estória cooperativo está dividido em quatro episódios, cada qual com três capítulos (exceto o último episódio, Tokyo, que tem apenas dois). Estes episódios diferem substancialmente uns dos outros, tanto em termos de cenário, contexto, escolha das personagens como nos objetivos, e oferecem desta forma bastante variedade. Antes de cada missão escolhem um capítulo, um nível de dificuldade (existem cinco em oferta), uma classe e uma de quatro personagens específicas ao episódio, embora em multiplayer possam optar pela vossa personagem preferida. Estas não diferem muito entre si, por isso caso não possam escolher a vossa predileta não têm muito a perder, a não ser a vertente visual e sonora. As classes para o modo estória são Gunslinger (que tem por base armas de fogo), Hellraiser (que incide em explosivos), Medic (cujo foco é curar), Fixer (um pouco de tudo, com objetos especiais), Slasher (combates corpo-a-corpo) e Exterminator (focada em controlo de multidões), e todas estas têm diferentes ramificações de habilidades que podem optar por melhorar. Este último parâmetro é algo tático, dado que podem apenas melhorar as classes nas quais sobem de nível, por isso é melhor darem uma vista de olhos a todas no início, de forma a escolherem aquela à qual pensam que se adequa o vosso estilo de jogo. Cada classe atinge o seu máximo ao nível 30 e isto demora algum tempo a alcançar, logo não será de todo agradável notarem a meio da progressão que optaram pela classe errada porque não espreitaram de antemão as ramificações das habilidades. As habilidades que podem ser desbloqueadas vão desde energia acrescentada a melhores armas e equipamentos de início, capacidade para munições alargada, aumentos de resistência e de danos.

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Por fim, o último parâmetro a verificar antes de darem início à batalha tem que ver com a personalização de armas. Aqui, vão poder adaptar o vosso arsenal através tanto de itens cosméticos (caso os tenham, nós tivemos disponíveis algumas skins na versão do jogo que testámos) como itens que melhoram o combate - como uma mira, "mags" maiores ou um silenciador, por exemplo. Os diversos desbloqueáveis vão aparecer uma vez que tenham dado uso a uma arma em particular. As alterações que façam aqui vão ser adicionadas às vossas armas iniciais, que dependem da vossa classe e habilidades desbloqueadas, bem como às armas que apanhem pelo caminho.

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Relativamente aos diferentes capítulos e aos seus objetivos, a premissa é simples. Trabalhem em equipa (ou sozinhos com a Inteligência Artificial) de maneira a lidarem com as hordas zombie, com as armadilhas militares e com os objetivos do capítulo até saírem da zona de perigo (que é praticamente o mundo inteiro). Vamos exemplificar com o primeiro capítulo, The Descent, que vos coloca em mãos uma tarefa difícil: escapar de Nova Iorque. O objetivo principal é persuadir uma personagem duvidosa a levar-vos de metro para fora da cidade, pelo que em troca devem coletar cinco caixas de mantimentos, à medida que os zombies invadem os locais e o comboio. Mas não é essa a única missiva com que se vão deparar; de facto, existem várias. Logo ao início vão ter como objetivo enfrentar uma horda enquanto esperam por um elevador. Antes de cada encontro vão poder abastecer e apanhar armas novas, pacotes de energia, granadas e munições - através de caixas convenientemente situadas -, até serem avisados da invasão de zombies que avança a toda a força.

Se sentirem necessidade de causar danos massivos, procurem por explosivos especiais no mapa que vos permitem abrir portas fechadas, as quais normalmente contêm objetos especiais como armas pesadas (que cabem na terceira ranhura, depois das vossas armas primárias e secundárias); estas incluem lança-foguetes, MGLs, motoserras e metralhadoras pesadas, entre outras.

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Posteriormente, mas ainda antes de chegarem ao comboio que precisam de abordar, vão entrar dentro de um enorme centro comercial. Aqui vai ser a primeira ocasião onde se vão deparar com uma muralha zombie, ou "pirâmide". Depois de estabelecerem as vossas defesas (com torreões automáticos e manuais, morteiros, arame farpado, etc) vão enfrentar o numeroso grupo inimigo que se aproxima da grade. A forma como a escalam espelha a tática (algo abrutalhada) utilizada no filme de 2013. Basicamente, os zombies formam pirâmides de maneira a alcançar sítios elevados, como se fossem um grupo de cheerleaders sanguinárias. Os explosivos vão ser aqui os vossos maiores aliados, pois não só eliminam muitos dos adversários como atrapalham a sua tática de escalada. A horda é, sem dúvida, impressionante, pelo que vão assistir a centenas de zombies ao ataque ao mesmo tempo; além disso, existe bastante variedade entre eles.

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De tempos a tempos vão-se deparar com mortos-vivos especiais que vos vão infernizar a vida. Existem quatro tipos diferentes: os Bulls (que fazem lembrar os atacantes de Left 4 Dead, na medida em que avançam pela vossa equipa e atiram um membro do vosso grupo ao chão constantemente, até que um dos vossos colegas o venha salvar), Lurkers (que saltam para um dos membros da equipa e o prendem ao chão), Screamers (que soltam um berro de forma a atraírem mais zombies) e Hazmats (que, caso não sejam atingidos na cabeça, vão libertar um gás tóxico uma vez aniquilados). Todos eles podem ser eliminados relativamente rápido, mas irão causar enormes danos a um sobrevivente solitário.

Por falar em sobreviventes solitários, existe um aspeto em particular que deve ser sublinhado: co-op. Embora World War Z possa ser jogado a solo com um trio de companheiros regido pela I.A., alguns capítulos são extremamente difíceis, mesmo nos níveis de dificuldade mais baixos. Isto é causado sobretudo pela sobreposição de objetivos. Por exemplo, no capítulo Dead Sea Stroll do episódio Jerusalem, vão ter de proteger um NPC ao mesmo tempo que recolhem objetos espalhados pelo mapa, à medida que os inimigos aparecem de todas as direções. Quando jogam com colegas controlados pela I.A., vão ter de manter um olho em todos eles bem como no NPC, pois é dada prioridade a ajudar colegas caídos ao invés de se manterem todos juntos. Isso até podia ser uma coisa boa, caso não houvesse necessidade de se separarem. World War Z foi visivelmente construído com o fator cooperativo em mente, e embora seja extremamente divertido de jogar sozinho, é muito mais gratificante quando jogado com amigos. O jogo brilha verdadeiramente quando falam com eles, trocam estratégias e trabalham em conjunto.

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Já vos falámos do modo estória, mas existe um modo que ainda não explorámos aqui devidamente, que é o Multiplayer. World War Z oferece uma experiência multiplayer com cinco variantes diferentes: Swarm Domination (o nosso favorito, onde têm de capturar certas zonas e eliminar zombies bem como jogadores de equipas inimigas), King of the Hill (onde capturam um sítio específico para obter pontos de vitória), Swarm Deathmatch (onde a vossa equipa enfrenta outra até à morte), Scavenge Raid (ao coletarem recursos de determinadas áreas ou de inimigos caídos de forma a ganharem pontos de vitória para a vossa equipa) e Vaccine Hunt (no qual a vossa equipa deve apanhar e manter uma vacina). Até poderiam pensar que a horda no modo PvP seria uma fonte de frustração desnecessária, mas achámos que o multiplayer, graças à horda, torna-se ainda mais acessível. Jogadores que sejam mais orientados para PvE podem também subir na tabela dado que todos os participantes vão ter de estar atentos igualmente a fatores dos cenários.

O multiplayer tem também um sistema de classes diferente, onde podem escolher entre Survivor, Trapper, Specialist, Warfighter, Phantom, Demolisher, Striker, Support, Assassin e Shadow antes de iniciarem uma partida. Todas estas classes têm armas diferentes e ramificações de habilidades próprias, as quais funcionam da mesma forma que no modo estória, na medida em que sobem de nível quanto mais as usam, e eventualmente vão poder desbloquear e adquirir mais habilidades quanto mais jogarem.

Relativamente a bugs, não encontrámos grandes anomalias, mas sim vários pequenos erros. Os maiores parecem ser um bug de áudio que muda as vozes das personagens e outro que acidentalmente vos empurra em certos ressaltos, pelo que se torna impossível progredir e têm de começar tudo outra vez. Estes são os únicos problemas, para além de complicações relativas ao servidor aquando do seu lançamento, as quais entretanto já foram resolvidas. Tendo em conta o quão ambicioso é este título ficámos bastante impressionados. World War Z é muito divertido, traz de volta à ribalta a aniquilação zombie em co-op, tem um modo PvP bastante interessante e estamos deveras excitados para continuar a jogá-lo.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Variedade de inimigos, excelente mecânica de combate, co-op divertido, multiplayer acessível, muitos modos à escolha, sistema de desenvolvimento de personagens aprofundado, matchmaking rápido.
-
Vários bugs de áudio e de física, algumas complicações com o servidor.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Lisa Dahlgren

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