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Déraciné

Déraciné

O primeiro jogo de realidade virtual dos criadores de Dark Souls.

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O PlayStation VR não tem um catálogo repleto de grandes jogos, mas tem alguns títulos que merecem bem a vossa atenção. É o caso de Moss, por exemplo, em que controlam um heróico pequeno rato, ou do arrepiante The Persistence. Pois bem, agora também podem acrescentar Déraciné ao lote. O jogo foi produzido pela From Software, produtora que nos trouxe Dark Souls e Bloodborne, mas o que aqui vão encontrar, nada tem a ver com esses jogos. Déraciné é uma aventura de amor, amizade, e perda, com um espírito encantador.

Aqui vão assumir o controlo de um espírito, invisível ao olho humano, que reside num colégio interno. Para tentarem provar a vossa existência, e para de certa forma interagirem com as crianças, terão de viajar através de vários pontos no tempo. É importante deixar já bem claro que Déracimé não é compatível com o DualShock 4, e só é jogável com acesso a dois PlayStation Move. A jogabilidade é apresentada na primeira pessoa, e os dois comandos funcionam como as mãos da personagem, enquanto pegam ou interagem com objetos.

Em termos de movimento, só podem navegar entre pontos específicos do mapa, embora tenham liberdade de visão em cada um desses pontos. Como é óbvio, isto torna a experiência muito linear e restrita ao nível da movimentação, mas isso também significa que o jogo é suave para o estômago, e nunca nos deixou enjoados. Depois de um curto período de ajustamento, estarão a navegar através da escola com facilidade.

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Uma boa fatia da jogabilidade envolve resolver puzzles, que apresentam um bom equilíbrio entre simplicidade e dificuldade. Terão de tomar atenção aos pormenores, ouvir conversas deixadas por esferas douradas (como Everbody's Gone to the Rapture), e investigar itens e estruturas, mas se fizerem isso, não terão dificuldades para ultrapassarem os puzzles.

Existem mais algumas mecânicas em funcionamento, como um cronómetro que permite viajar para vários pontos no tempo depois de completarem um nível, e um anel que transfere vida de um ser para outro. O jogo também inclui várias ideias para facilitar a vida ao jogador, como um botão para ler corretamente os documentos, e cada nível fecha ou abre portas de salas inúteis para que não andem perdidos.

A maior parte das personagens que vão ver são transparentes (a memória de uma ação), ou estacionárias, paradas no tempo. O mundo à vossa volta só se move verdadeiramente quando alertam a escola para a vossa presença, momento em que algumas personagens irão conversar convosco e oferecer algumas pistas essenciais. Lembram-nos um pouco de Tacoma e Return of the Obra Dinn, embora aqui tenham mais impacto no mundo, em vez de serem um observador.

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Ao contrário de todos os outros jogos da From Software, Déraciné tem um certo encanto, quase como se fosse um conto de fadas, e é bastante agradável ver a relação das crianças com a nossa personagem, sobretudo à medida que crescem. Não é, contudo, tudo arco-íris e felicidade. Não vamos partilhar pormenores, mas também existe tragédia em Déraciné, e vão encontrar algumas surpresas e reviravoltas.

O jogo também aproveita o cenário para contar a história, de forma muito eficaz, e se tomarem atenção ao que está ao vosso redor, vão encontrar vários pormenores interessantes. É um bom incentivo para explorarem o cenário, mas existem outros, como moedas que permitem abrir uma caixa misteriosa.

A nível de grafismo e banda sonora, Déraciné é uma experiência subtil, leve, que encaixa muito bem com o tom da história e do tipo de experiência que a From Software pretende passar. A nossa maior queixa com o jogo prende-se sobretudo com o final. Como já referimos, vão saltar frequentemente no tempo, mas na parte final, esta mecânica é usada de forma exagerada, quase num sistema de tentativa e erro, enquanto saltam pelo tempo para perceberem o que foi alterado. A menos que tenham uma boa memória para datas, todo este processo pode tornar-se frustrante.

Apesar desta queixa, Déraciné é um jogo que merece elogios, sobretudo porque soube aproveitar as forças da realidade virtual para dar mais força à experiência de jogo, ao mesmo tempo que diminuiu as desvantagens inerentes ao PSVR e ao movimento. Déraciné tem uma história que merece ser acompanhada de princípio ao fim, com alguns momentos memoráveis e tocantes, e é um dos melhores jogos de realidade virtual que podem encontrar no PSVR.

DéracinéDéraciné
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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
História emotiva e surpreendente. Banda sonora adorável e bom desempenho dos atores. Controlos acessíveis.
-
Final é algo confuso.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Sam Bishop

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