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Bravo Team

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Se Moss é o melhor jogo de realidade virtual, Bravo Team é uma das maiores desilusões.

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A Supermassive Games ganhou nome com Until Dawn, uma aventura de terror de grande qualidade, e depois disso começou a trabalhar numa série de projetos de realidade virtual. Until Dawn: Rush of Blood foi o primeiro jogo da Supermassive para o PSVR, e mais recentemente lançou The Inpatient, dois jogos com ligação a Until Dawn. Este novo projeto, Bravo Team, é um jogo isolado, e infelizmente, é também o pior.

O conceito é simples. O jogador tem uma missão para cumprir enquanto está nas áreas inimigas, e para isso terá de colaborar com um parceiro controlado pela inteligência artificial, ou com outro jogador. A estória em si é excessivamente previsível, sem grande interesse, e o parceiro que nos acompanha é mais insonso que peito de frango. Ora, se a estória e as personagens não oferecem qualquer incentivo para jogar, tudo recai nos ombros da jogabilidade.

Assim que começamos a jogar, ficámos com a impressão de que algo estava errado. A sensação de escala de The Inpatient já era um pouco estranha, mas em Bravo Team é particularmente má. A nossa personagem parece ser bem maior do que deveria, num mundo completamente despedido de inspiração, mas esse não é o maior problema. A jogabilidade não é de todo satisfatória, em parte porque as reações dos inimigos são péssimas, e também porque a mira do jogador não responde como devia. Disparar quando temos um inimigo bem na mira, nem sempre representa um tiro certeiro, e quando acertamos, as reações são praticamente nulas. Existem quatro armas no jogo, mas a única que consegue passar uma sensação de satisfação é a caçadeira, o que é francamente escasso. O principal apelativo da realidade virtual é a imersão de jogo, mas com estes problemas, essa imersão sofre um grave revés.

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O visual do jogo e a inteligência artificial dos inimigos também não fazem nada para melhorar a experiência de jogo. É tudo muito cinzento e castanho, sem rasgos de criatividade, localizado numa série de ruas e praças apertadas. São três ou quatro horas de jogo muito aborrecidas, em que vão estar a passar de cobertura em cobertura. Ah não referimos isso? Em Bravo Team não vão andar livremente, mas antes a saltar de objeto em objeto para se abrigarem. Basicamente apontam à cobertura em que a personagem deve ir, e de seguida movimenta-se sozinho na terceira pessoa (a jogabilidade é na primeira pessoa). Percebemos a mudança de perspetivas, provavelmente para evitar má disposição do jogador, mas essas mudanças acabam por quebrar as últimas réstias de imersão que tínhamos.

Bravo Team

Quando estão atrás de cobertura podem espreitar pelos cantos, e também podem disparar às cegas, inclinado somente a arma. Quando estão na cobertura podem fazer uma série de ações que simulam os movimentos da vida real, o que poderia ser interessante, se tudo o resto não fosse bastante fraco. Mesmo espreitar e disparar é uma experiência medíocre, culpa de movimentos que não respondem muito bem - e experimentámos todas as configurações possíveis: DualShock 4, Moves, e Moves com o controlador Aim. Se não morremos mais vezes, é porque a inteligência artificial inimiga é demasiado fraca para aproveitar os nossos erros.

Esse comportamento pouco eficaz também é aplicável ao nosso companheiro controlado pela inteligência artificial, já que em várias situações ficou imóvel ou demorou a acompanhar as nossas intenções. Nesse aspeto, o jogo ganha imenso com a introdução de um segundo jogador, permitindo criar algumas táticas mais interessantes. Bravo Team também tem elementos de ação furtiva, e também aqui é essencial um segundo parceiro humano. Quando tentámos coordenar mortes furtivas com o nosso companheiro de IA, raramente conseguimos matar os nossos alvos em simultâneo. E querem saber a melhor? Numa ocasião a IA decidiu entrar por uma parece adentro e desapareceu.

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Bravo Team consegue ser algo divertido se jogado com um parceiro, seja no modo normal, ou no modo de pontuação, em que cada jogador tenta matar o maior número de inimigos possível. Mas só isso não chega. É uma experiência fraca de realidade virtual, com uma estória sem interesse, mecânicas de jogabilidade que não resultam muito bem, e um aspeto geral sem inspiração. Por estes motivos, não temos qualquer motivo para recomendar Bravo Team.

Bravo Team
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04 Gamereactor Portugal
4 / 10
+
Modos Score Attack e cooperativo podem ser divertidos durante alguns minutos. Alguns vislumbres do seu potencial.
-
Jogabilidade extremamente repetitiva e sem interesse. Pontaria imprecisa. Sensação estranha de escala. Inteligência Artificial fraca. Vários problemas técnicos.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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