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Darksiders: Warmastered Edition

Darksiders: Warmastered Edition

Vale a pena voltar a ajudar Guerra na sua luta contra o apocalipse antecipado?

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Há um ano a THQ Nordic decidiu lançar Darksiders II em versão remasterizada para PS4 e Xbox One, com o subtítulo Deathinitive Edition. O jogo em si é bom, e a versão remasterizada acabou por ser positiva, embora algo desnecessária. Agora, sem sequelas à vista (o plano original envolvia quatro jogos, um para cada cavaleiro), a THQ Nordic foi ainda mais longe no passado, e ressuscitou agora o primeiro Darksiders com a edição Warmastered. O problema é que, ao vir depois de Darksiders II, este primeiro jogo mostra alguns melhoramentos que estavam incluídos na sequela. Ainda assim Darksiders era e ainda é um bom jogo.

A estória de Darksiders é muito vagamente inspirada por alguns capítulos da Bíblia, e fala do fim do mundo e da chegada dos quatro cavaleiros do Apocalipse. Ao receber o chamado, Guerra chega à Terra para cumprir a sua função, mas depara-se com um problema. Afinal a Terra ainda não acabou tecnicamente, e os seus "irmãos" não estão presente. Acusado de ter começado o Apocalipse por iniciativa própria, Guerra deve agora regressar a um mundo devastado por anjos e demónios para tentar limpar o seu nome.

A jogabilidade funciona como um misto entre a ação de God of War e os puzzles/estrutura de The Legend of Zelda, embora não supere nenhuma das suas inspirações. A ação decorre na terceira pessoa, Guerra tem a capacidade para melhorar as suas capacidades, e as armas e habilidades que vão ganhando ao longo do caminho permitem-lhe voltar atrás para aceder a zonas secretas que anteriormente lhe eram inacessíveis.

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O combate em si era algo repetitivo, mas divertido e interessante que chegue, apesar de lutar com uma câmara mal desenhada. As melhores câmaras de jogos na terceira pessoa deste género funcionam entre um misto de ação manual do jogador e um foco automático do próprio jogo. Para ser realmente eficaz, a câmara tem de conseguir um equilíbrio positivo entre esses dois parâmetros, mas em Darksiders não existe praticamente qualquer ação automática da câmara.

O design dos níveis varia entre o bom e o medíocre, embora esteja mais inclinado para um design geral positivo. Algumas secções são extremamente lineares, enquanto que outras oferecem áreas mais abertas para o jogador explorar, mas o ritmo de jogo não está muito bem conseguido. Podem ultrapassar algumas secções em poucos minutos, para depois perderem uma hora às voltas com um ou dois puzzles.

Darksiders: Warmastered EditionDarksiders: Warmastered Edition

Em muitos aspectos, Darksiders é um projeto inspirado, e em grande parte isso deve-se à arte do artista de descendência portuguesa, Joe Madureira. É um estilo cartoonesco e exagerado, que lembra vagamente World of Warcraft, mas funciona bastante bem. O jogo inclui várias inspirações, e até permite evoluir Guerra em várias áreas de jogabilidade. O problema é que essa evolução não está particularmente equilibrada, e podem dificultar a vossa vida se escolherem melhoramentos pouco eficazes. Embora esta versão remasterizada beneficie de alguns melhoramentos, nem tudo transitou de forma positiva. A sincronização das vozes e dos lábios das personagens, por exemplo, apresenta várias falhas que foram suficientes para nos tirarem da imersão do jogo.

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O movimento de Guerra e a sua postura são poderosas e pesadas, o transmitem a sensação de estarem a controlar um verdadeiro tanque de batalha em forma humana. Isto significa contudo que não é muito veloz, sobretudo comparado com Morte em Darksiders II. Ainda assim, o combate beneficia de apresentar grande variedade de inimigos ao jogador, e de permitir o acesso a várias armas secundárias (e algumas primárias). Existem momentos em que podem acionar o poder destruidor de Guerra em forma demoníaca, e até podem chamar Ruin, o seu cavalo (não seria grande cavaleiro sem um cavalo).

Com um preço reduzido, Darksiders: Warmastered Edition é uma opção razoável para quem procura um bom jogo de ação, embora ainda seja mais aconselhável se o conseguirem adquirir durante uma promoção ou redução de preço (vale o mesmo para a sequela). Darksiders era um bom jogo quando foi lançado e continua a sê-lo agora, embora tenha de enfrentar as consequências dos anos - incluindo comparações com a sequela. Ainda assim, se apreciam o género e o tema, não vão encontrar muitas opções semelhantes nesta geração.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Colorido. Estilo de arte de Joe Madureira é fantástico. Parece um misto de World of Warcraft com Zelda.
-
Vozes estão mal sincronizadas, e isso afeta a imersão do jogo. Câmara requer demasiada ação manual do jogador.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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